segunda-feira, 30 de julho de 2012

Zigue-Zague - Por Julio Revoredo

Topos

Zoos

Erosão

Zigue-zague
Zigue-zague

Zague-zigue.

Erosão

Zoos

Topos

Zigue e zague

Vastidão

Zigue e zague
Zague e zigue

Zigue-zague

Almoço

Zigue-zague

Zague-zigue

Zigue-zague

Zague-zague

Extinção.

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas em que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. Neste poema, ziguezagueou em suas divagações intrigantes.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Antonio Celso, o DJ da Rádio Excelsior - Por Julio Revoredo


Quando se toca no assunto sobre DJ's de Rock, as pessoas mais ou menos na faixa dos 50 anos para mais, não se esquecem do lendário Big Boy, pela sua cultura extensa e ao mesmo tempo pela loucura, chegando a lembrar o Chacrinha.

Mas é hora de prestar uma homenagem à um DJ que marcou muito e que não teve a visibilidade do Big Boy, pois este aparecia também na TV Globo.
Para mim, que cheguei a escutá-lo na rádio Excelsior nos anos 70, o que marcou foi sua incrível voz e inteligente fluência verbal, junta à sua imensa cultura musical daquela época.

Antonio Celso Cipolla nasceu em Jaú-SP, onde começou como locutor aos 16 anos.
Aos 18, entrou na Jovem Pan, passou pela Excelsior, Tupi, voltou para a Pan e para a Excelsior, criando "A Máquina do Som".

Ficou na Excelsior de 1967 a 1980.

A história da Excelsior (A Máquina do Som), começou em 1968 e durou até 1980.
Nesse período, fez história como a grande Rádio do Rock dos anos 70, criando títulos para seus programas, como : Flashback, Rocktime, Cashbox, Superstar, Billboard e Peça Bis para...

Em 2008, Antonio Celso lançou "Excelsior - A Máquina do Som", na Internet.


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. Nesta matéria, ele mostrou a trajetória de Antonio Celso, um DJ que fez história no radialismo brasileiro e sobre o qual, nutre admiração confessa. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ao que Fagulha - Por Julio Revoredo

Ao que desvidra o entóptico espelho

O  sobrevoo do evar e essa lente
Ar condicionado de inspiração,

Dos díspares.

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas em que compusemos juntos, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. Neste poema, ele fala sobre a criação em seu próprio reflexo.

sábado, 21 de julho de 2012

Autobiografia na Música - Boca do Céu - Capítulo 12 - Por Luiz Domingues

Essa foto acima, é o mais remoto registro fotográfico da minha carreira na música. Trata-se da formação em quinteto do Boca do Céu, quando o guitarrista Wilton Rentero entrou para a banda, aproximadamente em março de 1977. Não tenho a data exata da foto, mas pelos trajes leves, deduzo ser ainda de março, mais tardar, no início de abril de 1977.

Foi clicada no corredor lateral de minha residência na época, que dava acesso independente à edícula onde realizávamos nossos ensaios, nessa fase da banda. Da esquerda para a direita : Laert "Sarrumor" Julio (voz e teclados); Fran Sérpico (bateria); Wilton Rentero (guitarra); Osvaldo Vicino (guitarra e voz) e eu, Luiz Domingues (baixo). A camiseta do Laert e a minha, foram pintadas manualmente por ele. Na dele, tem uma ilustração de seu próprio rosto, e na minha, apesar de pouco visível nessa foto, trata-se do logotipo da banda britânica, "Rainbow". Apoiado nas minhas pernas, está o meu primeiro baixo, que já citei anteriormente nesta autobiografia. Era um baixo Handmade, imitação de Hofner.

Continua...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Esculpes o Revés - Por Julio Revoredo

Assola as tensões

Onipresente imperfeito

Sonhos adiados
Oportunidade

Escultura

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. É poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol; Sidharta e Patrulha do Espaço. Neste trabalho, deu seu recado de forma sintética.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A Timidez - Por Marcelino Rodriguez

Muito já se falou sobre a timidez, mas creio que erradamente e arrisco-me a dizer que muito pou-cos sabem o essencial do assunto. Vou dar meu tes-temunho de tímido assumido e nem um pouco inco-modado.
 
