sábado, 23 de julho de 2016

A Moça que Lia Romances Água com Açúcar - Por Marcelino Rodriguez


Eu tive uma namorada assim, que lia romances água com açúcar, desses de bancas de jornais, tipo Sabrina. Eu brincava com ela, meio ironizando, mas no fundo sentia uma ternura de ela ler aquilo.

Saudades de existir gente como ela, que leem romances água com açúcar.
Lembrei dela porque, cansado da realidade, peguei um romance água com açúcar para ler. Estou num veleiro, num barco, e a esposa falecida do marinheiro fazia-lhe poemas de amor.

Ah, deixem-me aqui, a navegar, por favor!


Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos traz uma micro crônica, homônima ao seu seu livro mais recente lançado no mercado literário brasileiro.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Os Kurandeiros - 23/7/2016 - Sábado / 21:00 H. - Santa Sede Rock Pub - Santana - São Paulo / SP

Os Kurandeiros


23 de julho de 2016


Sábado  -  21:00 Horas


Santa Sede Rock Pub


Avenida Luiz Dumont Villares, 2104


Santana


Estação Parada Inglesa do Metrô


São Paulo  -  SP


Os Kurandeiros :


Kim Kehl : Guitarra e Voz
Carlinhos Machado : Bateria e Voz
Luiz Domingues : Baixo

terça-feira, 19 de julho de 2016

Os Kurandeiros - 21/7/2016 - Quinta-Feira / 20:30 H. - Casa Amarela - Osasco / SP

Os Kurandeiros


21 de julho de 2016


Quinta-feira  -  20:30 Horas


Casa Amarela


Rua Dr. Mariano J. M. Ferraz, 96


Centro


Osasco  -  SP


Os Kurandeiros :


Kim Kehl : Guitarra e Voz
Carlinhos Machado : Bateria e Voz
Luiz Domingues : Baixo

sábado, 16 de julho de 2016

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos - Capítulo 85 - Rolling Stones Live Cover - Por Luiz Domingues

Rolling Stones Live Cover no Milwaukee de Ribeirão Preto-SP, em 18 de junho de 2016. Da esquerda para a direita: Luiz Domingues, Alexandre Mandaliou, Angelo Salinas, Luis Antonio Melantonio e Kim Kehl. Click (selfie), acervo e cortesia: Kim Kehl

O meu último trabalho avulso, realizado fora de bandas oficiais e autorais onde eu fui (sou) componente, fora em 2014, quando tive o prazer e a honra de atuar em um show do cantor, Edy Star, e fato devidamente registrado em capítulo neste Blog 2 (Trabalhos Avulsos/Capítulo 84, publicado em maio de 2015), e republicado no meu Blog 3. 

Desde então, eu estive a atuar em quatro bandas autorais ao mesmo tempo e duas delas encerraram atividades, ao aliviar-me a carga de trabalho. Casos do Pedra, onde eu cheguei a sair antes mesmo do anúncio oficial de seu término, em maio de 2015, e a Magnólia Blues Band que anunciou o seu encerramento de atividades em abril de 2016. Por atuar, portanto, com Os Kurandeiros de Kim Kehl e com o Nu Descendo a Escada, de Ciro Pessoa, recebi no início de junho de 2016, o convite para suprir uma data de uma banda cover onde o Kim também atuava esporadicamente, que mantinha a característica temática, como banda tributo dos Rolling Stones.

Ao leitor mais atento da minha autobiografia, mesmo ao tratar-se de trabalhos avulsos realizados fora das bandas autorais por onde eu passei, foram poucas as ocasiões onde atuei em bandas cover, com exceção da minha passagem pelo Terra no Asfalto, que foi assumidamente uma banda dessas características, mas não temática, tendo repertório bem mesclado e com a agravante de ter ocorrido no longínquo período de 1979/1982. 

