Quebrado esse gelo inicial, fomos a marcar novos ensaios elétricos, e 
a intercalar com outros sob teor acústico, na residência do Zé Luiz. Novas músicas surgiam, naturalmente, e as primeiras, em que já trabalhávamos anteriormente, a ganhar corpo, com arranjos. Devo 
enaltecer o Zé Luiz nesse aspecto, pois ele sempre foi bom em dar boas 
sugestões para arranjos no nosso tempo à frente d'A Chave do Sol, mas esse Zé Luiz, onze anos mais velho, com quem eu estava a lidar naquele instante de 1998, tinha ficado ainda
 melhor. 
O meu temor pela incompatibilidade estética dele com o trabalho,
 ainda existia, mas estava a apequenar-se, ao deparar-se com o entusiasmo
 dele com o projeto, e a sua participação ativa, ao dar ótimas sugestões para
arranjos, e a participar ativamente de todos os aspectos extra musicais. Quem não ia bem era o Deca, pois nitidamente não estava a apresentar o mesmo 
entusiasmo. Então, ainda ao final de fevereiro de 1998, ele ligou-me e pediu
 uma reunião extra, onde comunicou que o Sidharta não era exatamente o 
que esperava. 
Disse-me que quando eu o convidei em 1997, pensava em algo
 mais centrado no Rock'n Roll, e o rumo que estávamos a adotar era o de 
um leque muito mais aberto. Mas essa interpretação dele estava 
equivocada, pois desde o início, eu havia deixado muito claro para todos, inclusive, que o 
objetivo seria evocar diversos estilos e não fecharmo-nos em um único nicho. 
Se a ideia foi buscar inspiração nas décadas de sessenta e setenta, o que havia de mais genial nelas ? A diversidade, ora...
A
 despeito disso, eu e Rodrigo, ficamos chateados com a saída dele, mas 
apreciamos a honestidade, e transparência com a qual ocorreu. 
O Zé Luiz
não lamentou, pois definitivamente, não havia entendido-se com ele e 
vice-versa. Nos ensaios subsequentes ao primeiro, o clima acirrara-se ao ir além da questão da dinâmica. 
Nessa altura, ambos já discutiam por conta 
de divergências nos  arranjos. E confidencialmente, Dinola havia falado-me que não 
havia apreciado o estilo dele, Deca, como guitarrista, as suas escolhas de timbres, e
 uso de pedais. Nesses termos, foi o melhor para o Sidharta, e para ele Deca, pois a seguir, começou no Baranga, 100% Rock'n Roll, como gosta. 
Continua... 
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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