quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Autobiografia na música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 195 - Por Luiz Domingues

A banda sob panorâmica no palco. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 do Parque Belém. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez

Cumprido todo o procedimento do "soundcheck", nos recolhemos ao camarim e ali a nossa produtora, Lara Pap, organizou uma surpresa ao Kim Kehl, quando lhe proporcionou uma mini festa de aniversário antecipado, pois não era exatamente o seu dia do natalício, porém, estava bem próxima a data em questão. Clima de descontração e amizade com a qual compartilhamos com os colegas do "Perro Ácido" que foram convidados a comparecer ao nosso camarim e desfrutar do ótimo bolo de chocolate que celebrou da data antecipada para o Kim Kehl.

Eis que a produtora do teatro chegou ao camarim e nos convocou para ingressarmos ao palco. Diante da minha vivência adquirida até esse ponto, a contabilizar longos quarenta e sete anos na música, eu sinceramente não achei ser possível estar presente no teatro um grande contingente, haja vista o horário totalmente insalubre. Convenhamos, show de Rock em um teatro, marcado para um domingo, às 14 horas, foi realmente algo muito fora do comum, a não ser no ambiente de festivais com diversas atrações em tom de maratona. 

Na sequência de fotos: Eu (Luiz Domingues) e Kim Kehl (foto 1). Kim Kehl e Renata "Tata" Martinelli (foto 2). Carlinhos Machado e Renata "Tata" Martinelli (foto 3), Phill Rendeiro e Nelson Ferraresso (foto 4). Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Clicks (1,2,3 e 5), acervo e cortesia: Raquel Calabrez. Click (foto 4), acervo e cortesia: Dalam Junior

Entretanto, a contrariar a minha visão realista nesse sentido, o fato é que me surpreendi positivamente e mesmo mediante um horário inadequado, com chuva (ainda que bem leve), frio e perspectiva de futebol ao vivo pela TV, houve um significativo público presente ao teatro. Não lotou, mas eu diria que mais da metade das poltronas foram preenchidas e assim, tivemos um calor humano muito bom para tornar o nosso show, animado. 

Sobre o repertório, seguimos a lista que usamos no show anterior que havíamos feito em maio no Instituto Cultural Bolívia Rock, mas efetuamos alguns cortes pontuais, pois desta feita teríamos que compartilhar espaço com a banda "Perro Ácido".

Uma panorâmica da banda no palco. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior

Em um ponto estratégico, o Kim falou sobre o patrono desse projeto "Fábrica Rock", André "Pomba" Cagni e o quanto ele foi ativo na produção cultural brasileira e a sua morte trágica nos afetara e trouxe prejuízo para a cena. E a aproveitar o ensejo, falou também sobre o nosso amigo, Ciro Pessoa, que partira em 2020, e inspirara a canção "Viagem Muito Louca" que tocamos em seguida, dedicada aos dois amigos que haviam partido.

Kim Kehl e Renata "Tata" Martinelli em ação. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez

Já em "Cidade Fantasma", mais uma vez fomos felizes ao estabelecermos um ótimo padrão de dinâmica que só valorizou a intenção Jazz'n' Blues da canção. E a Renata "Tata" Martinelli incrementou ainda mais a atenção ao ser bem performática nessa canção e isso angariou muitos aplausos calorosos e assovios, a denotar que a sua performance gerou frisson.

Na linha de frente: Kim Kehl, o convidado especial, Pedro Zupo, Renata "Tata" Martinelli e Phill Rendeiro. Na retaguar da: eu (Luiz Domingues) e Carlinhos Machado na bateria. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez

O baterista do "Perro Ácido", Pedro Zupo, que também é cantor, subiu ao palco para cantar a música, "Sou Duro", conosco, como um convidado especial e foi muito boa a sua atuação.

 Com energia, encerramos o nosso show e abrimos o espaço para a apresntação do "Perro Ácido", cujo som bem ao estilo do Hard-Rock oitentista na estética, mas com nítida influência setentista em muitos riffs, me agradou bastante, que os vi em ação pela coxia do teatro. 

A nossa banda a agradecer o bom público presente no teatro. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Raquel Calabrez

E assim saímos de lá do teatro com mais que do a sensação do dever cumprido, porém, com o sentimento de satisfação por termos feito uma ótima apresentação em perfeita sincronia energética com a plateia, e também por termos estabelecido um ótimo ambiente com a produção do teatro e igualmente com a banda que dividiu a tarde conosco.

