terça-feira, 29 de abril de 2025

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 166 - Por Luiz Domingues

Carlinhos Machado a gravar um tambor na parte renascentista da música "E o que resta é a canção". 5 ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de janeiro de 2025. Click e acervo: Luiz Domingues

Ano novo com atividades logo nos primeiros dias é sempre renovador para qualquer ramo de atividade e no campo da música, especificamente do Rock, é também um sinal de bom agouro, no sentido de que em nosso nicho, os trabalhos longevos são raros, pois grupos de Rock tendem a ficar restritos ao campo da efemeridade. Ou seja, a cada ano que uma banda se mantém em atividade é para se comemorar. E especialmente no caso desta banda com um histórico de sobrevida excepcional, algo ocorrido tantas décadas depois de seu desfecho inicial na década de setenta, mais ainda.

E foi assim que o Boca do Céu entrou em estúdio no dia 6 de janeiro de 2025, para cumprir a 6ª sessão das canções "E o que resta é a canção" e "Instante de Ser".

Nesta 6ª sessão das músicas citadas e primeira realizada no ano de 2025, faltava o Osvaldo Vicino cumprir as suas partes nas duas canções e gravarmos a percussão no trecho "renascentista" de "E o que resta é a canção", além de um detalhe do alaúde na mesma música.

Osvaldo Vicino a gravar a guitarra base de "Instante de Ser". 5 ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de janeiro de 2025. Click e acervo: Luiz Domingues

O Osvaldo começou a gravar com guitarra a sua base para a música "Instante de Ser" e como já havia a base arpejada feita por Wilton Rentero, a intervenção dele foi mediante uma linha de guitarra mais rítmica, a impor a marcação da divisão com acentuações e assim a demarcar bem o sentido da fórmula de compasso em 6/8.

Com timbre bem médio-agudo da Fender Stratocaster, a sua base ficou muito eficiente para a música a realçar o sentido do 6/8 e a imprimir swing, a se diferenciar positivamente da outra base gravada por Wilton Rentero e dessa forma, logicamente a realçar a música. 

A seguir, mediante uma outra guitarra Osvaldo Vicino gravou o solo inicial da parte A da mesma música, com andamento mais lento e sob o 4/4 na fórmula de compasso. Seu solo foi concebido para soar bluesy, bem no estilo do David Gilmour do Pink Floyd. 

Osvaldo Vicino a gravar a guitarra solo de "Instante de Ser". 5 ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de janeiro de 2025. Click, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima ("Moah")/Produtora Bicho Raro

Esse solo ficou magnífico, exatamente coadunado com o espírito dessa parte A da música, a fazer com que o Boca do Céu tivesse o seu momento "Canterbury" por soar tão parecido com o Pink Floyd nessa fase do final dos anos sessenta, e assim, nos agradar em cheio pela inspiração tão nobre que tivéramos.

Cumpridas essa duas etapas do Osvaldo Vicino para encerrar a sua participação em "Instante de Ser", faltava o violão de 12 que ele planejou acrescentar em "E o que resta é a canção".

Mediante uma estilo de base mais solta a realçar a ressonância típica desse tipo de violão e assim se cumpriu, dessa forma não apenas ajudou a encorpar ainda mais a base dessa música, como trouxe tal elemento sutil das frequências mais agudas para imprimir um brilho especial para a base.

Na primeira foto, dentro da sala de gravação e na segunda, Osvaldo Vicino visto a gravar o violão de 12 cordas pela perspectiva da sala técnica. 5 ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de janeiro de 2025. Foto 1: click, acervo e cortesia de Moacir Barbosa de Lima ("Moah")/Produtora Bicho Raro. Foto 2: click e acervo de Luiz Domingues

Ouvimos tudo com atenção e gostamos muito do resultado obtido até aquele ponto, com as duas músicas encorpadas, e já com alguns ornamentos prontos e também com solos oficiais, ou seja, mesmo antes do acréscimo dos teclados que havíamos planejado que fossem executados da parte do nosso convidado, Rodrigo Hid, e das vozes do Laert e possivelmente de convidados para cumprir os backings vocals, nesta altura dos trabalhos, as duas músicas já soavam de forma espetacular.