Em primeiro lugar, a timidez esconde tanto um pudor quanto um orgulho. Há coisas que envergo-nham ao tímido, que se for de boa safra, não suporta demonstrações esfuziantes de sentimento às vistas dos outros nem de que exponham sua privacidade, assim como respeita a privacidade alheia. Para o tími-do o amor é íntimo e fim de papo. 
 
Ele, o tímido, tem o dom da delicadeza e um orgulho imenso de viver no seu território de calma nervosa. Não é fácil tocá-lo, porque ele se esconde dentro da pele. E exatamente nisso que está dentro da pele é que o tímido não quer que toquem, sacaram?
O tímido sente vergonha pelos outros.
Possui antes estratégia que agressividade.
Intuição que racionalidade. O tímido fala manso e é desconfiado de que po-dem pensar mal dele, e tem medo de acusar o erro dos outros.
 
Ele quer sempre exalar que perto dele tudo está tranqüilo e todos podem sossegar abaixo da sombra da sua simplicidade e acolhimento. O tímido é humil-de porque sabe que é humano. Sabe das suas limita-ções, muito maiores que suas forças.
Ele tem verdadeiro pavor de incomodar ou de chamar atenção para o seu lado. E muitas vezes quando fala, fala da boca pra fora, pois essencial-mente ele só sai da sua pele para um lugar muito, mais muito aconchegante. 
 
O tímido procura ver a causa e não o efeito.
Não compreende nada que não seja essencial-mente sensível ou humano.
 
Sofre mais que os outros, porque não é indife-rente e tem senso comunitário. O tímido fica envergo-nhado de seus próprios tesouros.
Jamais posaria nu. Finge não ver o interesse predador nos olhos das pessoas. 
 
No amor é cortês, discretamente galante e serviçal. 
 
Tem pavor de badalações, aglomeração, exibicionismo.
O tímido sofre de um imperativo categórico que o faz praticar a mais antiga das religiões: a de ser natural.
Como veem, o tímido seleciona para não se perder no meio do barulho. O seu silêncio não é omisso. Ele age enquanto falam.
Suas segundas intenções são as primeiras. O tímido, na sua santa humanidade, quer apenas uma coisa: que o deixem em paz.
Publicado no livro "A Ilha"
 
 
Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2. Escritor prolífico, é um observador arguto da alma humana. Neste artigo, que é um trecho de seu livro "A Ilha",  discursa sobre a questão da timidez.

sábado, 14 de julho de 2012

O Sol de Júpiter - Por Julio Revoredo

O Sol de Júpiter em Lúcifer, arse

Do alto, arde

Do canto, haste
Do desconforto, hoste.

Se o preto não existe, o branco em mim agride e se persiste, abate.
O Sol de Júpiter é um zíper, adumbra o que desinça,

Assombra o que rebate.

Vagas luas, urdem-se, num complexo de árvores, na floresta isóceles.
No mergulho dos móbiles.

O Sol de Júpiter não arrefece, gravita, no que foi-se, instiga como o golpe da foice.

Nele não há o calor, nele tudo e descor e sobre, Lúcifer arde.

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas onde toquei : A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.
Neste poema, brinca com signos astronômicos, queda dos anjos e o fogo que arde para o bem e para o mal.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Todos Somos Dirigidos - Por Julio Revoredo

Tudo em vão, cega

Mas nada em vão, disseca-se

Procure o obscuro e terá a luz

Pois nada e tudo, nos induz.

Estamos aqui e não mais
Nesta vida, nem tudo é guerra ou paz

Alguns falam sobre o meio

Alguns falam sobre o eterno retorno

Alguns falam sobre a ilusão

A mim tudo me dá a impressão.

A de que somos dirigidos
A de que somos dirigidos

Através dos mistérios inconscientes da vida

Através do que nos falta, a ciência e a apreensão.


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. É poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. Neste trabalho, ele denuncia a prática da manipulação e massificação.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Autobiografia na Música - Boca do Céu - Capítulo 11 - Por Luiz Domingues

Em 1977, a cidade de São Paulo fervilhava com shows. Essa dinâmica vinha desde antes, pois em 1976, houvera várias maratonas de Rock que prosseguiram em 1977, por exemplo.

