O ótimo guitarrista, Raul Müller, em foto do final dos anos setenta, quando atuava no Lírio de Vidro 
Após uma série de ensaios em trio, percebemos que agregar mais um componente seria estratégico para encorpar o som da banda. O Pinha harmonizava bem, mas seus solos não eram muito inspirados, e dessa forma, ao conversar conosco, resolveu agregar um segundo guitarrista. Eu estava a saber que o guitarrista Raul Müller, estava disponível e a procurar um trabalho, e dessa forma, fui rápido, e o indiquei.
Após uma série de ensaios em trio, percebemos que agregar mais um componente seria estratégico para encorpar o som da banda. O Pinha harmonizava bem, mas seus solos não eram muito inspirados, e dessa forma, ao conversar conosco, resolveu agregar um segundo guitarrista. Eu estava a saber que o guitarrista Raul Müller, estava disponível e a procurar um trabalho, e dessa forma, fui rápido, e o indiquei.
Eu 
conhecera o Raul em 1983, quando eu estava na Chave do Sol, e nós fomos 
contratados para tocar no Victoria Pub, em fevereiro desse ano citado. Ele tocava com o "Fickle Pickle". Seu estilo era sólido no Rock'n 'Roll, 
Hard-Rock e Blues, principalmente. 
Ele também tocara, ao final dos anos setenta, com o Lírio de Vidro, onde também tocava, Kim Kehl, com quem eu fui tocar, muitos anos depois, a partir de 2011. E logo que o apresentei para o Pinha e
 Paolo, ambos simpatizaram com ele, e assim, passamos a ensaiar em 
quarteto. 
De fato o som encorpou e com solos muito bons, contra-solos e 
desenhos, o som coloriu. Apesar dessa melhora acentuada, o Raul não 
participou de uma apresentação que o Paolo agendou para o final do ano, 
onde apresentamo-nos como trio, sob um formato de pocket show. Isso aconteceu no dia 
21 de dezembro de 1990, em um bar chamado : "Anima". Foi uma festa de 
confraternização das bandas que ensaiavam regularmente no estúdio Coda, 
do Paolo, e a nossa banda também tocou, com apenas três musicas no set list. Depois da virada 
para 1991, outro show foi agendado, ao dar a entender que a banda engrenaria, 
mas uma surpresa desagradável mudaria esses planos, conforme relatarei 
a seguir. E foi assim que programamo-nos para uma apresentação, onde tocaríamos o 
repertório todo das composições do Pinha, e a inclusão de um único cover 
sugerido de última hora, "Born to be Wild", do Steppenwolf.  
Essa 
apresentação ocorreu em um bar bem montado, mas obscuro, e situado em um 
lugar sem nenhuma tradição noturna, em plena Av. Santo Amaro, chamado 
:"Aonde Bar". De início o nome do estabelecimento revelava-se como uma piada pronta, 
pois "aonde", foi uma grande questão. Curiosamente, apesar de estar 
deslocado em uma avenida de intenso movimento, e cercado com comércio, a casa era 
bem montada e possuía uma decoração aconchegante, com várias motivações 
sobre a MPB sessenta / setentista, predominantemente, Elis Regina, com 
vários posters e capas de discos dessa artista seminal da MPB etc. 
Um surpreendente público com sessenta
pessoas compareceu à apresentação, em 24 de janeiro de 1991, ao considerarmos ser um bar escondido,
mesmo. Mas a apresentação foi marcada por problemas. Apesar de estarmos 
bem ensaiados, muitos erros ocorreram, por exemplo na contagem inicial da música :
 "Born to Be Wild", ao causar-nos constrangimentos. 
Lembro-me do Raul 
ao chegar perto de minha audição e cochichar : "estou a sentir-me no jardim da 
infância"... 
E com essa apresentação cheia de erros tolos, o ânimo 
caiu bastante. O Pinha pediu um tempo para repensar o projeto, mas na 
verdade o tempo por ele solicitado, tornou definitivo...  a banda encerrou atividades, e 
nunca mais tive notícias do Pinha. Se ele fez algo na música, passou despercebido em minha percepção, dali em diante. O Paolo continuou mais um pouco com o 
estúdio Coda. Em 1991, eu o convidaria para um projeto de banda cover, 
que chegou a ensaiar bastante, mas não vingou ao vivo. Falarei disso, 
mais adiante.  
Lá pela metade dos anos 1990, ele vendeu o Coda, e tornou-se
gerente de uma famosa loja de instrumentos e equipamentos, da Rua Teodoro
 Sampaio. Quanto ao Raul, anos depois ele tornou-se técnico de som. Trabalhou por muitos anos
 como técnico de P.A. da Rita Lee, após estudar, e tornar-se um grande 
profissional dessa área. E assim foi a minha meteórica passagem pela "Pinha's Band"...







Nenhum comentário:
Postar um comentário