Como o Osvaldo foi ligeiro para gravar as suas partes, sobrou tempo na sessão e nós partirmos para a gravação do alaúde base da parte renascentista de "E o que resta é a canção". Seria uma intervenção pontual a acentuar acordes e fundamental para encorpar tal vinheta.

Wilton Rentero a gravar o alaúde base no trecho "renascentista" da música: "E o que resta é a canção". 5 ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de janeiro de 2025. Click, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima ("Moah")/Produtora Bicho Raro

Gravado o segundo alaúde com eficácia e rapidez, eis que chegou a vez da percussão. O Carlinhos Machado foi meticuloso a estudar bem a divisão rítmica desse tema, por que pesquisou bastante sobre música medieval, renascentista (e até barroca), e mediante as possibilidades das quais dispunha, ele compôs um arranjo que eu julguei ter sido incrível, tanto na execução musical de tal concepção, quanto na solução obtida em termos de timbres. 

Havia sido ventilada a ideia do uso de guizos e de um tambor de médio porte com característica desse tipo de abordagem de música mais centrada no Folk europeu dos séculos XIV a XVI.

Carlinhos Machado a gravar percussão no trecho "renascentista" da música: "E o que resta é a canção". 5 ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de janeiro de 2025. Click, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima ("Moah")/Produtora Bicho Rar

Portanto, mediante o uso de um tambor não exatamente adequado para esse tipo de música tão específica mas a simular com bastante fidelidade tal atmosfera e um simples pandeiro "meia-lua" acionado sem fricção, mas apenas a receber leves pancadas da palma da mão, mas com ele estático, eis que o Carlinhos Machado conseguiu nos transportar através de um túnel do tempo para algum castelo medieval europeu em meio a um banquete feudal ao som de artistas menestréis a entreter as pessoas ali presentes.

Simples na sua concepção musical, mas de uma eficácia absurda para o que almejáramos para esse tema em tom de vinheta, a gravação feita pelo Carlinhos Machado nos deixou felizes pela sua plena resolução. 

O alaúde de Wilton Rentero usado no trecho "renascentista" da música: "E o que resta é a canção". 5 ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de janeiro de 2025. Click, acervo e cortesia: Wilton Rentero

E assim transcorreu a 5ª sessão para iniciarmos muito bem o ano de 2025. Nesse dia já tivemos a 6ª sessão marcada com o nosso convidado Rodrigo Hid a confirmar a sua participação para gravar teclados e essa sessão só para cumprir tal tarefa veio logo a seguir, ainda nos primeiros dias de janeiro.

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Vídeo  - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/zI3wzNBq79w

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/a415abvs638

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Vídeo  - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/Aiz0GBMVpyg

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/1l08eseDe_U

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/dFjFx3RvzdU  

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/IqSqTvYSaNc

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/Ow7Mh0AClGE

"E o que resta é a canção" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

https://youtu.be/P30FuNzM6eo 

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/9tKzrc1ZoF0

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/co1rvQNxKNg

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/GaHIVC581VU

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/GPtbyN2qicQ

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/BEBBqsrSb9M

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/VxKeVcJ7TKo

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/iD5a8aL8HTs

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/Ab71N8CcL1E

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/FXU-tnNhb7c

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/iMmROoXjq9M?feature=share

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/K_aZt3OpNkU

"Instante de Ser" - 5ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/_FxIG1YLNBI

"Instante de Ser" - 5ª sessão -Estúdio Prismathias - São Paulo - 6 de janeiro de 2025 - Edição: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/RKMPgL6Bf8o

Continua...

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 165 - Por Luiz Domingues

Wilton Rentero a gravar o alaúde. 4ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 26 de dezembro de 2024. Click e acervo: Luiz Domingues

Passado o dia de natal, logo em 26 de dezembro de 2024 nos reunimos para dar andamento ao trabalho através da 4ª sessão de gravação das músicas: "E o que resta é a canção" e "Instante de Ser".

Desfalcados de Laert Sarrumor e Osvaldo Vicino, usamos essa sessão para gravar todas as partes de Wilton Rentero para as duas canções em fase de produção. Nesse caso, Wilton precisava gravar o solo de "E o que resta é a canção" e diversos contrasolos, além da base de de "Instante de Ser" e se houvesse tempo, o solo dessa música, igualmente.