Nos bastidores, tivemos muitas alegrias igualmente, ao atendermos fãs e muitos amigos que foram nos assistir, ou seja, essa apresentação superou em muito as minhas expectativas.

Eu, Luiz Domingues, a tocar em um teatro e a protagonizar um show de Rock bem perto da rua em que morei nos idos de 1971, época da qual ouvia sons incríveis oriundos através do outro lado do muro do meu quintal. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior

De volta ao meu carro, ali na rua em que morei no ano de 1971 (eu já havia morado no bairro entre 1960 e 1965, em uma outra casa de uma rua bem próxima dali), mais uma vez pensei na coincidência de ter tocado bem perto de uma residência na qual vivera em tempos remotos, ainda longe de vir a me tornar um músico, mas neste caso em específico, eu já estava a me ligar na música. Quem diria ali em 1971, ao escutar o vazamento de som do meu vizinho com sons incríveis em um volume muito alto, eu faria parte desse mundo, e estaria a protagonizar  um show de Rock, cinquenta e dois anos depois? Pois é, não posso me queixar da vida que tive até aquele ponto, pois ainda que sem o mesmo glamour de meus ídolos, trilhei o mesmo caminho que eles me impeliram a seguir como um autêntico "chamado" e fui feliz por isso. E ali naquele fugaz instante de 2023, os ecos do que eu ouvi em 1971, vindos da casa do vizinho, vieram à tona na minha mente, enquanto dava partida na ignição do meu carro: 

"Eu vou sabotar/top top huh...hoy como vá/mi ritmo/bueno p'a gozar/mulata.. communication breakdown it's always the same... let's me stand next to your fire... podes crer, amizade!"

"São Paulo" (vai sobreviver) (Kim Kehl) - Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém - São Paulo - 9 de julho de 2023. Filmagem: Dalam Junior

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=oXFAjyQULgQ

"Noite de Sábado" (Kim Kehl) - Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0  Parque Bélém - São Paulo - 9 de julho de 2023. Filmagem: Dalam Junior

Eis o link para ver no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=mjeSofysZrE

"A Galera quer Rock" (Kim Kehl) - Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém - São Paulo - 9 de julho de 2023. Filmagem: Lara Pap

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=q_vq32wHCzE

Show na íntegra - Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém - São Paulo - 9 de julho de 2023. Filmagem: Lara Pap

Eis o link para ver no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=PPqPjCNdjjs

Na última conversa antes de nos despedirmos uns dos outros, o assunto sobre o álbum ao vivo veio à tona. Pelo que foi dito ali, seria o próximo passo a ser dado.

Continua...

domingo, 24 de setembro de 2023

Autobiografia na música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 194 - Por Luiz Domingues

A nossa banda sob panorâmica no palco. Os Kurandeiros no Fábrica Parque do Belém 4.0 de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior

Cheguei cedo ao Parque Belém e desta vez, por haver tomado conhecimento que haveria um amplificador à minha disposição nessa produção, me aliviei por não ter que levar o meu equipamento, haja vista que em 2022, foi um sofrimento para ingressar no parque, sobretudo por seguir as suas regras ultra engessadas nesse quesito e assim, naquela ocasião passada, eu fora submetido a ter que parar o carro em um lugar longínquo e levar o meu equipamento por um longo percurso através de um carrinho de transporte de volumes, através do parque.

Sendo assim, apenas a me preocupar em carregar o meu instrumento, eu programei a minha chegada ao local de uma outra forma, ao me dar ao luxo de estacionar em uma rua próxima, da qual eu nutro carinho, por haver morado ali, no longínquo ano de 1971. Assim que estacionei o carro em frente à casa que eu morei, imediatamente me recordei de ouvir o som do vizinho que já era adolescente na ocasião e na esteira de um som escutado à distância, eu ouvia Mutantes, Santana, Jimi Hendrix, Led Zeppelin e outros artistas sensacionais dessa estirpe, praticamente o dia inteiro. 

Reminescência setentista a parte, dali, em menos de um minuto eu cheguei à portaria do parque e sob uma caminhada tranquila, embora com um princípio de chuva e frio, me apresentei ao segurança do teatro, que liberou a minha entrada. Fui o primeiro da nossa banda a chegar e ali estava presente o bom técnico de áudio do teatro, Juninho Bacon. Tomei posse do camarim número dois e paulatinamente ajudei cada companheiro que chegou a seguir, e inclusive o pessoal da banda que tocaria conosco.