Fora disso, foram poucas as ocasiões em que eu fiz apresentações avulsas com bandas cover, e todas elas, devidamente retratadas nos capítulos sobre os trabalhos avulsos. Foram poucas as apresentações com a banda, "Electric Funeral", tributo ao Black Sabbath, uma sazonal apresentação de uma banda formada por componentes da banda: A Chave/The Key e do Golpe de Estado a executar músicas das bandas britânicas: "UFO" e "Michael Schenker Group", um tributo a Janis Joplin e outro ao baterista do "The Who", Keith Moon. Ou seja, em quarenta anos de carreira, não representou nada em relação à minha dedicação aos trabalhos de bandas autorais em que eu fui membro. 

Desta feita, o convite foi para que eu substituísse o baixista ausente de uma banda tributo aos Rolling Stones, chamada: "Rolling Stones Live Cover".

Aceita a missão, recebi pelo inbox do Facebook, o set list padrão e comemorei o fato de que o grande grosso do material seria formado por clássicos do repertório mais antigo dos Rolling Stones e poucas músicas mais "modernas" que eu até conhecia, mas não tinha grande familiaridade, visto que como os leitores atentos da minha autobiografia sabem, a minha predileção natural em linhas gerais é pela produção dos anos 1960 & 1970. Um ensaio foi realizado na quarta-feira anterior a essa apresentação, e tranquilizei-me então por dois aspectos: 

1) Eu sabia a maioria esmagadora das canções.

2) Além da presença do amigo, Kim Kehl, nessa banda, eu já conhecia parcialmente o segundo guitarrista, Alexandre Mandaliou, e no ensaio, verifiquei que o baterista, Luis Antonio Melantonio e o vocalista, Angelo Salinas, eram ótimos músicos e pessoas gentis, portanto, o convívio foi bem amistoso.
Encerrado o ensaio, que foi produtivo e realizado em um estúdio no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo, cujo dono é o empresário dessa banda, chamado, Marco Grecco (que também é baixista e já tocou nessa banda várias vezes e dedica-se também a ser vocalista em uma banda tributo ao "U2"), a nossa missão foi viajar para Ribeirão Preto-SP, no sábado posterior, onde seria a cumprida a apresentação.

Naquela semana, eu vi através da mídia, que a cidade de Ribeirão Preto receberia um evento de porte, um festival com produção peso pesado, a reunir nomes do Rock mainstream, tais como: "Paralamas do Sucesso", "Titãs", Nando Reis, "Planet Hemp" e outros. Achei até que seria inserida nesse festival a apresentação desse Tributo aos Stones, talvez em um palco menor, como entretenimento alternativo do festival etc. e tal.

Foto do salão interno de onde tocamos, e com o palco ao fundo, no canto direito da foto, sob iluminação roxa.

Mas não seria, pois a apresentação estava marcada para um bar temático da Harley Davidson, montado dentro de uma concessionária dessa marca de motocicletas, mas não necessariamente sendo sob ambientação de um moto-clube, mas sim a se tratar de uma casa noturna aberta ao público em geral e segundo contaram-me, a atrair a jovem burguesia da cidade. 

Viagem feita sob o calor interiorano apesar do fim de outono, no entanto a se mostrar muito agradável, através do carro do baterista, Luis Antonio Melantonio, sob a sua condução muito segura, pois foi prazerosa pela conversação que ali desenvolveu-se entre os cinco ocupantes do automóvel e nesse quesito, senti-me bastante a vontade pelo clima amistoso que foi gerado, espontaneamente.

Paramos para um breve descanso, perto de Ribeirão Preto, em um posto de gasolina um pouco além da pequena cidade de Cravinhos, última localidade antes de nosso destino e no posto, havia muitas vans vindas de diversas outras cidades interioranas paulistas, com destino a Ribeirão Preto, com jovens a deslocar-se ao tal festival de Rock nacional mainstream que citei ("João Rock"). 

Alheios a essa movimentação, fomos ao nosso destino, para a referida casa noturna e realizamos o soundcheck com tranquilidade. A casa era bem montada e o palco bem razoável, com um P.A. compatível para o ambiente, um camarim decente e o técnico solícito a atender-nos.