E mais um dado: havia surgido a ideia, ainda na fase dos ensaios residenciais de preparação dessas duas músicas, de acrescentarmos uma vinheta ao final da música: "E o que resta é a canção". E tal vinheta seria uma insinuação da própria música em si, mas com ambientação ao estilo "renascentista". Tal ideia prosperou de uma forma muito natural no sentido de que sabíamos desde o início do processo do resgate, que o Wilton Rentero tocava entre outros instrumentos, o alaúde medieval e o possuía à sua disposição no seu arsenal de instrumentos. Então, entre 2021 e 2022, mediante os ensaios preliminares que realizamos nesse período, especulávamos sobre o uso do alaúde em alguma canção a esmo, sem necessariamente haver uma vinheta com ambientação medieval, renascentista, barroca ou algo nesses termos de música folk europeia antiga ligada ao campo da música erudita de uma maneira geral.

Mas eis que nesse ponto de novembro de 2024, quando dos ensaios residenciais preliminares, surgiu a ideia dessa vinheta construída de uma forma deliberada nesses termos, e predisposição essa aclamada por unanimidade. 

Wilton Rentero a gravar o alaúde. 4ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 26 de dezembro de 2024. Click e acervo: Luiz Domingues

Em termos de produção prática no estúdio, começamos a gravar a música em si e deixamos para gravar a vinheta depois, pois tal trecho, planejado para ter entre 40 a 50 segundos aproximadamente, só poderia ser montado em torno da gravação do alaúde e na verdade, haveria dois alaúdes, com um solo e o outro a desenhar a  melodia primordial.

Mas a 4ª sessão se iniciou na verdade com a gravação dos solos e contrasolos da música, "E o que resta é a canção". 

Wilton Rentero a gravar a guitarra. 4ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 26 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Nesses termos, o contrasolo do início da canção foi gravado e tal detalhe conferiu à canção o "toque beatle" inevitável e com as bênçãos celestiais advindas da parte do "Mahatma" Harrison, aonde quer que ele estivesse em sua vida fora do mundo material.

Mais alguns contrasolos pontuais foram gravados e claro, o solo final que ficou bem melódico e muito bem engendrado. 

A seguir, Wilton Rentero gravou a base arpejada de "Instante de Ser" e o seu solo final, ficando tudo muito bom.

Wilton Rentero a gravar a guitarra. 4ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 26 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Sobre a base arpejada de "Instante de Ser", seguimos o planejamento à risca no sentido de haver uma base sólida e diferenciada entre as duas guitarras previstas para atuar nessa missão harmônica. E ficou bem robusta a base arpejada feita pelo Wilton Rentero, mediante o uso de uma guitarra Epiphone SG e tanto ficou bom o timbre encorpado da guitarra, que imediatamente nos lembramos do som produzido pelo guitarrista Frederico, popular "Fredera", membro do super grupo mineiro dos anos setenta: "Som Imaginário", e claro que nos animamos muito com a comparação tão inspiradora. 

A seguir, o solo da mesma canção foi gravada e desta vez, a impressão que tivemos foi de que tal construção da parte do Wilton Rentero nos remetera ao som de Toninho Horta, pelo caráter fluídico, viajante, além de uma certa influência jazzistica. Em suma, outra excelente comparação para nos orgulhar e animar sobremaneira a respeito da roupagem que essa canção estava a adquirir.

Wilton Rentero a gravar o alaúde. 4ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 26 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

E por fim a sessão entrou no início da elaboração da parte "renascentista" da balada "E o que resta é a canção", ou seja a gravação do alaúde principal, pois em torno dessa referência seria que os outros instrumentos entrariam e nesse caso, pensamos em uma percussão bem característica desse período entre o medieval e a renascença e talvez uma flauta doce nesse mesmos moldes, além é claro, do segundo alaúde para pontuar a harmonia do tema. Mas tudo isso seria feito na sessão subsequente, pois a missão nessa 4ª sessão ficara circunscrita à gravação do primeiro alaúde de referência.

E assim foi concluída a 4ª sessão de gravação das músicas "E o que resta é a canção" e "Instante de Ser", de uma forma produtiva e muito animadora para a nossa banda.