Cabe acrescentar que o teatro houvera mudado o seu nome em relação ao show que ali fizemos em 2022, ou seja, agora acrescentara a marca "4.0", ao lhe ofertar ares de modernidade à sua posição, no sentido de se adequar ao conceito "4.0" que demarcava uma etapa contemporânea da revolução industrial, a incorporar a robótica e a inteligência artificial no mesmo bojo do avanço tecnológico. Bem, apenas estou a anotar o que eu vi, sem emitir uma opinião mais profunda a respeito, embora ao olhar esse acréscimo, eu tenha tido a reação de considerar como algo no mínimo pretensioso.   

E foi quando me surpreendi positivamente com a simpatia desses rapazes da banda que acompanhar-nos-ia nessa tarde e finalmente entendi algumas questões sobre eles. Primeiro ponto, esse grupo, chamado: "Ácido", realmente tinha mais de quarenta anos de atividades e assim mantinha uma carreira longeva e com farto currículo na cena de seu país de origem, o Uruguai. Mas na verdade, apenas um de seus componentes originais veio ao Brasil e a remontou aqui como uma espécie de franquia internacional, acompanhado de três novos companheiros brasileiros.

O segundo ponto é que o "Ácido" original permanecia em atividade no Uruguai e esse artista, o cantor e guitarrista, Juan Acuña, apelidado como "Perro" (cachorro em português), trouxe a sua alcunha como uma marca registrada para diferenciar. Daí o Perro Ácido. 

E o terceiro ponto, foi a extrema simpatia com a qual eles se apresentaram e interagiram conosco, inclusive, da parte dos três brasileiros da banda a reconhecerem-me e reverenciarem a minha trajetória, principalmente como ex-componente d'A Chave do Sol nos anos oitenta, ou seja, apesar de aparentarem ser muito mais jovens para ter acompanhado tal banda nessa década, demonstraram grande respeito, conhecimento de causa e admiração por este meu trabalho, querido, certamente, mas nessa altura dos acontecimentos, a se tratar de algo absolutamente remoto. Contudo, eu apreciei muito a manifestação desses rapazes. 

E como último ponto a ser destacado, eis que o baterista e também back vocalista do "Perro Ácido" quis saber quem de nós havia sido componente do "Pedra", pois ele era primo de segundo grau do guitarrista, Xando Zupo, ao se chamar Pedro Zupo. Dessa forma eu me apresentei como ex-membro dessa banda e daí ele me contou sobre o seu parentesco com o guitarrista dessa minha antiga banda.

No momento do "soundcheck", Carlinhos Machado comandou a "selfie" com Kim Kehl a frente. Os Kurandeiros na Fábrica de Cultura 4.0 Parque Belém de São Paulo. 9 de julho de 2023. Click (selfie), acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Bem, para quem estava receoso por não haver entrosamento em meio a um show compartilhado com uma banda inteiramente desconhecida, esse início de convívio, foi dos mais promissores e dessa forma, que ambiente bom se construiu de uma forma automática para garantir uma boa apresentação para as duas bandas!

Continua...     

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Autobiografia na música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 193 - Por Luiz Domingues

Novamente convidados a participar do projeto: "Fábrica Rock", claro que aceitamos de pronto, sabedores que tocar no teatro da Fábrica de Cultura Parque Belém, seria muito prazeroso pela boa estrutura ali presente, pela beleza silvestre do parque em si e ótima oportunidade de se angariar mais um bom material fotográfico e de vídeo da apresentação para reforçar o nosso acervo.

Músico, editor da revista Dynamite, DJ, ativista cultural e gestor de cultura, o meu amigo: André "Pomba" Cagni, que fez muita coisa pela cena musical, Rocker e cultura de uma forma ampla.

Todavia, desta vez houve um componente a mais para enaltecer a nossa participação (e homenagem justa a parte), a se tratar de uma questão de obituário. Ocorreu que o idealizador do projeto, André "Pomba" Cagni, houvera falecido bem recentemente e a sua morte comoveu bastante toda a comunidade Rocker, dada a sua atuação muito marcante como músico, ativista cultural e editor da revista Dynamite, que marcou época no meio Rocker.

Dessa forma, o show se revestiu também dessa carga emocional, mesmo porque, entre nós, pelo menos a se pensar na ala mais veterana da nossa banda, todos sentimos bastante a perda do André, que lutou contra um câncer muito feroz e infelizmente, sofreu muito em seus dias finais. 

