segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Quando o Amor Mata - Por Marcelino Rodriguez

Acredito que todo mundo, praticamente, ou ao menos os que vivem com intensidade nesse mundo, já esteve em estado de choque por conta de amar alguém que trouxe problemas. Essa sensação é algo atordoante. 
Nos perguntamos, quando isso acontece, como foi acontecer conosco?
No início, tudo parecia tão perfeito,  éramos tão parceiros, tão amigos, parecíamos respirar o mesmo ar.  
E aí você depositou seus melhores sonhos, tudo que você tinha de mais sagrado, deu seu corpo inteiro e mais a alma e mais ainda tinha a dar e lhe dói não poder fazê-lo.
O que aconteceu depois daquele lindo encontro, o dia seguinte, 
quando tudo parecia caminhar para dar certo, e seu amor
mudou sem mais nem menos?  
Ficou mais distante, mais espaçoso, mais irônico, menos paciente, mais cruel, com um egoísmo devastador. O que aconteceu ? -- você se pergunta, decepcionado. 
Você tentou se defender para entender. 
Você lentamente pedia socorro e seu amor mais ou menos percebia. Você perdeu o controle de si e praticamente arruinou sua vida e sua saúde. O amor te matando e você preocupado com ele. Será que ele pensa que é melhor caminhar sozinho ?
Seu amor prometeu que viria para te socorrer, mas seu amor muda de ideia a todo momento. Seu amor na verdade não tem personalidade nem  ética definida.
Você passou a ter medo dele e de suas frases de efeito : -- " Sabia que os dragões também tem coração?" No telefone, você não consegue mais ser magoado. E você pede que te procure um dia, quando achar que você, o amor que o ama é importante. 
Você sabe que podia salvar seu amor e lhe mostrar um caminho.
Você sabe que podia por o céu em suas mãos.
Você sabe que podia resgatar o que de melhor havia no seu amor.
Você sabe que seu amor está doente e por não te aceitar, você, o amor também adoeceu. Você sabe que juntos sairiam os dois do abismo.
Pela manhã você sai para as atividades e não sabe mais quem é você. Parece que você está tonto. O chão da terra não parece mais tão firme.
Seus olhos andam sempre úmidos. Sua inteligência e emoção estão comprometidas.
Você sussurra para si mesmo, por favor, amor, me salva. 
Na solidão, sem funcionar direito, você volta para a ilha de ninguém e em estado de choque tenta escrever uma carta para seu amor, sem saber mais quem ele é, o que ele é, nem o que pretende. Seu amor lhe matou, mas agora, o que ele vai fazer com isso?


Marcelino Rodriguez  é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos traz uma prosa sobre o amor, ou melhor, a ambivalência em que tal sentimento pode se revestir, gerando angústia e/ou discórdia entre duas pessoas.
Foi extraído de seu livro "A Ilha", que já se encontra em 2ª edição.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Paris - Por Marcelino Rodriguez

Você, Paris,
Que nos deu tanto.
 

Você, Paris,
Insuperável.

Você, Paris,
Rainha,
Proletária,
Burguesa.
 

Você, Paris,
Com toda razão,
Esnobe. 

Você, Paris,
Beleza
Nos joelhos
De poetas
De todo mundo.

Você, Paris,
Dos miseráveis.
 

Você, Paris,
Cujas outras cidades
São apenas cidades
Diante de tudo que és. 

Você, Paris,
Humanamente
Quase perfeitinha.
 

Você, Paris, minha pátria
De euro-brasileiro,
Receba hoje
A pobreza do meu melhor :
Minhas lágrimas. 



Marcelino Rodriguez é colunista ocasional do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos deixa um poema emocionado sobre a cidade de Paris, naturalmente motivado pelos atentados de 2015. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Autobiografia na Música - Magnólia Blues Band - Capítulo 23 - Por Luiz Domingues

No início de dezembro de 2014, tivemos dois convidados ao invés de um. Um deles já havia participado em noitada anterior, a configurar-se como um grande guitarrista e amigo, a tratar-se de: Wilson Ricoy.
 