Foi em alguma noite de maio de 1977, cujo dia correto não recordo-me, que eu; Wilton Rentero e Laert Sarrumor fomos ao Tuca (Teatro da Universidade Católica - PUC), para assistirmos um show dos Novos Baianos. O show foi eletrizante do primeiro ao último segundo, como era a praxe daquela banda sensacional.
Na primeira parte, eles tocavam os temas mais acústicos com ritmos brasileiros e na segunda parte, ficava só a sessão elétrica no palco, a que chamavam de "A Cor do Som". Era como se fosse uma banda dentro da outra, mas logo a seguir, o ex-baixista dos Novos Baianos, Dadi, tratou de usar o nome para fundar uma outra banda com o mesmo nome e a história todo mundo conhece. Nessa hora, a veia Rocker deles explodia, literalmente, pois Pepeu; Jorginho e Didi, os três irmãos, simplesmente destruíam seus instrumentos para humilhar rockers radicais, que desdenhavam dos Novos Baianos por conta do preconceito pelo fato deles não serem cem por cento Rock'n Roll (supostamente), e ter esse lado brasileiro bem acentuado.


Lembro que o Wilton conseguiu a palheta do Pepeu na última música, e o quanto ficou eufórico por tal conquista. Aí o Laert Sarrumor tinha que ir embora, e eu e Wilton Rentero resolvemos ludibriar os seguranças do teatro, e tentar assim ficarmos para assistir a sessão maldita, gratuitamente. Naquela época, eram comuns as sessões duplas de shows de Rock, com o primeiro show às 21:00 h, e a segunda sessão à meia-noite, daí a alcunha: "Sessão Maldita". Conseguimos burlar a segurança, subir ao palco, e ao fingirmos estarmos a pedir autógrafos dos componentes dos Novos Baianos, aguardamos uma oportunidade e quando apareceu uma brecha, entramos coxia adentro, e escondemo-nos nos camarins do Tuca.
Foi uma experiência lúdica, pois o Paulinho Boca de Cantor e a Baby Consuelo ao invés de ficarem bravos com a nossa invasão, solidarizaram-se e acobertaram-nos, ao deixar-nos no camarim, sob a instrução de voltarmos à plateia, assim que o show da meia-noite estivesse para começar. Lembro da Baby a brincar conosco, daquele seu jeito despachado, quando disse alguma coisa do tipo : -"Olha os dois malucos aí, estão assustados... relaxa aí, bicho, pode ficar aí numa boa, e assistir a sessão maldita..."

Estávamos de fato assustados por estarmos a burlar a segurança do teatro, mas muito mais, na verdade, emocionados por estarmos nos camarins dos Novos Baianos, vendo-os pessoalmente em um momento pós-show, e a preparar-se para o segundo show; a movimentação dos roadies e técnicos a realizar reparos, e checar o equipamento etc. Aquilo foi por demais lúdico para dois garotos sonhadores com apenas de 17 anos de idade. Então, pouco antes de abrir-se as portas para o público da sessão maldita, um roadie conduziu-nos à platéia, e assistimos novamente aquele petardo chamado, "Novos Baianos"... 

Na saída, por volta das duas horas da manhã, não tínhamos outra alternativa a não ser descer a Rua Monte Alegre, até a Av. General Olímpio da Silveira, e esperar um ônibus para a zona leste, onde eu iria para o bairro do Tatuapé, e ele, Wilton Rentero, para Engenheiro Goulart, adiante da Penha. Mas não éramos somente nós... haviam nesse comboio, pelo menos cerca de cem freaks que tinham o mesmo objetivo. Chegamos ao ponto, enquanto esperávamos a linha Penha / Lapa, eis que surge um pequeno comboio formado por viaturas da polícia militar. Com a truculência que era-lhes peculiar naqueles tempos de ditadura, chegaram a enquadrar todo mundo. Fomos revistados; humilhados e os que portavam drogas, apanharam muito. E naqueles tempos de AI-5, eles poderiam mesmo fazer isso a seu bel-prazer. O sargentão parecia alucinado, e queria colocar todo mundo dentro de um ônibus e prender. Mas por uma sorte inesperada, resolveu enquadrar só os que portavam drogas (ao meu lado, havia um hippie desconhecido e que estava com pelo menos trinta comprimidos de “Mandrix” em sua bolsa, a tratar-se de uma droga popular na época).



Então, após um sermão moralista de ultra direita, a exortar-nos a tomar cuidado; cortar o cabelo; e pensarmos em "Deus; família, e Brasil", deixou-nos em paz, finalmente. Foi uma experiência que durou uns trinta minutos, mas que pareceu-nos horas...