Bem, foi uma bela homenagem justa ao idealizador do projeto e que tantos nos ajudou, eu aproveito para estender esse agradecimento pela atuação do André enquanto viveu, para praticamente todas as banda pelas quais eu atuei, a lembrar as páginas da revista Dynamite a publicar matérias, entrevistas e resenhas de discos e shows, desde o meu tempo com A Chave do Sol, com shows produzidos a contar com a participação d'A Patrulha do Espaço, nomeação para o "Prêmio Dynamite" de música para o Pedra e também para o prêmio recebido pelo conjunto da obra para a Patrulha do Espaço e shows d'Os Kurandeiros produzidos em projetos de sua autoria.

E para encerrar este preâmbulo sobre o show, ficamos a saber que dividiríamos a tarde com outra banda, que era a praxe desse projeto, portanto, tudo bem. Na ocasião anterior, havíamos dividido o espetáculo com o Medusa Trio, dos amigos, Milton Medusa, Fernando Tavares e Luiz Pagoto. 

Nada contra tocar com uma banda totalmente fora do nosso espectro e não conhecer sequer um dos seus componentes, mas ficamos naturalmente apreensivos na medida em que é sempre mais fácil dividir espetáculo quando se tem amizade solidificada com uma outra banda e particularmente com os seus componentes, por diversos fatores, entre os quais alguns essenciais sobre a questão do "backline" a ser usado, "carcaça" mútua da bateria, tempo para cada banda atuar, escolha do camarim para cada uma e outros detalhes.

Neste caso, fomos avisados que a banda designada seria um grupo famoso no Uruguai e que faria a sua primeira apresentação em São Paulo, chamada: "Ácido", porém, logo surgiu a dúvida, pois em outras publicações que vimos o nome da banda vinha grafado como "Perro Ácido". Isso me atrapalhou um pouco na hora de divulgar o espetáculo, particularmente nos meus esforços, entretanto, no dia do show em si, eu finalmente tive o esclarecimento sobre tal questão e mais do que isso, me surpreendi muito positivamente sobre a banda, seus componentes e sua história.

Nesse ínterim, mais uma vez a nossa banda esteve relacionada para ser executada através da música: "Cidade Fantasma", durante o programa "Brasil Underground" da Webradio MKK.  Na semana de 3 a 7 de julho, e nesse  caso, por conta de um bloco do programa ser montado mediante os pedidos formulados por ouvintes, ou seja, já estávamos a um mês a tocar nesse referido programa, por causa desse apoio popular. E tocaríamos também nas semanas posteriores ao show que eu estou a narrar, isto é, nas semanas de 10 a 14 e 17 a 21 de julho de 2023.

Continua...

sábado, 16 de setembro de 2023

Pré Save do lançamento da música "1969" do Boca do Céu nas plataformas streaming - Terça, 19 de setembro de 2023 - 12 horas

Amigos, tenho uma grande novidade para lhes passar! A minha primeira banda, o "Boca do Céu", fundada em 1976, e que atuou até 1979, não conseguiu gravar o seu material nessa época, mas finalmente agora, em 2023, gravou um single para registrar uma das canções que compuseram o nosso repertório na época. 
 
Composição do nosso vocalista, Laert Sarrumor, sim ele mesmo, do Língua de Trapo, se chama: "1969" e o pré-save está aberto para o lançamento no dia 19 de setembro, ao meio dia. 
 
Faça a sua reserva através do link acima, da onerpm! A história mais detalhada e o serviço estão abaixo! 
Artista: Boca do Céu
Música: "1969"
O Boca do Céu é uma banda de Rock que foi fundada na cidade de São Paulo em abril de 1976, formada por Osvaldo Vicino, Luiz Domingues, Fran Sérpico, Laert Sarrumor e Wilton Rentero, na época, jovens adolescentes, com idades entre 14 e 18 anos.
Sua primeira aparição pública ocorreu em fevereiro de 1977, e daí em diante, o grupo se apresentou em festivais e shows no circuito estudantil, sem alçar voos maiores na ocasião. Encerrou as atividades em abril de 1979, sem deixar nenhum registro sonoro.
Em 2020, os cinco membros da formação original se reuniram para uma celebração informal e surgiu a ideia de se resgatar o máximo de músicas compostas pelo grupo, principalmente entre 1976 e 1977.
Desse esforço, a se descontar o tempo parado pela pandemia de 2020, quatorze músicas foram relembradas e no início de 2023, decidiram entrar em estúdio para gravar um single. A música escolhida foi um blues chamado "1969", de autoria do vocalista Laert Sarrumor, como prévia de um futuro álbum que irá finalmente registrar o esforço de resgate do material que o grupo criou nos anos setenta.
 
