sábado, 24 de junho de 2017

Os Quatro Pilares da Educação - Por Marcelino Rodriguez

Recentemente,  num programa de televisão, eu afirmei que o Brasil só tem quatro problemas básicos: educação, educação, educação e educação. O caso é que, embora as pessoas em geral desconheçam, porque o mundo  é mesmo quase sempre deselegante e mal educado, a educação tem quatro níveis: físico, mental, emocional e espiritual.
A parte física da educação, a mais primitiva, todavia longe de ser desnecessária, tem a ver com o desenvolvimento de nossa parte física que trabalha a estética e a coordenação motora, além da ética aprendida nas artes marciais e esportes coletivos. Claro que essa área existe, embora de forma subdesenvolvida, mesmo porque a parte física apenas não se completa.
A parte mental tem a ver com ler, contar, escrever e aprender as informações das línguas, matemáticas e demais matérias que capacitam para o mundo da profissão, da  técnica e da competitividade. A maioria das pessoas no país só chegam mais ou menos, até esse nível. Você pode ser médico, engenheiro, professor , advogado, qualquer outra coisa e ser mal educado e subdesenvolvido. Saber um sistema de pensamento não é ser educado, mas adestrado. A educação é, por natureza, global.
A parte emocional da educação tem a ver com as artes: música, literatura, pintura, cinema, teatro, dança e afins de culturas, que são bastante precárias no país, uma vez que separou-se aqui educação e cultura. O nível de leitura é baixíssimo. A mídia de massa  propaga lixo no lugar de arte, propiciando uma terrível degeneração e poluição psíquica no povo. Sem arte e cultura, o ser humano é, em sua maioria, bruto, egóico  e predador.
Por fim, na mais delicada e rara das educações, onde se pode atingir a excelência, situa-se a educação espiritual, que trata das religiões e da espiritualidade, se aprofundando nas ordens de iniciação e nas éticas comparadas. Saber apenas de uma religião é saber um pouco menos que nada. Deus é vasto e múltiplo e apenas um. Para saber disso, todavia, é preciso estudar um pouco mais que um pouco. Ser educado, enfim, é ser reverente, razoavelmente bom, razoavelmente culto e disciplinado. Em geral, os gênios estudam muito.

Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos traz uma crônica contundente sobre a questão da educação, que vem a ser a mola mestra de avanço de uma civilização, no entanto, o Brasil vive completamente desconectado dessa necessidade premente.

sábado, 17 de junho de 2017

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 50 - Por Luiz Domingues

Após a participação no programa "Brazucas do Rock" e um show no Santa Sede Rock Bar, no mês de abril, reunimo-nos novamente em maio para apresentações ao vivo, mas além disso, já havia uma predisposição para a gravação de um novo álbum na discografia d'Os Kurandeiros, e desta feita, seria a minha primeira participação em um disco oficial dessa banda, a excetuar-se a gravação e lançamento de um single em 2012 ("Sliding in the Stratosphere"), de forma virtual, através de um promo especialmente realizado para o YouTube. 

Portanto, claro que animei-me com tal perspectiva de enfim deixar uma marca eterna na discografia dessa banda por onde atuava desde 2011, e também, para acrescentar mais um título para a minha discografia geral e pessoal.

Outra novidade boa foi o incremento do merchandising da banda, ao lançarmos diversos produtos e claro que a ter como carro chefe as camisetas "T Shirt", um clássico nesse tipo de comércio alinhado às bandas de Rock em geral, há décadas.
E como os consumidores/fãs do trabalho gostam dos produtos, sobretudo as camisetas! Posso atestar tal sucesso desse tipo de recurso.

Nesses ínterim, o próximo show ocorreu na "Casa Amarela" da cidade de Osasco-SP, um espaço onde já havíamos apresentado-nos muitas vezes desde 2014. 

Com um público razoável, fizemos o nosso show regular e nessa época, apesar de minha recuperação da terceira cirurgia a que havia submetido-me, estar a se constituir muitíssimo mais branda, em relação à recuperação das duas primeiras cirurgias que eu fizera em 2015,eu posso afirmar que em maio de 2016, ainda fora bem recente a intervenção e portanto, houve um incômodo e sobretudo o impedimento para carregar peso. 

Diante de tal prerrogativa, executar sets longos no palco, a segurar o baixo, tocar e fazer uma performance ainda que muito discreta, não foi recomendável e digo com pesar, que essa condição perdurou durante muitos meses a posteriori.

Carlinhos Machado ao fundo e Luiz Domingues à direita. Foto: Jani Santana Morales. Os Kurandeiros na Casa Amarela de Osasco-SP, em 7 de maio de 2016

Apesar dos incômodos, claro que eu estava contente em atuar ao vivo com a banda, ter o convívio com os colegas e receber amigos e fãs. E por falar em amigos, recordo-me que tivemos o prazer da presença do guitarrista, Jessé "Blindog", um Rocker autêntico e extremamente gentil, típico sujeito daqueles que reconforta-nos saber que engrossam as nossas fileiras, nas trincheiras que defendem os nossos ideais.
Os Kurandeiros em ação, na Casa Amarela de Osasco-SP, em 7 de maio de 2016. Na primeira foto, autoria de Jani Santana Morales. Na segunda, Maurício Marcondes.

