Para quem, como nós, por circunstâncias de 
responsabilidade e trabalho, convivendo com muita gente, muito falando, 
descrevendo e escrevendo, costuma ser hábito
 o cuidado com as palavras, assim como posicionamento que tenta ter, 
diante das mais diversas pessoas que contatamos, alguma neutralidade, 
receptividade, tornando-se um lindo exercício, sempre de aprendizado, 
que enriquece nossa passagem pela vida.
Vem daí alguma sensibilidade para lidar de perto, com 
esse assunto delicado, agora tão evidenciado e de real importância sobre
 preconceitos, que entendemos ser,
 principalmente, mais que provocadores de posicionamentos, provocadores 
de mudanças !  
Bem mais que isso, talvez sendo o melhor uso desse 
momento, o de adquirir um amplo olhar sobre tais questões, para uma 
busca de perceber também naqueles que buscando defender,
 aquilo que pessoalmente incomoda, de verdade, possamos mais que abrir 
cabeças, de fato e especialmente, abrir corações. Quem sabe até, uma 
nova pré disposição diante de qualquer pessoa, onde, em cada contato, 
uma aventura de desvendar o outro, como quem abre
 um livro sem saber qual desfecho ali contém. Disponíveis, atentos, 
andando por labirintos convidativos, enredos que encantem e decepcionem,
 mas tratando como jogo da vida, natural... Assim é consigo...nem tudo 
em nós também é só bonito ou só feio. Somos sombra
 e luz !!!
Ter posicionamentos, como acabamos de dizer, num mundo
 e circunstância atual, em que se pode ter voz diante de qualquer 
acontecimento, o que nem de longe, por si
 só, provoca as transformações necessárias no convívio interpessoal. 
Proporcionar uma mais amorosa, respeitosa e empática convivência com as 
diferenças, isso sim, desafia ! Talvez, essa convivência, por agora, 
muito distante, e, quem sabe, só mesmo uma conscientização
 do quanto somos carregados de separatividade, enganos, vitimices e 
mandonices...?!...  
No fundo, bem mais no fundo mesmo dessa questão está uma mais fraterna,
frater terne forma de ver, sentir e permitir ao outro, existir 
além da minha sagrada permissão, que mais confortável fica assim, não 
cobrando e não rompendo com um ego centrismo primitivo, passional, 
arraigado de quem ganha ou perde posição, razão ou
 definição da verdade absoluta. Só um total e incondicional AMOR nos 
isenta de todo tipo de preconceito...e, para isso, estamos e vivemos 
numa infinita escada de Jacó... E esse tem sido o caminho que trilhamos !  
Muito do que atualmente assistimos é, para defender 
aquele separativismo que ‘me’ incomoda, enfrenta-se, também, o outro, 
mostrando, revelando mais uma vez ‘meus’
 pré conceitos, diante da dificuldade, limitação ou diferente percepção,
 nem maior e nem menor, melhor ou pior, daquele que de ‘mim’ diverge e, 
portanto, ameaça zona de conforto... Assim, cenas e falas bastante 
agressivas, são muito abundantes, até porque,
 colocamos hoje nossa atenção nesses posicionamentos, acesso a 
informação rápida e temos olhos para tantos fatos anteriormente 
despercebidos (certamente sempre existiram, só não éramos noticiados, 
importavam ou até, despertavam?!...) e, agora, num empenho aceito
 e estimulado de quebrar, enfrentar e fazer que o outro aceite ‘goela 
abaixo’, aquilo que por ‘seus’ próprios, também, motivos e razões, 
justificáveis ou não, tenha lá suas posições opostas às ‘minhas’, muitas
 vezes, vemos trazer só outra forma de violência,
 pura e simplesmente, perpetuando agressividade, desrespeito e o mesmo 
jogo do ganha/perde, de quem por qualquer espécie de força, submete o 
outro. 