Desfalcado apenas do baterista da formação original, Fran Sérpico - que deixou de tocar ainda nos anos setenta para se dedicar a outra atividade profissional - o quarteto entrou no estúdio Prismathias, em São Paulo, com o objetivo de registrar essa primeira música, finalmente, de forma oficial, e chamaram alguns músicos de apoio, especialmente convidados para essa finalidade. 
 
“1969” é uma balada blues com um quê de Soul Music, bem ao estilo sessentista. Em sua letra, Laert Sarrumor tratou de discorrer sobre diversos ícones contraculturais que o haviam impactado em sua adolescência e, sob uma dupla perspectiva de tempo passado, retrata muito bem a euforia que o grupo sentia em 1977, ao sonhar fazer parte desse mesmo mundo. Curiosamente, a música nunca havia sido tocada pela banda, sobrevivendo por décadas apenas como uma lembrança viva na memória do compositor. 
 
O hiato de tantos anos decorridos incrivelmente não fez o sonho acabar, e eis que em 2023 o Boca do Céu consegue realizá-lo.
Lançamento oficial no dia 19 de setembro de 2023, ao meio dia pela plataforma da Onerpm, com simultânea entrada em outras plataformas similares.
 
Acesse por este link para garantir a pré-save:
Boca do Céu
Música: "1969" (composta em 1977 e somente gravada em 2023)
Autor: Laert Sarrumor
Gravada entre maio e julho de 2023
Estúdio Prismathias, São Paulo
Técnico de áudio (gravação, mixagem e masterização): Danilo Gomes Santos
Arte logo e capa das plataformas: Moacir Barbosa de Lima (Moah)
Produção: Boca do Céu & Danilo Gomes Santos 
 
Boca do Céu:
Osvaldo Vicino: guitarra
Luiz Domingues: baixo
Laert Sarrumor: voz
Wilton Rentero: guitarra
 
Músicos convidados:
Carlinhos Machado: bateria
Rodrigo Hid: teclados
Cacá Lima: backing vocals
Renata "Tata" Martinelli: backing vocals
André Knobl: saxofone alto e tenor
Beto Pizzulin: trompete

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Atalho, saídas... - Por Telma Jábali Barretto

Muitas vezes buscamos, outros acontecem e sempre cobram de nós flexibilização, alguma cintura já que representam caminhos que fogem ao usual, os conhecidos e pavimentados. Às vezes somos surpreendidos por desvios de rotas inimagináveis que viram rota de incríveis descobertas, desafiando... ou mesmo ao contrário, grata surpresa de trajetos facilitadores. 

Como não perceber como a vida brinca conosco, nesse jogo de tirar o chão, quebrar e desarmar planos tão bem organizados, quantos até milimetricamente projetados que desabam bem à nossa frente e... lá vamos ou estamos nós diante situações em praias desconhecidas, inóspitas ou encantadoras, só absorvendo o impacto e buscando amortecedores interiores para bem ou espantados, decepcionados ou pagando para ver como administraremos o estrago ou aventura. 

Fato é que cada qual tem lá seus próprios processos internos tendo seus porquês de, às vezes, buscar tais atalhos e mesmo e até de como responder aqueles armadilhas da vidinha. Quando buscados, sempre entendendo as nossas escolhas são mais ou possam ser mais chamativas e sedutores formas de por ali transitar para chegar onde queiramos e, muitas vezes quando assim, mais difícil de absorvermos as peças da quebra delas advindas naturalmente pelo jogo da andança. 

Qualquer que seja a maneira que sejamos convidados, obrigados ou surpreendidos por tais saídas da tal rota principal, sempre maneira por onde aprendemos e abrimos olhar para perspectivas inusitadas e nem sempre buscadas deliberadamente e, por isso mesmo, testam nossos neurônios, caraminholas e interrogatórios que fluirão de dentro para fora e o inverso idem que, dependendo de quem somos, floresceremos, oxigenaremos e voaremos por ares respirando novas fragrâncias felizes onde chegarmos. 

Outros se rebelarão, fazendo do impacto movimento de rebeldia, confronto e dores levando até patologias, assim como outros viverão com um tipo de resignação, paralisação levando a inércia pouco confiante, desconfiando de tudo e todos pela vida daí em diante... e tantos outros e quantas possam ser formas e respostas a nos impactar.