Continua...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

The Atomic Bitchwax: As Putas Atômicas de Cera - Por Luiz Carlos Barata Cichetto

Uma das coisas que mais fascinam minha pessoa é a descoberta de coisas diferentes e principalmente criativas em termos de Rock'n' Roll. Com a Internet isso acabou sendo facilitado, não sendo incomum descobrir bandas que eu, apesar do longo tempo de estrada, não conhecia.
 
Geralmente por acaso, um link carregando a outro e de repente está lá: uma nova preciosidade. E ontem, dia de meu aniversário, essa descoberta teve o gosto de presente.
 
Alguém colocou um "link" do Youtube de uma música.. E daí, clica daqui, de acolá e alhures... e cheguei a uma das melhores coisas que escutei nos últimos tempos: "The Atomic Bitchwax", que numa tradução livre significa algo como “Puta Atômica de Cera”, um trio americano com aquela formação básica de Guitarra/Baixo/Bateria.
 
“The Bitchwax Atomic” surgiu em 1992 no estado de New Jersey, Estados Unidos, como um projeto paralelo do guitarrista Ed Mundell, do Monster Magnet, do baixista e vocalista ex-Godspeed  Chris Kosnik, e do baterista Keith Ackerman. Apenas depois de quase sete anos o trio grava e lança seu álbum de estreia auto-intitulado álbum de estreia.
 
Bebendo na fonte caudalosa da música dos anos 70, especialmente da Psicodelia, do Space Rock e do Hard Rock, o The Bitchwax Atomic passa então a produzir um Rock de alta octanagem, ou seja, incendiário e explosivo. O primeiro disco da banda sai em 1999 pelo selo independente MIA,  que faliu apenas um ano mais tarde.
 
Felizmente, o grupo foi imediatamente abocanhado por Tee Pee Records, por onde lançam o segundo disco, em 2000, "Atomic Bitchwax II", que firma o explosivo Mundell como estrela da banda.  No início de 2002 lançam seu terceiro disco para um terceiro selo, o Meteor City, "Spit Blood", um EP.
 
Após o lançamento, Mundell retorna ao Monster Magnet e Kosnik começa uma nova banda chamada Black NASA prenunciando o fim da banda.
 
Em 2005, Kosnik e Ackerman, desta vez com Finn Ryan (ex-Core) na guitarra remontam a banda e lançam "3", o terceiro álbum, em Junho de 2005 através da Meteor City. Em 2009 lançam "4" e em 2006 sai uma coletânea "Boxriff" que inclui um DVD ao vivo filmado na Tavern Seattle Sunset, como bônus.
 
Em 2009, Ackerman deixa o grupo e em seu lugar entra Bob Pantella e eles lançam "TAB 4" que inclui uma sensacional versão de "Astronomy Domine", do Pink Floyd.  Em 2011 o The Bitchwax Atomic lança "The Fuzz Local", ostentando uma faixa única de 42 minutos. E com um detalhe: totalmente instrumental, bem ao estilo das grandes bandas de Rock Progressivo dos anos 70.
 
E Junho de 2012, a banda inicia a turnê de divulgação de “The Local Fuzz” por toda a Europa. A agenda da banda exibe 20 datas de show, apenas no mês de Junho de 2012, incluindo Itália, Alemanha e Áustria.
 
O interessante na biografia da banda é que o site oficial parece ignorar as formações anteriores, pois em "Bio", falam da história da banda apenas com base na formação atual. "Chris Kosnik, Finn Ryan, e Bob Pantella começaram a planejar suas carreiras musicais de volta em meados dos anos 90 influenciado pelo Rock e anos 70 grupos progressistas que vão de Black Sabbath a Parliament Funkadelic...." 
Enfim, o "The Atomic Bitchwax" é uma banda que demonstra que, ao contrário do que muita gente alardeia por ai, o Rock não está dormindo, muito menos morto, basta que as pessoas parem de escutar as mesmas coisas do passado, apenas porque são velhas e ou que parem de atirar pedra em todas nas bandas novas, apenas porque são novas.
 
Existe o novo e existe o velho. E existe o atemporal. E o Rock, por principio e na essência é atemporal. E os tempos estão mudando, já disse no passado Bob Dylan, o velho.
 
 
Luiz Carlos "Barata" Cichetto, é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2. Ele é escritor, poeta, webdesigner, editor artesanal de livros e revistas, radialista, blogger e ativista cultural.