Existe
 uma cultura espiritual, própria aos iniciados na inteligência do 
espírito. 
Sábios e tontos existem em todas as 
religiões e até nos que se dizem espiritualistas. 
Na verdade, essa 
cultura baseia-se na coragem do coração e do serviço ao próximo, e na 
atenção dos movimentos espontâneos da vida. Também a coragem e a 
sinceridade devem ser vitais no processo de iluminação. 
Como trata-se de
 uma cultura dinâmica, posto que a mestra é a própria vida, não há um 
“status quo definitivo”; outras são as medições de tempo, espaço e 
valores. 
A vida passa a ser vista mais como um processo do que como um 
problema, porque o objetivo de quem busca a iluminação, amplia a 
percepção para além do corpo e dos fenômenos físicos. 
Todo verdadeiro iniciado tem poderes elementares sobre sua vida e visa a estética do que é eterno. 
 
Nenhum
 assunto exclui o peregrino que busca a sabedoria, desde que dentro de 
sua percepção. Tudo que afeta a vida humana está dentro do esquema de 
estratégia do praticante espiritual, porque o ser humano e a sua 
evolução é o alicerce para o verdadeiro homem de espírito; e não as 
formas de devoções externas. 
Ninguém chega a Deus sem passar pelo próximo. 
 
Se
 nascemos humanos, é para sermos humanos em toda sua plenitude. E ser 
verdadeiramente humano é ser interessado em tudo aquilo que nos afeta. 
Quem ignora a interdependência e a unidade do mundo, ainda que tenha os 
olhos abertos, não enxerga verdadeiramente. 
Wiliam Blake, um iluminado 
poeta inglês, expôs isso de maneira genial quando disse “Vejo através 
dos olhos, mas não pelos olhos”. Creio que esse verso expõe melhor que 
mil palavras o que eu poderia dizer sobre a sabedoria ativa e a 
verdadeira cultura de devoção. 
4/02/2002
4/02/2002
Marcelino Rodriguez é colunista esporádico do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos apresenta uma crônica avulsa, onde exemplifica com propriedade, a questão da inteligência espiritual.








 



