Afinal somos únicos ... nesse caminho do aqui estar sempre foi, parece ser e será a didática dessa partida evolutiva a que somos submetidos e cabe a nós ser peças, as vezes cérebro, as vezes o próprio jogo e também o jogador entendendo que esse descortinar de horizontes tem meios infinitos, eternos, criativos que, sempre promotores de aberturas de portas e fechar de outras, testar perseverança misturando perdas e ganhos sempre num intuito desbravador qualquer que seja a vestimenta, roupagem que aqui chegarmos deixando a certeza de um caleidoscópio de experiências, consciente ou inconscientemente aceito. Abracemos como pudermos, saibamos e... aprendermos, apreendermos!!!

 

Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga, consultora para a harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 107 - Por Luiz Domingues

Caca Lima e Renata "Tata" Martinelli a gravar os backing vocals da canção "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023.  Click, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima (Moah)

Assim que eu convidei o Caca e a Tata para gravar os backing vocals da nossa canção, passei-lhe todas as dicas sobre o tema, a elaborar um pacote de informações a conter a letra, harmonia, mapa da canção, vídeos da banda a ensaiá-la e um texto explicativo sobre a canção em si, além de uma explicação sobre o contexto do Boca do Céu nos anos setenta e o atual pós-2020, com a missão do resgate combinada entre nós, os velhos remanescentes.

Claro que no momento no qual os convidei, o fiz ainda em um período de pré-produção, portanto, quase um mês antes de efetivamente entrarmos no estúdio. Tanto que os convidei para participar de pelo menos um ensaio, aquele previsto para ser realizado em 7 de maio de 2023 com a presença do Carlinhos Machado para atuar como baterista convidado, a se acrescentar o Rodrigo Hid aos teclados, também como convidado e claro, com o nosso grupo fixo completo, mediante a presença do Laert no comando da voz, a interpretar a melodia de forma correta e não com a minha própria pessoa a conduzir a guia a entoá-la ao meu estilo, ou seja, mediante uma linha de voz sem grandes nuances e demarcada para atuar em uma oitava abaixo, a la Barry White.

Caca Lima e Renata "Tata" Martinelli a gravar backing vocals da música "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Mas aí nos deparamos com a realidade de que não seria fácil alinhavar tantas agendas conflitantes e dessa forma, esse ensaio com todos os convidados (e eu nem cogitei convidar o André Knobl e Paulo Pizzulin, os sopristas, pois intuí que eles não teriam agenda para tal.). Tudo bem, ensaiamos o núcleo duro da base, que era o mais vital naquele instante para entrarmos no estúdio e iniciar o trabalho.

Portanto, tirante o Carlinhos Machado, que apesar de ser convidado, participaria da gravação da base por causa do seu instrumento que faz parte do núcleo fundamental, assim ensaiamos no apronto final para entrarmos em estúdio a seguir, com a primeira sessão marcada para o dia 15 de maio. 

Os nossos convidados especiais, Caca Lima e Renata "Tata" Martinelli a gravar os backing vocals da canção: "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias. 3 de julho de 2023. Clicks e acervo: Luiz Domingues

De uma maneira bem protocolar, fiz contato com o Caca, Tata e Rodrigo, pedindo para que eles estudassem o material que lhes enviei, e os convidei a conversarem a respeito disso comigo ou Laert por videoconferência e havia nesse instante, bastante antecedência para se organizarem, e a se levar em consideração a experiência de todos, inclusivo os sopristas do "Neurozen", é óbvio que se isso não ocorresse, eu não haveria de ficar apreensivo, pois tinha total convicção que todos esses músicos citados chegariam no estúdio e gravariam com desenvoltura, criatividade e eficácia, mesmo que não se preparassem para tal.

E foi exatamente o que ocorreu com o Rodrigo e mais ainda com Caca e Tata. Eles todos ouviram a canção, aprenderam a harmonia e mapa, sem dúvida alguma, mas chegaram ao estúdio sem um arranjo definido. Entretanto, eu não me preocupei, pois sabia exatamente que fariam uma participação incrível, com muita criatividade e performance de alto nível. Foi o que ocorreu com o Rodrigo e o mesmo com Caca e Tata. 