Já o segundo convidado participaria pela primeira vez e ele era um exímio pianista carioca radicado em São Paulo, chamado: Fernando Vinhas.
"I Got My Mojo Working" com a Magnólia Blues Band + Wilson Ricoy + Fernando Vinhas

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=8NlKIRwtM3s
"Black Magic Woman" com a Magnólia Blues Band + Wilson Ricoy + Fernando Vinhas

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=lAcxQjuV4dw
"Hootchie Cootchie Man" com a Magnólia Blues Band + Wilson Ricoy + Fernando Vinhas

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=H44sOJwQsbs
"Money" com a Magnólia Blues Band + Wilson Ricoy + Fernando Vinhas

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=zDycnzY3yjw

Foi um som encorpado com dois convidados, sem dúvida e a casa estava bem cheia devido a ter sido um evento de confraternização da empresa onde Ricoy trabalhava e no caso, ele estava a se despedir dessa empresa para se dedicar aos seu estúdio e escola de música.
Aconteceu em 3 de dezembro de 2014.
   Edu Dias a cantar e o seu filho, Ryu Dias, a tocar bateria!.

Na semana seguinte, Kim Kehl, o nosso guitarrista, teve um contratempo pessoal e a noitada foi feita com dois guitarristas convidados, mas que já eram amigos e velhos conhecidos nossos e participantes do projeto em ocasiões passadas: Fulvio Siciliano e Cris Stuani.
                          com Ed Cruz Jr, a atuar conosco

Ambos tocaram e cantaram com tanta desenvoltura e no maior poder de improviso, que a noite transcorreu de forma magnífica, a suprir a ausência do membro oficial da Magnólia Blues Band, que em tese era insubstituível, como o Kim Kehl, que não só comandava a guitarra e cantava, mas ditava a performance, a escolher o repertório na hora.
Da esquerda para a direita: Fulvio Siciliano, Edu Dias (agachado), Cris Stuani, Carlinhos Machado e Luiz Domingues  
"Little Wing" com a Magnólia Blues Band sem Kim Kehl + Cris Stuani + Fulvio Siciliano

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=N2IO0pA4Iig
"I'm Tore Down" com a Magnólia Blues Band sem Kim Kehl + Cris Stuani + Fulvio Siciliano + Ed Cruz Jr.

Eis o Link para assistir no You Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=wkQ_w_XQZRg
"Just my Imagination" com a Magnólia Blues Band sem Kim Kehl + Cris Stuani + Fulvio Siciliano + Ryu Dias

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=d1nMQEX2_Os
"Walking by Myself" com a Magnólia Blues Band sem Kim Kehl + Cris Stuani + Fulvio Sicilano

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=dsoHLcUJQwA
"Mary Have a Little Lamb" com a Magnólia Blues ban sem Kim Kehl + Cris Stuani + Fulvio Siciliano

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=gj_PfQ3v9LM

Edu Dias apareceu e também tivemos uma visita ilustre que interagiu conosco: o sensacional, cantor & gaitista, Ed Cruz Jr., um artista famoso no métier do Blues paulistano.
A sua apresentação foi curta, a cantar e tocar quatro canções, apenas, mas foi de uma energia incrível e contribuiu muito para fazer dessa edição, um sucesso, mesmo sem o Kurandeiro-Mor a estar entre nós naquela noite.
Noite de 10 de dezembro de 2014.
Na semana seguinte, uma nova estratégia foi testada e que teve tudo para lograr êxito e ser repetida no decorrer do ano seguinte, de 2015.
Ao invés de convidar um músico sozinho para interagir conosco, a ideia agora fora convidar uma outra banda, a oferecer-lhe o palco para que fizesse o seu som em uma entrada, e assim deixar uma segunda entrada para a Magnólia Blues Band e através de uma terceira, aí sim, os músicos das duas bandas se misturariam para realizar uma grande jam-session.
Nessa primeira experiência, a banda convidada foi a "Electric Pepper". De antemão, eu sabia que o baterista dessa banda era um velho amigo: Fernando Rapolli, muito bom baterista que é irmão do José Luiz Rapolli, com quem eu toquei n'A Chave/The Key, entre os anos de 1988 e 1989 (história já contada com detalhes em seu capítulo específico).

