Um
 aluno meu surpreendeu-me outro dia perguntando como testo as pessoas. 
Olhei para ele surpreso, como se tivesse vendo uma nova possibilidade de
 interagir com os outros daqui por diante, posto que nunca testei, 
propriamente, ninguém. Num primeiro momento, confio em todo mundo. Claro 
que a experiência e o conhecimento nos tornam mais céticos. 
Pessoas 
inteligentes e cultas sabem que os egos humanos em geral só pensam em 
seus próprios interesses mesquinhos e são poucos que se desenvolvem 
mentalmente e sentimentalmente o suficiente para enxergar os outros; por
 isso, os iniciados se preservam e são extremamente seletivos.  
Bruxos 
não se misturam com trouxas facilmente, já disse a autora de Harry 
Potter. 
Todavia,
 a experiência mostra que devemos confiar nas pessoas completamente 
apenas após a primeira noite, o primeiro negócio, a primeira briga. Os 
sedutores de todo tipo quando chegam em nossas vidas se mostram 
atenciosos, parceiros, encantadores, eróticos, generosos, honestos, 
gentis e amáveis.  Isso é sempre o mesmo modus operandi: lobos com peles
 de cordeiros. 
Eu
 sempre dei um voto de confiança aos outros, sem testar nada nem 
ninguém, sempre joguei na vida de peito aberto, mas seria interessante 
talvez pensar em esperar sempre o dia seguinte ao baile para confiar de 
verdade nas pessoas, e rezar para a providência nos proteger de todos os
 tipos de predadores, sobretudo os sentimentais, que são os piores, 
porque simulam gostar da gente e depois que nos conquistam pedem para 
que os esperemos enquanto eles vão ali dar mais uma voltinha e seduzir 
outros inocentes. 
E ai de você se exigir lealdade, responsabilidade, 
cuidado. 
Eles tiram o seu melhor sempre, mas entregam o que possuem de 
pior e assim: onde você pensou haver um caráter, não havia nada. 





 
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