Os nossos convidados especiais, Caca Lima e Renata "Tata" Martinelli a gravar os backing vocals da canção: "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias. 3 de julho de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima (Moah)

Enquanto o Laert gravava a sua voz definitiva, eu ouvia na sala da técnica o Caca em voz baixa a balbuciar ideias de arranjo que elaborou ali no momento e bingo... ele e Tata entraram na sala de gravação e não gastaram mais do que uma hora para definir arranjo na hora, gravar, dobrar as vozes em um segundo canal e darem por encerrada a participação. O resultado? Simplesmente esplêndido ao ouvirmos aquele arranjo que se mostrou simples na sua concepção, porém, de um bom gosto ímpar, além da performance irretocável de ambos.

E assim encerramos a sexta sessão de gravação da canção, "1969", nesse ponto do dia 3 de julho de 2023, a conter toda a base fechada, solos e contrasolos de guitarras e com o acréscimo dos teclados, voz principal e backing vocals, isto é: a música praticamente gravada por inteiro e a faltar pouco para ser mixada. Ao ouvirmos a prova do dia, gostamos muito das vozes adicionadas, todas. A interpretação do Laert se mostrou muito bonita, a conter emoção e os backing vocals ficaram bem naquele linha do Blues & Soul sessentista, exatamente como havíamos imaginado.

Flagrantes da 6ª sessão de gravação da canção "1969". Na primeira foto, eu (Luiz Domingues) a comandar a "selfie", com Carlinhos Machado e Danilo Gomes Santos na mesa de operações. Segunda foto com Carlinhos Machado ao fundo e Moacir Gomes Barbosa (Moah) a observar o seu celular. Na terceira foto, Danilo Gomes Santos está concentrado no trabalho, com Renata "Tata" Martinelli ao fundo. No banco de trás, Cacá Lima e Wilton Rentero se cumprimentam com o Laert Sarrumor entre eles. Boca do Céu no estúdio Prismathias. 3 de julho de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima (Moah)

Ali mesmo nos bastidores dessa gravação, pedimos ao Moacir Barbosa de Lima (Moah), para usar as imagens que ele havia capturado do ensaio realizado em 7 de maio e a estabelecer a fusão do que havia filmado nessa sessão de gravação das vozes, para compor um mini documentário da gravação. Em menos de trinta segundos, o Laert aumentou a concepção e sugeriu que fizéssemos um documentário de uma hora de duração a conter esse material de ensaio e gravação, mas a acrescentar depoimentos, da parte dos membros, convidados, ex-membros (Fran Sérpico) e colaboradores da banda nos anos setenta e agora nessa fase do resgate, e essa ideia soou maravilhosa. Seria um material incrível para sintetizar o espírito do nosso plano de resgate e muito nos orgulharia pelo documento em si e claro, pela bela história que desenvolvemos e que certamente merece ser contada em maior escala de alcance público.

Da esquerda para a direita: Eu (Luiz Domingues), Carlinhos Machado (atrás), Laert Sarrumor, Caca Lima, Danilo Gomes Santos, Renata "Tata" Martinelli e Wilton Rentero, com Osvaldo Vicino através do celular por videoconferência a participar também do congraçamento. Boca do Céu no estúdio Prismathias. 3 de julho de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima (Moah)

Fechada essa etapa, ficamos no aguardo do envio do material gravado da parte dos amigos sopristas, que gravariam em seu estúdio caseiro e enviariam o arquivo para o Danilo, em uma semana.

Fora disso, o Lincoln Baraccat também ficou no aguardo de mais fotos possíveis dos sopristas para anexar ao promo oficial, eu já havia escrito um release (mas ainda não havia mostrado aos companheiros), e o Moah trabalhava com a perspectiva de um mini documentário sobre a gravação da música: "1969". 

Caca e Tata a gravar os backings vocals da música: "1969". Estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Filmagem: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=W-w0nZb9n9U&list=PL3-MvRpDYtfGdr-qnn_sJSlpbAyHRf5OE&index=141 

Caca e Tata a gravar os backings vocals da canção: "1969". Estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Filmagem: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=ki-imS8WEGg&list=PL3-MvRpDYtfGdr-qnn_sJSlpbAyHRf5OE&index=144

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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 106 - Por Luiz Domingues

Laert Sarrumor a gravar a voz solo da canção "1969", enquanto o fotógrafo e film-maker, Moacir Barbosa de Lima (Moah) o capturava através da lente da sua câmera.´Boca do Céu no Estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Click e acervo: Luiz Domingues

O nosso único ponto negativo desse dia tão feliz para a história da nossa banda, foi a ausência do Osvaldo Vicino, nosso aglutinador, ou seja, o componente que recrutou os demais membros e efetivamente dera o pontapé inicial para criar a nossa banda, em algum dia de abril de 1976. 