O Electric Pepper era um quarteto, com Fernando Rapolli na bateria um ótimo guitarrista (Frank Hoenen), baixista (esqueci-me de seu nome e a versátil e graciosa vocalista que eventualmente apoiava a harmonia da banda tocando violão (Lili Malagolli). 

Foi uma noite bem animada, e seria a última edição da Quarta Blues em 2014, pois dali em diante a casa fecharia para o período das festas de Natal e Reveillon.

Foi uma noite quente de quase verão e o Electric Pepper entrou primeiro, a estabelecer uma entrada sensacional para executar clássicos do Rock sessentista, primordialmente e eu gostei muito da banda. 

O guitarrista e o baixista eram muito bons e a vocalista cantava muito bem. Tal garota, a aparentar ser bem jovem, Lili Malogolli, é filha do presidente de uma dos mais significativos fã-clubes dos Beatles no Brasil, o "Revolution", portanto, enquanto a ouvi a cantar covers sensacionais de artistas diversos dos anos sessenta, pensei que foi mais do que natural que essa moça dominasse tal tipo de repertório ao se considerar o tipo de influência musical que eu deduzo, teve em sua educação familiar.

Fizemos a segunda entrada e foi muito animada, também.
"I Want you Back" com Electric Pepper

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=0wzfBpj6M3E
"Pinball Wizard" com o Electric Pepper

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=qbTPLriJmmw
"Son of a Preacher Man" com Electric Pepper

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=-OENV0Ka2hM
"Satisfaction" com a Magnólia Blues Band + Electric Pepper _ Convidados

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=s58VzO0WoiE 

Ao final, sob uma terceira entrada mais curta, ocorreram as jams, ao se misturar os músicos foram prazerosas e como se não bastasse essa interação e camaradagem total, houve a presença de convidados de última hora que apareceram e interagiram nessa jam. Casos de Edu Dias, Fulvio Siciliano e Elizabeth "Tibet" Queiroz.

Me lembro de ter conversado longamente com o Fernando Rapolli, ao rememorarmos os tempos em que toquei com o seu irmão, e o Fernando foi testemunha ocular dos bastidores dessa fase, além do super simpático guitarrista, Frank Hoenen, que contou-me de sua atividade como professor de uma escola de música super tradicional no bairro da Vila Pompeia.

Foi uma das mais felizes noites do projeto e curiosamente foi a última do ano de 2014, o ano onde tudo começou para essa banda/projeto.  

O balanço foi o melhor possível para esse ano inicial de sua existência, pela quantidade incrível de músicos convidados com os quais atuamos. E claro, a questão sobre o desafiante poder de improviso a cada quarta-feira e as jams, sobretudo, que foram inspiradas muitas vezes.

Ao ser muito sincero, não me lembro de uma só edição que tivesse sido frustrante por uma má noitada musical ou algum desconforto com algum convidado. Certamente que nem todos os convidados estabeleceram uma sinergia perfeita conosco. Algumas foram mais comedidas, é bem verdade, mas também aconteceram as super animadas e até as que geraram euforia muito além do esperado.

Tivemos momentos de grande inspiração musical; outros tantos de camaradagem, demos muitas risadas, fizemos novos amigos e recebemos velhos amigos, igualmente.

Em uum dado instante, tivemos dificuldade para manter a periodicidade semanal. Muitos artistas convidados declinaram do convite, e a razão principal foi por terem pedido cachê. Não posso, como artista que sou também, criticá-los por terem adotado tal postura, de forma alguma, pois se trata de uma postura profissional justa. Mas por outro lado, a postura dos que participaram sem tal cobrança, também deve ser enaltecida, pois se a postura profissional de participar só mediante a garantia de um cachê combinado, é louvável, tocar a arriscar o resultado da bilheteria, sob a égide da camaradagem, também é algo positivo, se for uma ação entre amigos.