Nos bastidores da gravação, Carlinhos Machado comanda a selfie na sala técnica (Danilo Gomes Santos e eu, Luiz Domingues, ao fundo  enquanto Wilton Rentero gravava na sala ao lado. 4ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 26 de dezembro de 2024. Click (selfie), acervo e cortesia: Carlinhos Machado

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/EI48Unic0b8

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/Jd0g5dJSXL8

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/vhvX1nLxr3c

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/5qZ-XM1ds6E

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/1Qjfcn2WHi4

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtube.com/shorts/gUK9kW-pKcc?feature=share

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/Dfh-Y6lxtFU

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/68FWJo_jruM

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/Go5jPeaLZ60

"E o que resta é a Canção" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024. Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/NpKJjepi4oI 

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/3PEtGRLAk4o

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/OO2H8sbFSg4

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/n_dV4QPPzhk

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/LJS1nyI5rdk

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/rTPZ6ARSBFU

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/HrPAFch6tMI

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/9fZgNs0uFsE

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/jXag-epQBd4

"Instante de Ser" - 4ª sessão- Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/sW5CnFNfaW8

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/UGmD_JUABXk

"Instante de Ser" - 4ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 26 de dezembro de 2024 -Filmagem e acervo: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/U_sJ4ALOblc?feature=share

E assim fechamos o ano de 2024, com um saldo espetacular. Entráramos nesse ano ainda sob os ecos super animadores gerados da música "1969" e sua repercussão midiática incrível ao final de 2023. De pronto soubemos que teríamos um show para cumprir em fevereiro de 2024, e assim nos preparamos para tal apontamento histórico que marcou a nossa volta aos palcos depois de longos 46 anos decorrentes desde a última apresentação que fizéramos em 1978. 

Concomitantemente, já entramos em trabalho de preparação de mais quatro músicas, para voltarmos ao estúdio e avançamos nessa tarefa com muita alegria. 

Passado mais um tempo, fizemos um belo show em um teatro e logo a seguir, o primeiro show dessa banda fora da nossa cidade natal e para fechar o ano de 2024 em grande estilo, entramos em estúdio para começar a gravar mais duas músicas que haveriam de ser concluídas em 2025.

Em síntese, quantas conquistas para uma banda que teve uma segunda e inacreditável segunda oportunidade e desta vez a lograr muito êxito, ao ponto de validar plenamente o conceito: "antes tarde do que nunca".

Continua...

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 164 - Por Luiz Domingues

Osvaldo Vicino a gravar a guitarra. 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

De imediato, Osvaldo Vicino se preparou para gravar. A ideia inicial foi gravar a base de guitarra de "E o que resta é a canção". Sob um timbre bem característico da Fender Stratocaster, a base número 1 foi feita com bastante agilidade e qualidade. O casamento da guitarra com o baixo aveludado e a bateria super encorpada, ficou excelente e nos animou demais.

Osvaldo Vicino a gravar a guitarra base 1. 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Eis que resolvemos investir nas bases nessa 3ª sessão, deixando as demais intervenções de solos e contrasolos para uma sessão específica. Portanto, a ideia foi dar continuidade nessa dinâmica e assim, o Wilton Rentero se preparou e gravou a seguir a segunda guitarra base, esta, com o som encorpado da Epiphone SG e mediante uma concepção diferente de atuação, ou seja, a se tratar de uma base arpejada, para exatamente se diferenciar e se colocar como um adendo e não como um dobro da guitarra feita pelo Osvaldo Vicino.

Wilton Rentero a gravar a guitarra base 2. 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Com mais uma guitarra gravada, já deu para separar uma da outra no "pan" e sentir os timbres e levadas diferenciadas de ambas, o que nos agradou muito. Somado ao baixo e bateria firmes ao extremo, a música assegurou uma base espetacular e desta feita, já nos antecipou a impressão que mesmo sem vozes e acabamentos extras, já ficara espetacular. Ficamos surpreendidos positivamente com a feição Soft-Pop que ela adquirira mediante tal roupagem.

E como ainda sobrou um tempo razoável e o Wil havia levado o "charango", resolvemos aproveitar para ele gravar tal detalhe que em tese, seria gravado na sessão posterior, junto ao violão de 12 cordas também planejado para atuar.

Neste caso, a ideia inicial partira de minha pessoa, na medida em que desde os primeiros ensaios de 2021, quando começamos a estruturar tal música, logo no início da canção, após a conclusão do primeiro verso cantado, eu havia me acostumado a assoviar uma singela melodia como contraponto à voz. Essa ideia agradou a todos e foi incorporado ao arranjo definitivo. Em princípio, queríamos gravar o assovio humano mesmo, mas com o avançar da produção, achamos por bem cumprir tal intervenção mediante um instrumento. 