Sobre a sua falta nesse dia 3 de julho de 2023, ele na verdade tivera azar, pois a despeito dessa 6ª sessão ter demorado para ser marcada, foi justamente nesse dia que ele se colocou em um momento de repouso, por haver se submetido a uma intervenção médica. Nada grave lhe ocorreu, mas a se tratar de um procedimento necessário e anteriormente combinado de se realizado, ele havia passado por tal cirurgia na sexta-feira anterior, e a seguir o protocolo médico, estava a convalescer,  a permanecer aconselhado pelo médico de sair de sua residência por alguns dias.

É claro que o Osvaldo ficou muito chateado por não participar da sessão e de fato, teria sido a oportunidade rara de reunirmos o quarteto original no estúdio, mas a circunstância de saúde o impediu de estar conosco. Porém, de uma maneira inusitada ele participou ao menos da foto de congraçamento final da sessão, quando respondeu ao Wil, que o chamou pela videoconferência e enfim, ele saiu na foto pela tela de um telefone celular.

Na primeira foto, Laert aguarda o Danilo a posicionar o microfone. Na segunda, Laert a se preparar para gravar e na terceira, com a presença de Moacir Barbosa de Lima (Moah), a filmá-lo. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Clicks e acervo: Luiz Domingues

Bem, iniciamos o trabalho da sexta sessão com a deliberada determinação de gravar a voz principal do Laert, e assim direcionamos os nossos esforços. Ajeitado o monitor, o Laert fez uma primeira versão descompromissada a "passar" a música, bem naquele clássico aquecimento de voz inicial.

Já na segunda tomada, ele estava a atingir uma potência vocal muito boa, e a se sentir desinibido, ficou solto para interpretar com bastante inspiração. A acompanhar desde a sala da técnica, eu tive o prazer de acompanhar a sua performance, quando pude testemunhar a sua interpretação emocionada, e dessa forma, pude elucubrar o quanto ele estava feliz igualmente por tudo o que eu, Wilton e Osvaldo também estávamos a vivenciar e desfrutar em termos de realizar o nosso intento combinado e tão sonhado entre 1976 e 1979, e combinado com perspectiva mais concreta em 2020.

Nas duas fotos acima, Laert Sarrumor a gravar a voz principal da canção "1969". Estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado 

Mais do que isso, eu tive a certeza de que esse momento também calara fundo para ele, não apenas por todos os motivos inerentes para nós quatro, membros originais da banda, mas também pelo fato da canção ser de sua autoria e ter ficada na sua mente, tão somente, nesses anos todos e nesse momento de 2023, estar a ganhar a materialidade, finalmente.

Isso sem deixar de mencionar o teor da letra, ou seja, a música foi composta em 1977, mas a revelar com bastante emoção como alguns ícones contraculturais o haviam impactado particularmente no ano em questão que ele nomeou para dar título à música, ou seja, 1969.

Laert Sarrumor a gravar a voz principal da música: "1969". Boca do Céu no estúdio Prismatias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Fotos 1 e 2: Clicks, acervo e cortesia de Carlinhos Machado. Foto 3: Click, acervo e cortesia de Wilton Rentero

Bastante satisfeito com a sua própria performance e com a aprovação de nós da banda, dos convidados ali presentes, e do técnico de áudio, Danilo Gomes Santos, demos por encerrada essa etapa tão vital para a gravação dessa canção e a representar muitas coisas nas entrelinhas, como eu pude enumerar acima.

Após uma rápida pausa para o lanche, Danilo já preparou a sala de gravação para efetuarmos a segunda etapa do objetivo dessa sessão, isto é: a gravação dos backing vocals da parte de Caca Lima e Renata "Tata" Martinelli, nossos convidados.

Laert Sarrumor a gravar. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Filmagem: Luiz Domingues

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=3OB0dTsGMYI&list=PL3-MvRpDYtfGdr-qnn_sJSlpbAyHRf5OE&index=138

Outro vídeo a mostrar Laert Sarrumor a gravar. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 3 de julho de 2023. Filmagem: Luiz Domingues

Eis o link para ver no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=KtD7GMHj68Y&list=PL3-MvRpDYtfGdr-qnn_sJSlpbAyHRf5OE&index=139

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