Em 2015, o projeto prosseguiria com a ideia da mudança de estratégia, mas algo desagradável estava para ocorrer na minha vida pessoal e isso refletiria nas quatro bandas em que eu tocava na ocasião, mas certamente que as mais prejudicadas foram Os Kurandeiros e a Magnólia Blues Band. Já chego lá...

Continua...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Autobiografia na Música - Magnólia Blues Band - Capítulo 22 - Por Luiz Domingues

Outro companheiro do Carlinhos Machado, na banda: "Confraria Fusa", foi nosso convidado do projeto. Assim como Fulvio Siciliano que já participara anteriormente e voltaria para apresentações posteriores, desta vez o outro guitarrista da banda, Paulo Sá, foi o convidado oficial de mais uma edição do Quarta Blues.
Paulo Sá é um guitarrista e compositor bastante inspirado, com muitas influências boas e daí o trabalho do Confraria Fusa manter um repertório bem interessante ao ser formado por canções que transitam pelo Soft-Rock.
"Red House" com a Magnólia Blues band + Paulo Sá

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=OMCROmiN0ww
"Money" com a Magnólia Blues Band + Paulo Sá

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=fNPFZfBZRoY
"7 Anos de Azar" com a Magnólia Blues Band + Paulo Sá 

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=4VllMPDqftA
"Mustang Sally" com a Magnólia Blues Band + Paulo Sá

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=-_p_YDTa05s
 
Mais uma pessoa muito agradável, mesmo por que como jornalista e escritor, mostrara muito conteúdo, a sua presença proporcionou-nos mais uma noite agradável entre amigos a realizar uma jam.
"Gimme Shelter" com a Magnólia Blues Band + Paulo Sá + Tibet Queiroz

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=M8D_n9TDRds

Uma presença inesperada e muito querida de nós, também interagiu conosco. Elizabeth "Tibet" Queiroz, vocalista, foi ao evento apenas para prestigiar, mas claro que foi chamada ao palco e cantou conosco.
Foi no dia 12 de novembro de 2014.

Na semana seguinte não tivemos convidado especial e de fato, já de algum tempo estava difícil manter uma periodicidade com convidados. Porém, por outro lado, acostumados que estávamos a manter a noite, não só com essa identidade como Magnólia Blues Band, mas sobretudo como Os Kurandeiros, portanto, não conter convidado especial não inviabilizava de forma alguma a noitada de Blues.
E foi o que ocorreu em 19 de novembro de 2014.
Na semana seguinte, o convidado foi o gaitista: Michael Navarro.
"I Ain't Superstition" com a Magnólia Blues Band + Michael Navarro + Edu Dias

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=4QQeZZvp5Vg
"Spoonful" com a Magnólia Blues Band + Michael Navarro

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=B2Zr3bdwhxQ
"Route 66" com a Magnólia Blues Band + Michael Navarro

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=9j5ZquhwpgI
"Mean Town Blues" com a Magnólia Blues Band + Michael Navarro + Cris Stuani

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=kE_5K5hjUsI
 
Já havíamos tocado com ele recentemente, mas fora através de um show d'Os Kurandeiros em meio a um festival de Blues no Ceu Jaguaré (amplamente relatado no capítulo sobre Os Kurandeiros) e o Carlinhos e o Kim o conheciam de longa data.
Bem, artista conhecido no métier do Blues, Michael Navarro dispensa maiores apresentações. Tremendo gaitista e cantor, ele mantinha uma carreira sólida no meio e a sua apresentação foi super energética conosco, sem dúvida alguma, em uma daquelas jams que deu a sensação de orgulho por termos feito parte.
Edu Dias apareceu e também participou, assim como Cris Stuani. Foi uma noitada excelente, como se diz no jargão do Rock brasileiro...
"Rock me Baby" com a Magnólia Blues Band + Michael Navarro

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=hAur2Oz_zGE
"The Thrill is Gone" com a Magnólia Blues Band + Michael Navarro

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=LDm3u4eUezA 

Aconteceu no dia 26 de novembro de 2014.
Continua...