Missão inicial cumprida, fomos ao hotel para o relaxamento anterior à apresentação e uma confusão que seria muito engraçada em uma comédia ao estilo "pastelão", mas que ali foi desagradável, aguardou-nos... pois eis que simplesmente, a nossa reserva no hotel não existia, pois estávamos no hotel errado! Após vários telefonemas feitos para São Paulo a fim de colocar o empresário a par da situação, a confirmação do hotel em que a reserva estava assegurada, veio afinal, e este ficava longe dali, mas também mais perto do local do show. Nesse segundo hotel, onde realmente hospedamo-nos, muitas equipes técnicas dos artistas que apresentar-se-iam no tal festival que citei, estavam ali também alojados e muitas carretas e ônibus desses artistas, estavam ali estacionadas.

Após o reconfortante banho e descanso da viagem, lá fomos nós para a casa noturna em questão, chamada: "Milwaukee". 

O Kim, que é um especialista em cultura norte-americana, falou-nos que tal cidade homônima era a capital do estado de Wisconsin, e discorreu sobre suas características regionais e culturais. Não tenho essa cultura toda que ele tem sobre a América do Norte, nem de longe, aliás, mas disso eu sabia também e cheguei a comentar no carro de que lembrara-me do filme: "Wayne's World" dos anos noventa, onde os personagens protagonistas vão parar no camarim do Alice Cooper que faria show nessa cidade e ele, Alice, a interpretar a si mesmo (himself), profere um discurso em tom de aula de geografia, ao explicar que "Milwaukee" é uma palavra de origem indígena e que foi incorporada culturalmente pelos norte-americanos etc. O Kim acrescentou que isso é como acontece no Brasil em relação a muitas coisas, como: "Anhangabaú", "Ibirapuera", "Anhembi", "Catumbi"; "Cambuci"; "Caxingui", só para citar alguns ícones paulistanos etc. É vero...

A casa estava com uma boa lotação ao meu ver, com todas as mesas preenchidas, mas segundo alguns funcionários, estava aquém do seu movimento "normal", e atribuíam isso ao "frio" (na alta madrugada, fez dezesseis graus, e eu conheço bem a cidade de Ribeirão Preto, portanto, para o padrão local é uma temperatura considerada muito baixa), e certamente ao tal festival, sobre o qual, nós chegamos a ver chamadas com Link ao vivo no "Jornal Nacional" da Rede Globo, em rede nacional, ou seja, fora um evento com grande porte e pelas imagens, devia ter ali cerca de cinquenta mil pessoas.

Enfim, para nós a casa estava com um bom público e ali tocamos mais de vinte músicas do repertório dos Rolling Stones, por duas horas e quarenta minutos, ininterruptos.

Set List que executamos no Milwaukee de Ribeirão Preto, em 18 de junho de 2016. As músicas assinaladas com caneta e com títulos abreviados, são: "Start me Up" e "Let's Spend the Night Togheter".
 
Sobre o Kim e o quanto ele conhece a carreira dos Rolling Stones na ponta da língua, sem trocadilhos, eu nem preciso explicar. Mas eu gostei da performance de todos. O vocalista, Angelo Salinas demonstrou fôlego, com movimentação intensa de palco, além da boa voz e comunicação com o público. Toquei ao lado do guitarrista, Alexandre Mandaliou, que apresentou um bom repertório de solos e bases com sua guitarra, Fender Telecaster, mas o que mais surpreendeu-me positivamente, foi o baterista, Luis Antonio Melantonio, que ao demonstrar uma pegada forte e bastante técnica na bateria, tinha (tem) um trunfo a mais, por demonstrar uma ótima voz. 

O seu potencial vocal é bem grande e graças às suas intervenções muito bem colocadas, ao entoar com facilidade a segunda voz, ao modular, deu colorido às canções. Com um falsete forte e afinado, também, surpreendeu por suprir vozes femininas de apoio em canções dos Stones, notadamente, "Gimme Shelter", sendo portanto, uma grata surpresa, apesar do Kim já ter alertado-me que o Luis cantava muito bem.

Encerrado, o gerente da casa esboçou reclamar por nós não termos tocado mais, mas convenhamos, já estávamos a viver as três horas da manhã e já havíamos tocado por quase três horas, e além do mais, o público estava a evadir-se, em clima de fim de balada. Fomos para o hotel descansar e na manhã de domingo, entramos na Via Anhanguera, para realizarmos uma ótima viagem de regresso a São Paulo.

