Tudo corria bem na banda, com apresentações seguras, datas novas a ser
fechadas, e o clima bom na parte interna, entre os componentes. Com a aquisição recente de mais 
equipamentos, o nosso áudio também melhorou muito, e claro, isso animou-nos. 
Mas uma fatalidade imprevista acarretou um enorme susto, e
 posteriormente uma situação delicada, cujo desfecho foi desagradável, e 
embora injustamente imputado somente à minha pessoa, pois fora uma culpa coletiva, a verdade foi que eu saí
 chamuscado dessa história. Foi o seguinte : na apresentação do 
dia 13 de fevereiro de 1981, quando estávamos a prepararmo-nos para 
carregar a Kombi que alugávamos normalmente para transportar nosso equipamento, 
soubemos que o nosso baterista, Edson "Kiko", sofrera um acidente com a sua motocicleta. 
Por
 sorte, apesar da violência da colisão, ele sofreu escoriações e apenas 
uma luxação no pé, como consequência direta, pois poderia ter sido muito pior, e a moto também não 
estragou muito. Contudo, ficava obviamente impedido para tocar 
naquela noite, e talvez por mais algumas apresentações. Ficamos no 
impulso óbvio em cancelar prontamente a apresentação, mas ele mesmo insistiu 
para que procurássemos um substituto, e se alguém aceitasse, que fôssemos 
tocar, pois poderíamos perder a vaga no Bar 790. Então, o Paulo 
Eugênio pensou em três nomes imediatos : Edmundo, Luis Bola e Cido Trindade. 
O
 Edmundo era velho amigo dele, e acompanhara o nascimento da nossa banda, Terra 
no Asfalto, pois sua casa foi o próprio berço desse nascimento, mas 
pesava-lhe contra, o fato por estar enferrujado, sem tocar há muito tempo. O 
Luis Bola nem foi mais citado, pois quando o Cido Trindade havia externado seu desinteresse, quando a banda voltou no final de 1980, este também declinara do convite. O Cido
 Trindade deveria ter sido o baterista oficial desde o início dessa volta das atividades da banda em dezembro de 1980, por ser 
da formação original, reconhecidamente preparado para assumir as 
baquetas do Terra no Asfalto, mas pesava contra, o fato de haver deixado-nos desamparados, recentemente, quando da reformulação da banda. Por que aceitaria agora ? Mas o Paulo Eugênio ligou, ele aceitou, e foi com sua bateria imediatamente. encontrar-nos no bar 790. Mesmo sem ensaiar, ele conhecia 99% do repertório e mesmo sujeito a erros pontuais, não haveria em proporcionar um vexame, de jeito nenhum. 





 
Nenhum comentário:
Postar um comentário