O show começava com o Marcelo a fazer locuções, ainda com o público a entrar, e ao acomodar-se nos assentos do teatro. Com humor e a soltar brincadeiras sob improviso, já arrancava as primeiras risadas. Quando
 as luzes apagavam-se, iniciava-se a exibição do filme Super-8, 
comandado pelo cineasta, Louis Chilson. 
As pessoas já riam muito com as cenas nonsense nele contidos, com os membros da banda, menos eu 
(já expliquei o por quê da minha ausência), e alguns atores convidados. O 
público adorava tais piadas contidas no audiovisual. Enquanto estava na metade da exibição, 
já entrávamos no palco e posicionávamo-nos, pois assim que terminava, 
tocávamos a primeira música do show. O Laert e o Pituco nem 
começavam a cantar e as pessoas já estavam às gargalhadas, pois nós 
entrávamos a usar um ridículo uniforme. 
Com terno verde e amarelo, 
parecíamos "Brasilinos" ("Brasilino" fora um personagem, de uma ilustração. Era uma espécie de Super Herói a representar uma famosa fábrica de móveis populares em São Paulo, nas décadas de cinquenta a setenta, chamada : "Fábrica do Móveis Brasil"). E a primeira canção era "Pensamento Positivo", 
uma sátira à literatura de autoajuda. E notem que em 1983, essa 
literatura nem tinha essa denominação, e prateleiras exclusivas nas 
livrarias...portanto, é citada a revista, "Acendedor", uma publicação de pensamentos 
edificantes e positivos, que era / é difundida pela seita oriental 
"Seicho-no-iê". 
Após o término dessa canção, uma nova inserção de
 película em Super-8, permitia-nos sair de cena, onde livrávamo-nos do ridículo 
terno, e voltávamos todos de branco, como verdadeiros "pais de santo". Com esse figurino neutro, passávamos o restante do show com a possibilidade
 de pequenas trocas menos radicais, para facilitar o entra-e-sai do palco. Tocávamos
 então : "Je suis Bresilien". Nessa canção que tinha típica sonoridade de 
música francesa, a letra era absurda, a satirizar a vida de um 
brasileiro que vive em Paris, "a trabalhar" como travesti, nas ruas. 
Essa foto é um "still" de uma apresentação do Língua de Trapo na TV, onde o vocalista, Pituco Freitas interpreta o Travesti bresilien, pelas ruas de Paris...
O
 João Lucas, que tocava acordeom muito bem, pilotava-o, a extrair-lhe uma sonoridade bem 
francesa, e sob o uso de adereços como boina e colete, ao ficar mesmo com o jeito de 
um músico parisiense. Os demais permaneciam com o mesmo traje, todo branco, e
 o Naminha, baterista, também colocava uma boina e usava uma piteira 
enorme. 






 
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