Bem, cover não é minha intenção de carreira, nunca foi e nunca será, mas diante da perspectiva para tocar cerca de trinta músicas dos Rolling Stones, a divertir-me, portanto, e ainda ganhar um cachê por isso, creio que além de não ter arrancado-me um pedaço, foi positivo, fora a convivência e a o boa conversa com essa rapaziada. 

Noite de 18 de junho de 2016, no "Milwaukee", de Ribeirão Preto-SP, com cerca de duzentas pessoas na plateia.

Missão cumprida... You Can't Always Get What you Want...

"Selfie" no camarim do Milwaukee de Ribeirão Preto-SP em 18 de junho de 2016. Rolling Stones Live Cover, da esquerda para a direita: Kim Kehl (guitarra e voz), Angelo Salinas (voz), Luis Antonio Melantonio (bateria e voz), Luiz Domingues (baixo) e Alexandre Mandaliou (guitarra) 
 
Capítulo sobre os "Trabalhos Avulsos" sempre em aberto, em qualquer momento uma nova história pode chegar... e de fato, já tenho mais histórias dessa natureza para relatar. Procure pelo capítulo 86, portanto, amigo leitor!

Continua...


sábado, 9 de julho de 2016

Pré Conceito - Por Telma Jábali Barretto


Para quem, como nós, por circunstâncias de responsabilidade e trabalho, convivendo com muita gente, muito falando, descrevendo e escrevendo, costuma ser hábito o cuidado com as palavras, assim como posicionamento que tenta ter, diante das mais diversas pessoas que contatamos, alguma neutralidade, receptividade, tornando-se um lindo exercício, sempre de aprendizado, que enriquece nossa passagem pela vida.


Vem daí alguma sensibilidade para lidar de perto, com esse assunto delicado, agora tão evidenciado e de real importância sobre preconceitos, que entendemos ser, principalmente, mais que provocadores de posicionamentos, provocadores de mudanças ! 
Bem mais que isso, talvez sendo o melhor uso desse momento, o de adquirir um amplo olhar sobre tais questões, para uma busca de perceber também naqueles que buscando defender, aquilo que pessoalmente incomoda, de verdade, possamos mais que abrir cabeças, de fato e especialmente, abrir corações. Quem sabe até, uma nova pré disposição diante de qualquer pessoa, onde, em cada contato, uma aventura de desvendar o outro, como quem abre um livro sem saber qual desfecho ali contém. Disponíveis, atentos, andando por labirintos convidativos, enredos que encantem e decepcionem, mas tratando como jogo da vida, natural... Assim é consigo...nem tudo em nós também é só bonito ou só feio. Somos sombra e luz !!!