Fica aqui uma pergunta que não quer e insiste em não 
calar: quem não passou por alguma forma de discriminação ? Por ser 
magro/gordo, tímido, preto ou branquelo,
 estudioso com o leia-se 'nerd', por ser pobre ou mesmo rico ?!...Lerdo, 
feio, ou mesmo bonito, ‘natureba’, por ser simplesmente homem ou mulher e
 isso não é para vc (profissão, gosto, habilidade...)?!...?!... Quem já 
não conheceu, pelos mais incomuns e bizarros
 motivos, inseguranças e desconfortos em algum conviver ?
Como diz o poeta, “de perto ninguém é normal”. E, quem
 arbitra e delibera o que seja normal ? A quem atribuímos tal poder de 
normatizar e decretar as regras que
 devam nortear posturas, recompensas/punições ? O que elegemos 
internamente, livremente, por consciência, é o deveria nos guiar... mas,
 vivendo em comunidade, comum unidade...Assim vivemos? Não!!! Nem mesmo 
dentro de nós ! E, em meio a tanta diversidade, que
 se faz premissa perceber, aceitar e respeitar, talvez regras bem 
antigas e básicas como ‘não faça ao outro o que não quer para si” possa 
ser um mínimo de amor, em que a medida para si, auto-percepção de dor e 
satisfação, devessem ser medida para balizarmos
 atitudes ! 
E...concluindo esse raciocínio, como viver nesse mundo tão 
diverso, tão rápido, tão múltiplo sem conhecer a si mesmo, para que uma 
medida mínima de conforto consigo, possa produzir trocas e 
relacionamentos saudáveis ? Impossível respeitar, amar o
 outro se não o fazemos conosco...nesse caso, inconsequentemente, não 
conhecendo o inimigo que dorme conosco, encontraremos e tentaremos 
vencê-lo fora de nós, e a resposta...?!...que cada tenha aí as suas !  Nossa percepção é que nunca foi tão fundamental conhecer a si mesmo... As liberdades crescem com a maturidade pessoal e social, e é preciso que cada qual saiba o que fazer da sua, para não mais precisar se abrigar em tribos, famílias, sobrenomes, títulos e nomeações, formações, religiões, partidos ...e, finalmente, nos respeitemos e amemos como cidadãos do mundo, Seres, vestindo e representantes únicos, de maneira própria e intransferível, a reveladora assinatura do divino em nós !
Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.
A questão do preconceito ou como ela sabiamente descreveu separando sílabas, trata-se de um "pré" conceito. Portanto, antes de formularmos conceitos sobre tudo e sobre todos, faz-se mister nos autoconhecermos antes e feito isso, fica impossível elaborá-los, acredito.








Querida Telma,
ResponderExcluirTodos seus textos são ótimos, muito bem escritos e contendo reflexões necessárias, mas nesse VOCÊ SE SUPEROU!
Excelente! Gde ABS Mari
Gratidão por sua leitura e comentário!
ResponderExcluirQuem de nós nunca se sentiu discriminado?!...E fica sempre um falso conceito de que ela só alcança esse ou aquele tipo de grupo?!...?! Falta de amplitude de visão e faz girarmos em círculos naqueles tipos de 'bolha' que mais direcionam e aumentam e alimentam enganos! Por isso autoconhecimento e discernimento são cada vez mais necessários...para que pensemos por nós e 'fora da caixa'!
Abraço grande aí e na mas tê!
Ótimo e reflexivo texto, já sofri bullying na minha infância/ adolescência...mas eu sempre enfrentei, nunca me fiz de vitima ou baixei a cabeça, acho que nunca se deve demonstrar fraqueza ao inimigo...mas com certeza, fica marcado na alma de quem sofreu.
ResponderExcluirNosso olhar é que exatamente por sermos únicos, cada qual tem lá suas próprias qualidades e defeitos...?!...A depender de com quem e como convivemos, diferenças podem provocar,destacar, levar a questionamentos ora trazendo elogios, ora críticas. Daí que autoconhecimento e uma boa auto-estima são sempre bem-vindos para bem viver em comunidade,mas... quase sempre é preciso uma dose de maturidade! Vamos aprendendo e crescendo como pessoas e sociedade...bom para todos será!
ResponderExcluirMuito grata por seu comentário!
Thank you, Chris !
ResponderExcluirGrateful for your visit and invitation.
I appreciated !