Muitas ideias surgiram nesse sentido. Flauta ou gaita, guitarra ou violão, teclados, violino, enfim, foram pensadas várias alternativas, até que ao pensar no som do Beto Guedes, eu imaginei tal frase a ser realizada por um bandolim, bem naquela predisposição de usar a palhetada rápida no padrão de notas semi-fusas, bem ao estilo de música folk italiana.

Wilton Rentero a gravar o som do charango. 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Sugeri isso ao Wil que tinha um bandolim em casa e costumava tocar chorinho com desenvoltura. Mas ele fez a contraproposta de fazer o mesmo no "charango", um típico instrumento andino/latino-americano, muito usado em música Folk latino-americana em geral, mas com predominância das tradições indígenas equatorianas, bolivianas e peruanas.

Ele de fato tentou fazer o fraseado proposto para o bandolim no charango, mas simplesmente não deu certo, por uma questão de mobilidade do instrumento que mantém uma distância maior entre uma corda e outra. 

Então ele improvisou uma concepção diferente, mas a respeitar a frase inicial criada pelo assovio e ficou ótima. Lembro-me até do Danilo Gomes Santos a exclamar quando de uma das tomadas do charango concluídas, que estava linda a intervenção.

Alguns dias depois o Wilton entrou em contato comigo e me disse estar arrependido, pois deveria ter gravado com o bandolim como inicialmente fora ventilado. Muito provavelmente ele tenha pensado corretamente ao se arrepender da escolha adotada, mas o fato foi que o charango ficou muito bonito a imprimir um timbre exótico e sob um estilo não exatamente condizente com o que se espera desse específico instrumento, no entanto, tal mudança de planos valeu a pena na minha opinião.

Wilton Rentero a gravar o som do charango. 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

E assim transcorreu a 3ª sessão de gravação das músicas "E o que resta é a canção" e "Instante de Ser". No caso, nesta 3ª sessão, apenas o baixo de "Instante de Ser" fora gravado, pois as guitarras base foram concluídas para concluir tal etapa de: "E o que resta é a canção". Como se aproximava a época de festas de final de ano e o estúdio fecharia por alguns dias, combinamos de retomar os trabalhos logo após o natal.

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/shorts/LHp9E3OmAk0

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/RiWU_w9DdEs?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/efCpuexuhmc?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/y0wiJhuHyRU?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/NukOwyXwhaU?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/qkZxqAjyLYI?si=-0UU4sZDHGDJYMQ

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtube.com/shorts/wX4r0knIWko?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtube.com/shorts/PhgjVs0GWu8?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtube.com/shorts/8HQQkSHKqeo?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtube.com/shorts/AksboJdLXkU?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtube.com/shorts/snFgCOVP7q8?feature=share

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/SRTFmwsAAb4

"E o que resta é a canção" - 3ª sessão - Estúdio Prismathias - São Paulo - 10 de dezembro de 2024 - Filmagem, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtube.com/shorts/qkZxqAjyLYI?si=-0UU4sZDHGDJYMQ

Continua...

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 163 - Por Luiz Domingues

Eu (Luiz Domingues) a gravar o baixo de: "E o que resta é a canção". 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Uma semana depois, nos reunimos novamente nas dependências do estúdio Prismathias de São Paulo. Com a bateria das novas músicas concluídas, imediatamente iniciamos a 3ª sessão com a gravação do baixo para ambas.

Optei por gravar primeiro a balada: "E o que resta é a canção", Dessa forma, no uso do Fender Jazz Bass, alcancei um belo timbre grave no amplificador e na soma com o sinal da linha, ficou absolutamente semelhante ao timbre de baixo usado pelo saudoso, Dee Murray, baixista que gravou os melhores discos de Elton John e que muito admiro. Modéstia a parte, creio ter sido uma escolha acertada e sobretudo uma inspiração bem escolhida para essa música tão delicada em sua tessitura harmônica e melódica.