Ter posicionamentos, como acabamos de dizer, num mundo e circunstância atual, em que se pode ter voz diante de qualquer acontecimento, o que nem de longe, por si só, provoca as transformações necessárias no convívio interpessoal. Proporcionar uma mais amorosa, respeitosa e empática convivência com as diferenças, isso sim, desafia ! Talvez, essa convivência, por agora, muito distante, e, quem sabe, só mesmo uma conscientização do quanto somos carregados de separatividade, enganos, vitimices e mandonices...?!... 
No fundo, bem mais no fundo mesmo dessa questão está uma mais fraterna, frater terne forma de ver, sentir e permitir ao outro, existir além da minha sagrada permissão, que mais confortável fica assim, não cobrando e não rompendo com um ego centrismo primitivo, passional, arraigado de quem ganha ou perde posição, razão ou definição da verdade absoluta. Só um total e incondicional AMOR nos isenta de todo tipo de preconceito...e, para isso, estamos e vivemos numa infinita escada de Jacó... E esse tem sido o caminho que trilhamos ! 
Muito do que atualmente assistimos é, para defender aquele separativismo que ‘me’ incomoda, enfrenta-se, também, o outro, mostrando, revelando mais uma vez ‘meus’ pré conceitos, diante da dificuldade, limitação ou diferente percepção, nem maior e nem menor, melhor ou pior, daquele que de ‘mim’ diverge e, portanto, ameaça zona de conforto... Assim, cenas e falas bastante agressivas, são muito abundantes, até porque, colocamos hoje nossa atenção nesses posicionamentos, acesso a informação rápida e temos olhos para tantos fatos anteriormente despercebidos (certamente sempre existiram, só não éramos noticiados, importavam ou até, despertavam?!...) e, agora, num empenho aceito e estimulado de quebrar, enfrentar e fazer que o outro aceite ‘goela abaixo’, aquilo que por ‘seus’ próprios, também, motivos e razões, justificáveis ou não, tenha lá suas posições opostas às ‘minhas’, muitas vezes, vemos trazer só outra forma de violência, pura e simplesmente, perpetuando agressividade, desrespeito e o mesmo jogo do ganha/perde, de quem por qualquer espécie de força, submete o outro.
Fica aqui uma pergunta que não quer e insiste em não calar: quem não passou por alguma forma de discriminação ? Por ser magro/gordo, tímido, preto ou branquelo, estudioso com o leia-se 'nerd', por ser pobre ou mesmo rico ?!...Lerdo, feio, ou mesmo bonito, ‘natureba’, por ser simplesmente homem ou mulher e isso não é para vc (profissão, gosto, habilidade...)?!...?!... Quem já não conheceu, pelos mais incomuns e bizarros motivos, inseguranças e desconfortos em algum conviver ?


Como diz o poeta, “de perto ninguém é normal”. E, quem arbitra e delibera o que seja normal ? A quem atribuímos tal poder de normatizar e decretar as regras que devam nortear posturas, recompensas/punições ? O que elegemos internamente, livremente, por consciência, é o deveria nos guiar... mas, vivendo em comunidade, comum unidade...Assim vivemos? Não!!! Nem mesmo dentro de nós ! E, em meio a tanta diversidade, que se faz premissa perceber, aceitar e respeitar, talvez regras bem antigas e básicas como ‘não faça ao outro o que não quer para si” possa ser um mínimo de amor, em que a medida para si, auto-percepção de dor e satisfação, devessem ser medida para balizarmos atitudes ! 
E...concluindo esse raciocínio, como viver nesse mundo tão diverso, tão rápido, tão múltiplo sem conhecer a si mesmo, para que uma medida mínima de conforto consigo, possa produzir trocas e relacionamentos saudáveis ? Impossível respeitar, amar o outro se não o fazemos conosco...nesse caso, inconsequentemente, não conhecendo o inimigo que dorme conosco, encontraremos e tentaremos vencê-lo fora de nós, e a resposta...?!...que cada tenha aí as suas ! 
Nossa percepção é que nunca foi tão fundamental conhecer a si mesmo... As liberdades crescem com a maturidade pessoal e social, e é preciso que cada qual saiba o que fazer da sua, para não mais precisar se abrigar em tribos, famílias, sobrenomes, títulos e nomeações, formações, religiões, partidos ...e, finalmente, nos respeitemos e amemos como cidadãos do mundo, Seres, vestindo e representantes únicos, de maneira própria e intransferível, a reveladora assinatura do divino em nós !


Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.

A questão do preconceito ou como ela sabiamente descreveu separando sílabas, trata-se de um "pré" conceito. Portanto, antes de formularmos conceitos sobre tudo e sobre todos, faz-se mister nos autoconhecermos antes e feito isso, fica impossível elaborá-los, acredito.

terça-feira, 5 de julho de 2016

A Conquista da Mobilidade - Por Luiz Domingues

Tudo é instinto nessa fase inicial da vida, e isso é tão forte, que mesmo quando vamos a aumentar o poder da racionalização, ainda os seguimos, simplesmente.
 
Nesses termos, desde que nascemos, nos movimentamos em alongamentos instintivos que visam dar vazão ao fenômeno do crescimento e mais do que isso, a preparar a musculatura e os ossos, para enfrentar a vida que é plena de movimentação por natureza e necessidade.
Fazemos isso desde o berço e na verdade já o fazíamos em estado de absoluto torpor, submersos no líquido amniótico, dentro do ventre materno, quando ao nos espreguiçarmos, chutávamos a nossa progenitora, mas sem maldade alguma, deduzo. Foi por puro instinto em curso.
 
