A formação do Aura nessa demo foi a seguinte : 
Marcelo "Carioca" Dias - Baixo e 
vocal
Fernando Loia - Bateria
Cézar Pacca - Guitarra
Mauro Cannalonga - 
Teclados
Edilson "Nenê" Rodrigues - Vocal e violão. 
As músicas da demo 
foram : 
Lado 1 : 
1) Gaia   
2)  Poesia para gente jovem
3) Sonho Ruim 
(Planeta Resto) 
Lado 2 : 
1) Semente
2)Luz do Horizonte  
O vocalista 
Edilson "Nenê" Rodrigues, não tinha um vocal potente. Sua emissão vocal 
era miúda, mais a assemelhar-se a um cantor de Bossa Nova. Contudo, sua 
contribuição para a banda foi enorme, com composições, letras e boas ideias 
boas para arranjos. 
Segundo disseram-me, a ideia seria que atingisse um vocal
ao estilo do Flávio Venturini, quase sob um falsete, em suas intervenções n'O
 Terço e 14-Bis. E além do mais, ele tocava um violão interessante, para dar uma 
pitada MPB ao trabalho, que certamente conferiu ao Aura, uma 
particularidade a mais para ser enaltecida. 
Quanto aos demais componentes, estavam 
afiados, e com ótimas participações no trabalho. Tenho uma cópia desse 
trabalho, em formato de uma fita K7, que vou digitalizar em breve. Não pretendo lançar 
nada no You Tube, todavia, pois trata-se de um trabalho alheio, onde 
minha participação foi externa. Sendo assim, não considero-me no direito em
passar por cima da vontade deles, embora a banda tenha deixado de 
existir, há muitos anos. 
Foi a primeira oportunidade que tive para atuar 
como produtor de um trabalho onde não estive envolvido como músico, 
diretamente, e diverti-me muito nessa função, fora o prazer em ver uma 
ótima banda jovem a dar seus primeiros passos na carreira. E por sorte, 
com um trabalho calcado em uma estética artística super agradável, que eu 
adoro, e sob um momento que gerou-me um bem enorme, pois eu estava finalmente 
a ver a década de oitenta terminar, e sendo assim, minhas esperanças em 
dias melhores para o Rock renovar-se. 
Quando o Aura fechou contrato, e 
foi gravar o seu LP como "Via Lumini" (em uma terceira troca de nome, portanto), sabia que procuraria um produtor 
profissional, com maior conhecimento de áudio etc e tal, mas eu alimentei esperança de que chamar-me-iam para acompanhar as sessões, mesmo que sob a condição de um simples visitante, apenas. Isso não ocorreu, e confesso que fiquei um pouco 
chateado, mas esse melindre de minha parte não tinha nenhuma razão de ser, e logo 
dissipou-se. Acompanhei à distância o desenvolvimento deles; algumas 
resenhas positivas que saiu na mídia especializada; anúncios de shows, e a 
gravação do segundo álbum.  
Soube da mudança de vocalistas, com a 
entrada do excelente, João Kurk (foto acima, vocalista do Terreno Baldio) etc. Infelizmente, a 
banda lançou-se em uma época difícil, e dentro de um país avesso ao gênero. Se 
estivessem na Itália ou Japão, seriam reverenciados, mas no Brasil, 
monoliticamente subserviente ao manifesto punk'77, é muito difícil 
vencer essa barreira. Vi pela última vez nessa ocasião da gravação da demo-tape, em 1990, o vocalista, Edilson, que era 
extremamente inteligente e gentil, como pessoa. O 
guitarrista, Cézar Pacca, esteve em minha residência para uma visita, 
acompanhado de Fernando e Marcelinho, em dezembro de 1991, quando
contaram-me as novidades boas sobre o rebatizado, "Via Lumini".  
O Marcelinho
 Carioca chegou a assistir um show da Patrulha do Espaço em 2002, em uma 
casa noturna em São Bernardo do Campo, e na época do Pedra, fez contato 
comigo, pois estava a trabalhar com um selo próprio, e cogitou assim, lançar um CD 
do Pedra. Soube que também tocava pela noite, com um "Van Halen cover". 
O 
baterista, Fernando Loia, algum tempo depois, tornou-se um músico muito 
requisitado no meio do Blues, e o é assim até hoje. Ele toca no "Irmandade 
do Blues", e eu cheguei a vê-lo em ação ao ar livre, em um evento que 
acontecia no saguão de lounge do Centro Cultural São Paulo, chamado 
"Terça Blues". Costumava lotar, e em um desses dias, em 1998, o 
vi a apresentar-se. E o tecladista, Mauro Cannalonga, é muito requisitado no
 mundo das bandas cover / tributo. Toca de tudo pela noite, e principalmente em bandas 
tributo de Hard-Rock e Prog Rock setentista. 
Lembro-me dele a tocar com a banda cover
 de Deep Purple, liderada pelo vocalista Abdalla Kilsam, onde o Xando Zupo e Ivan Scartezini
 do Pedra, chegaram a tocar, também. Essa foi a minha participação como 
produtor da fita demo do Aura, pré-história do ótimo, Via Lumini. Acrescento que jamais sonhei em tornar-me um produtor musical, pois um produtor profisional, de fato, precisa ter domínio completo de estúdio. 
Ali eu fui apenas um 
músico mais experiente que eles, a ajudar, com pequenas dicas pontuais, baseado na minha experiência pregressa, por ter gravado várias Demo-Tape e alguns álbuns, até então. Mas confesso que foi uma 
tremenda experiência prazerosa estar envolvido como produtor de um 
trabalho, onde eu não participaria como músico. É muito diferente 
você opinar quando não é a sua banda, sua música, ou o seu instrumento. 
Essa isenção é muito interessante para buscar o melhor para a banda, sem
 considerar interesses pessoais. Como produtor, busca-se o melhor para a
 banda e não para um músico em específico, fato comum entre egos 
inflados, e momento crítico, onde muitas bandas geralmente brigam e dissolvem-se. Eu teria mais duas experiências como produtor de estúdio em outras bandas, onde não seria um componente, e no momento oportuno da cronologia, comentarei sobre tudo isso. 






 
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