Quando chegamos para realizar o show, a casa estava abarrotada, com uma 
multidão na rua a tentar adentrar o estabelecimento e sem conseguir o seu intento, de tão 
absurdamente cheio que estava. 
Para a comitiva da banda poder entrar, 
foi preciso acionar a tal porta de emergência que ficava atrás do palco,
 e fazer uma ginástica incrível para passar naquele aperto, e sair pelo 
outro lado. Não havia outro local para ficarmos a aguardar o nosso show,
 a não ser o mezanino minúsculo onde ficava instalada a mesa do PA e para lá 
fomos, com bastante dificuldade para atravessar a multidão super comprimida que 
existia entre nós.
Assistimos então a parte final do show do 
"Sabbra Cadabra", cujo vocalista se esmerava para imitar os trejeitos do
 Ozzy Osbourne, com fidedignidade, incluso o figurino especialmente 
confeccionado como imitação do que o vocalista original do Black Sabbath
 usara como figurino na foto da capa do LP Volume 4 dessa famosa banda.
Não costumo apoiar bandas cover, 
mas reconheci o seu esforço em fazer jus à banda que homenageavam e os 
meninos gaúchos desse quarteto tributo eram bons músicos, principalmente
 o Luciano Reis que demonstrou ter talento como guitarrista. A
 plateia era Rocker, dava para sentir no calor do show da banda de 
abertura, e obviamente pelo visual da maioria ali presente, com tantos cabeludos a la 
anos setenta. 
Quando encerrou-se o show de abertura, o nosso roadie
 se contorcia para arrumar o palco minúsculo e abarrotado, e deu para 
sentir a temperatura subir, motivada pela ansiedade. Nem havíamos subido
 ao palco e já foi possível sentir a expectativa do público, ao denotar que 
teríamos um show quente do começo ao final.
Quisera termos tido 
essa dinâmica todo dia, mas shows assim, à moda antiga das mais belas 
tradições do Rock, foram raros até então.
Nos resignávamos por fazer shows para 
plateias desinteressadas, mas como era bom termos um público Rocker genuíno, que gostava de nós, conhecia a nossa história e repertório, enfim. Bem, divagações à parte, chegara a hora! Quando subimos ao palco do "BR-3"...
Continua... 



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