Aliás, era para ter tido uma outra feição essa música, algo mais próximo do conceito do Rock Rural setentista brasileiro, logo que começamos a trabalhar com ela entre 2021 e 2022, mas eis que ela ganhou na verdade uma feição mais pop, algo entre o Soft-Rock e o "Sunshine Pop", esta, uma obscura vertente que misturou conceitos do Folk-Rock com a música Pop quase popularesca a flertar com o Country, pode-se afirmar. Se em princípio pensávamos no som do Jim Croce ou Gram Parsons como inspiração ou mesmo do Tavito para ficar no conceito do Rock Rural brasileiro, na prática a música ganhou a feição do Bread, digamos assim.

Eu (Luiz Domingues) a gravar a música "Instante de Ser". 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Já para gravar "Instante de Ser", eu optei pelo uso do Fender Precision, pois sabia que precisava atingir o som de Roger Waters na parte A da música, em 4/4 e na parte B, eu pensei em emular uma sonoridade mais pesada, a aproveitar o andamento rápido em 6/8 para "passear" mais na linha e ante tais frases mais elaboradas e permeadas pelo improviso, eu calculei que a ranhura médio-agudo marcante desse modelo de baixo, seria a mais adequada.  É claro que a minha inspiração foi o som de Arnaldo Brandão com os Doces Bárbaros e Rubão Sabino a tocar com Gilberto Gil, ou Dom Salvador & a Abolição, entre outros trabalhos incríveis que ele fez (Toni Tornado, sem me esquecer).

No caso de "E o que resta é a canção", foi uma tomada apenas, muito tranquila e com apenas uma correção pontual gravada antes mesmo da audição geral, pois eu sabia aonde havia falhado exatamente. Gostei demais do timbre, da linha construída com bastante simplicidade e com apenas duas intervenções bem pontuais que eu criei, a conferir um toque melódico sutil e que eu (e também os companheiros), gostaram muito.

Eu (Luiz Domingues) a gravar o baixo de: "E o que resta é a canção". 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

E sobre "Instante de Ser", a linha da parte A  foi construída sob a égide da extrema simplicidade a marcar a tônica de cada acorde e acentuar a sua respectiva oitava. Porém, a ideia foi de fato me inspirar nesse tipo de condução super característico do estilo do Roger Waters em tema de andamento lento, a cimentar a parte rítmica com a bateria e consequentemente abrir espaço para as guitarras viajarem embaladas pelo som do órgão Hammond. Em síntese, o típico estilo "Space-Rock" do Pink Floyd e de tantas bandas congêneres (Frumpy, Jane, Nektar, Soft Machine etc).

Eu (Luiz Domingues) a gravar o baixo de: "E o que resta é a canção". 3ª sessão. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 10 de dezembro de 2024. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

E claro, com um timbre vigoroso de Fender Precision, o peso que isso haveria de ganhar, logicamente aliado ao timbre metálico da frequência média-aguda, isto é, algo meticulosamente planejado, ficou assegurado como eu planejei.

Sobre "Instante de Ser", por ter sido gravado em duas etapas, foi uma gravação um pouco mais demorada, mas igualmente tranquilo. Gravei muito tranquilamente a parte A com aquele vigor que eu imagina e que casou-se de uma forma incrível com a bateria. O peso que a "cozinha" ganhou e com ambos os instrumentos com timbres belos, muito nos animou ao término da sessão de audição.

E na parte B da música, a ideia foi buscar uma linha bem mais agressiva e livre, com toque da Soul Music e sob uma generosa dose de improviso. 

E como sobrou bastante tempo, de imediato partirmos para a gravação das guitarras base de Osvaldo e Wil!

Continua...

domingo, 13 de abril de 2025

Autobiografia na música - A Chave do Sol - Capítulo 455 - Por Luiz Domingues

O ano de 2024 transcorreu enfim com aquela perspectiva de que o decantado show de reunião e homenagem ao Rubens Gióia seria confirmado a qualquer instante. A proposta formal de um projeto por escrito fora preparada pela Marcinha Oliveira, empresária do Língua de Trapo e também do Boca do Céu, ao propor um mini festival a conter quatro shows previsto para dois dias, com possibilidade de três.

A ideia seria ter o mote em torno de artistas que apresentar-se-iam na mesma noite com uma banda na qual foram membros no passado e também com a atual daquele momento. 

Neste caso, Laert Sarrumor tocaria com o Boca do Céu e na mesma noite com o Língua de Trapo. Eu também faria uma participação com o Língua de Trapo por ter sido membro dessa banda e tocaria com o Boca do Céu.

