Realmente, esmerávamo-nos e daí, dificilmente errarmos ao vivo, pois tínhamos um padrão de excelência muito grande. E sim, foi uma emoção diferente estar às vésperas da estreia com "A Chave do Sol", pois sentia que 
finalmente estava a reativar o sonho primordial, e acalentado no tempo do 
"Boca do Céu". Isso por que no princípio, havia o sonho, a força de 
vontade, mas fora uma utopia que ganhara contornos de realidade, 
através de suor intenso e fé absoluta, pois na prática, como esperar tornar-me um músico / artista / rocker, se não sabia diferenciar uma nota "Dó", de outra,
"Ré" ?  
O Boca do Céu saiu das cavernas e chegou em um ponto em ser 
audível, ao possuir até algumas canções em condições em pleitear algo maior 
(méritos do Laert, claro) , mas suas forças puseram-se a recrudescer. Quando 
essa semente primordial enveredou por um outro caminho (onde posteriormente viria a tornar-se o "Língua de Trapo"), o ideal Rocker ficara de lado. Depois, embrenhei-me em trabalhos paralelos, onde o ponto mais Rock em que 
cheguei, foi no "Terra no Asfalto", mas esta, fora uma banda cover, sem nenhuma 
intenção em buscar um caminho autoral, embora contasse com músicos de 
enorme categoria em suas diversas formações (nos capítulos sobre essa banda, essa história é contada com detalhes). 
Portanto, "A Chave do Sol" representou-me, a chance para reativar o sonho primordial, interrompido há pelo menos três anos. Com
 relação a um certo nervosismo antes do show começar, isso não, pois com
 exceção dos primeiros shows do Boca do Céu, eu havia dominado o palco 
há anos. Naquela altura, eu tinha acumulado seis anos de música, e há pelo 
menos três, sentia-me seguro, não só quanto ao palco, mas como 
instrumentista, pois havia dedicado-me, e havia atingido assim, um nível técnico muito
 bom, ao dar-me a segurança total para tocar . 




 
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