Nascemos enfim, e somos mini humanos, mamíferos vertebrados, inteligentes, mas completamente inaptos para suprirmos as nossas necessidades básicas, por um longo período. 
Todavia, o instinto está ali em plena função para nos induzir à procura do movimento, sempre. E assim, um dia, o brinquedinho colorido que faz barulhinhos engraçados, fica longe do nosso alcance e mais forte que chorar para chamar a atenção do adulto mais próximo disponível que sempre vem nos auxiliar, o comando instintivo faz com que você tente alcançá-lo por sua própria conta.

E se está no chão e ainda que protegido por uma armação curiosa que os adultos colocam ao seu redor, você busca se mexer e aos trancos e barrancos, busca incansavelmente conseguir o deslocamento.
Através dessas primeiras tentativas, não somos muito diferentes de tartarugas que ficam às vezes com o casco para baixo e promovem assim esforços desesperados para reverter o quanto antes a situação desfavorável. 
 
E quando chegamos ao objetivo alcançado, os adultos vibram e o pequeno humano só absorve que tal euforia é prazerosa, mas nem deduz que é por conta de seu feito, um verdadeiro campeão atlético...
Não percebe tampouco que aquela conquista abrira campo para novas investidas. Você é um alpinista inconsciente e não sabe que ao se erguer por uns poucos centímetros do chão, abriu caminho para alcançar o cume do Everest, se um dia o desejar.

E assim, as suas investidas começam a ficar cada vez mais interessantes. Agora você consegue locomover-se de um cômodo a outro da sua residência! Os adultos comemoram e outros adultos são chamados para te ver a se esforçar por isso, quando todos sorriem para você.

Mas há o lado ruim nessa mobilidade adquirida:  o caminho é minado... existem muitos perigos à sua espreita. Conquistas enormes que os adultos chamam de “móveis”, podem ser perigosos. Objetos podem cair de cima desses obstáculos, fora que o tempo todo algum adulto lhe diz para não tocar em pequenas caixinhas colocadas nas partes baixas, que pelo tom de voz deles, parecem representarem terríveis fontes de perigo. 
Não sabia raciocinar ainda, mas por que aquilo existia se era perigoso colocar o dedo? O que é uma tomada? O que significa “energia elétrica?” Bem, tais respostas só viriam bem depois. O melhor a fazer foi acostumar-me com a advertência de não tocar naquilo e nada mais. 
 
Mais alguns meses e outros perigos entrariam nessa lista de proibições.
 
Definitivamente, o Lar era maravilhoso pelo seu conforto proporcionado pelos adultos a visar o seu bem-estar, mas já computava-se a ideia de que haviam aspectos negativos. 
Tal qual a realidade dura lá de fora, o lar já preparava a consciência para entender que a dualidade entre bem e mal norteia a vida.

Mas nada disso era inteiramente compreendido nesse instante.  O que importou nessa fase em que agora me encontrava, foi que eu conseguia deslocar-me e assim saciar a minha sede por experimentações, como um pequeno explorador deslumbrado em conhecer um novo planeta, ou uma outra estranha dimensão. 
Os adultos chamam essa mobilidade primitiva como: “engatinhar”.
Trata-se de um verbo. Engatinhar é na prática, o início da nossa independência.  
Daí a pedir a chave do carro para o pai, acontecem muitos fatos nesse ínterim e demanda tempo. Mas como tudo é ponto de vista, pode passar a voar, também. É uma questão de percepção sobre aproveitar o tempo de vida, o melhor possível.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Box - Por Julio Revoredo

O que se esquadrinha

Tange como indiana cítara

Ao que adumbra 
Se lhe é permitido o rebôo

Esquizo-pananoico, sem mente

Tinge o sol e o mar
Ádvena engendra o seu próprio caos

E solipso como o sempre eterno

Mergulha no fogo e obumbra


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria em três bandas pelas quais eu fui componente: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.