No dia seguinte, A Chave do Sol faria o show tributo pelo Rubens Gióia e no caso, a minha presença como membro dessa histórica banda seria completada pelo show d'Os Kurandeiros a seguir, minha então banda da atualidade.

E ainda haveria a perspectiva de uma extensão do festival, novamente com uma banda minha do passado, o Pitbulls on Crack que faria o show de lançamento de dois discos "bootleg" que eu estava a produzir desse grupo e a seguir, aconteceria um segundo show d'Os Kurandeiros ou mesmo do Boca do Céu.

O projeto foi intitulado como: "Ontem e Hoje", para sinalizar essa questão dos músicos envolvidos com trabalhos do passado e do presente.

Muito bacana o projeto, com pelo menos três bandas de renome  envolvidas, certamente que todos os envolvidos criaram boas expectativas. No entanto, o tempo se pôs a passar e a resposta não chegava nunca.

Foi quando uma pessoa cuja identidade não vem ao caso mencionar, contudo a se mostrar como uma fonte fidedigna me confidenciou que ouvira uma pessoa ligada à produção do local que pleiteamos organizar o mini festival e que a segunda frase fora proferida por esse rapaz: "tem projeto que nem precisa de análise para saber se dará certo ou não. Esse não "vira".

Ora, eu até respeitaria a opinião, acaso ela fosse formalizada como um resposta oficial à nossa empresária, mas o ano de 2024 finalizou-se e isso não aconteceu. Lamentável o descaso e muito discutível a opinião do rapaz, para dizer o mínimo.  

Para os fãs das quatro, quiçá cinco bandas envolvidas nesse projeto, eu lastimo um tipo de colocação desse porte. 

Mas a grandeza d'A Chave do Sol não se abala com uma suposta negativa dessa monta e assim, tivemos ao longo de 2024, como de costume, menções, citações, execuções radiofônicas e aí sim, a memória da banda se manteve engrandecida. Ao contrário da opinião do rapaz, a nossa extinta, porém querida banda, "virou".

Na edição 393 do programa "Só Brasuca" pela Webradio Crazy Rock, com sete execuções de 17 a 23 de agosto de 2025, a música "18 horas", nosso tema instrumental lançado no longínquo ano de 1984, tocou.
"Change my evil ways", canção que lançamos em 1987 através do LP "The Key", foi a música escalada para tocar no programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock em sua edição de número 400 e a música tocou por sete vezes entre 21 e 27 de setembro de 2025

Programa "Vinil no Brasil" pela Webradio Orra Meu, tratou por analisar grandes álbuns do Rock nacional e internacional e naturalmente que fiquei honrado por ver o LP The Key em meio aos discos elencados, quase todos de artistas gigantescos dos anos setenta. 30 de setembro de 2024.

Na semana de 21 a 27 de dezembro de 2025, a música "Sun City" que lançamos no ano de 1987, através do Lp The Key, tocou por sete vezes no programa "Só Brasuca" pela Webradio Crazy Rock

E para encerrar o ano de 2024, a nossa banda recebeu a indicação de dois radialistas da Webradio Orra Meu para constar no programa "Hall da Fama", em 30 de dezembro como um especial de Reveillon. Cesar Freitas e Marcos Almada escolheram "18 horas" e "Sun City", respectivamente, para nos representar no especial promovida pela emissora. Fiquei naturalmente honrado com as nomeações. 

E para celebrar tal resultado, a emissora produziu dois "clips" especiais, um para cada música, com imagens a mesclar a banda nos anos oitenta com ilustrações e animações modernas. Clips singelos, mas sinceros da parte da emissora, é claro que fiquei feliz por isso.

1) A Chave do Sol - 18 horas - Clip 2024 - Produção e edição: Emmanuel Barreto/Webradio Orra Meu 

Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=JXnOW0Mn8ns

2) A Chave do Sol - Sun City - Clip 2024 - Produção e edição: Emmanuel Barreto/Webradio Orra Meu 

Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=wUG9kLarxaM

Bem, e assim se encerrou o ano de 2024 para a nossa banda extinta, mas eterna.

A perspectiva de um show reunião, ficara difícil na opinião de um visionário de plantão, mas eu ainda não desistira e dessa forma, mantive as esperanças.