Consegui chegar em cima da hora no Tuca, após ter apresentado-me com A Chave 
do Sol, no programa da TV Cultura, "A Fábrica do Som". Essa parte. sob o ponto de vista da 
Chave do Sol, já contei lá no capítulo conveniente daquela banda. 
Esbaforido, e com a 
adrenalina do show para duas mil pessoas que acabara de realizar, eu precisava acalmar-me e entrar na energia do show do Língua de Trapo, e dar conta de todas aquelas marcações
 teatrais; trocas de figurinos; vinhetas etc. Começou o show, e a
 casa estava lotada. Não lembro-me do borderô oficial, mas os mil lugares liberados pelos bombeiros (a casa continha mil e oitocentos lugares, mas por 
motivo de segurança, os bombeiros só liberaram mil lugares, com a obra 
da reforma ainda inacabada), estavam preenchidos.
Havia uma certa tensão no camarim, 
pela estreia, algumas indisposições com os empresários (naquela época, 
tratava-se de um triunvirato formado por dois rapazes e uma moça, e cujo escritório chamava-se, "D.D.M.", provavelmente a inicial do nome de cada um desses jovens). E claro que não apreciaram constatar a minha  chegada em cima da hora, esbaforido e sob o impacto da adrenalina de um show realizado com outra banda... constrangimento pessoal a parte, eis
 que o momento chegou, então. Tocou o terceiro sinal da plateia; a luz 
de serviço apagou-se no teatro e começou a vinheta de super-8 que abria o show. 
Da coxia,
 ainda a esperar a hora para entrar no palco, já ouvíamos as primeiras 
risadas. No filme, havia uma colagem com cenas absurdas, protagonizadas pelos membros
 do próprio Língua de Trapo, e por vários agregados da banda, que foram usados como 
"atores", também. Como já mencionei algum tempo atrás, não havia
cenas comigo, pois esse processo estava a ser preparado há meses, e não 
contavam com a saída da banda, do baixista, Luiz Lucas. O que fizeram de 
improviso, foi uma nova edição, onde o Louis Chilson cortou as cenas em 
que o Luiz Lucas aparecia, mas sem chance para produzir novas imagens 
com a minha pessoa, fiquei de fora dessas vinhetas audiovisuais. Esse começo do show foi bem estratégico, pois o 
público já ria intensamente, a quebrar qualquer tensão inicial. Quando 
entrávamos no palco, o público já havia rido muito, mas iria rir muito 
mais...
Continua... 




 
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