O próximo compromisso ocorreria na Feira da Pompeia, ainda no mês de maio de 2016, e desta feita, com a banda reforçada pelos seus membros sazonais (e sempre bem-vindos), e com tudo a ser muito agradável na fria tarde de outono paulistana, todavia, bem quente no palco...
Da esquerda para a direita: Carlinhos Machado, Kim Kehl, Jessé "Blindog", Luiz Domingues e o dono da "Casa Amarela" de Osasco-SP, o popular "Cabelo". 7 de maio de 2016. Foto: Lara Pap

Continua...

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Os Kurandeiros - 16/6/2017 - Sexta-Feira / 20:30 Hs. - Santa Sede Rock Bar - Tucuruvi - São Paulo / SP

Os Kurandeiros

16 de junho de 2017 - Sexta-Feira - 20:30 Hs.

Santa Sede Rock Bar

Avenida Luiz Dumont Villares, 2104

Tucuruvi

Estação Parada Inglesa do Metrô

São Paulo - SP

Aniversário da produtora cultural, Sandra Marques

Os Kurandeiros :
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Máscaras... - Por Telma Jábali Barretto

Essas, mais comum associarmos àquelas de carnaval, onde deixamos por baixo a verdadeira cara e as vestimos para mostrar facetas brincalhonas, caricatas, desejadas ou escondidas de nós mesmos. Qualquer que seja o caminho, fato é que as vestimos, não necessariamente por buscá-las ou abafá-las, mas porque somos feitos de muitos, tantos e quantos papéis exercidos numa só e finita novela incorporada a cada CIC e RG, credenciadores de que existimos nessa sociedade e nas várias áreas da vida e... como ser igual nelas todas, ainda que sendo uma e mesma pessoa, alma, individualidade respondendo às muitas solicitações de maneira diferente, num mesmo fio que as une, se saudáveis somos ?!...
É mesmo, assim, ou não...?!...Vejamos: somos, enquanto filhos, tais como somos no trabalho, por exemplo ? Quem não se viu, lembra ter sido elogiado como amigo presente e cuidadoso e, também, questionado em qualquer outra circunstância por indelicadezas e atropelos ? Nesse caso não vestimos, deliberadamente, esses diferentes temperamentos... o que não impede que aconteçam dessa forma aqui e ali, não ?! Algo como uma reação, uma química, resposta, em cada departamento em nós movendo,  numa ou outra re-ação só ali e naquele lugar vem para superfície. Por aí vamos oscilando entre vitimices e coragens heróicas, vestindo e desvestindo facetas, coloridas ou nubladas, trazendo pedaços de nós, aqui e acolá expositores de pimenta ou doçura...
Sabemos que em meio a essa plasticidade, versatilidade, somos movidos e desenvolvemos, nessa miscelânea, em algum traço adquirindo maior destaque, tomando a frente em meio a esses muitos habitares em nós, caracterizando ali a área que nos evidencia, algo que é mais nossa marca, jeitão... Alguns de nós somos conhecidos como rápidos, práticos, prontos e ágeis, outros, intelectuais e pensantes, e, ainda, podemos ser ‘rotulados’ como lentos, medrosos e até covardes, indecisos, inseguros o que não anula pitadas outras residentes em cada um, que sejam dóceis, solidárias... alguma parcela de feiúras, maldade...?!...
Gostamos de ir mais além: dentro das muitas fases de nossa trajetória, já não nos surpreendemos entre opostos de ser reconhecidos, por longo tempo, com determinada característica que esmaece e dissolve e outras que vão, sorrateiramente, tomando forma ou, mais que isso, abruptamente submergem?
Em meio a tantos ‘nós’ co existindo, mortos, vigentes e quem sabe...?!...quantos por ainda surgir, não seria essa uma boa maneira de tendo sido assolados, ad eternum, por esse teatro intimista que, se conscientizado, somos testados em um lindo aprendizado de melhor lidarmos com a pluralidade da vida, absorvendo e respeitando diferenças, aprendendo a criar pontes de assimilação de um viver onde, o bem digerir as próprias facetas opostas, sombrias, contraditórias, belas, aceitáveis ou questionáveis, seria gerador de mais equilíbrio, harmonia, não estável e perpétuo, como muitos de nós buscam e desejam (num viver que é dinâmico, puro movimento...), seja propiciador de um estar em sociedade, exercitado diante de qualquer outro, ser movidos por compaixão ou admiração, aproximadores, irmanando-nos, confraternizando-nos, fazendo-nos essencial e quanticamente iguais, sendo únicos!!! Na mas tê!


Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, fala das "máscaras" no sentido amplo do termo, aludindo às diversas facetas em que reveste-se a formação do ser humano.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Autobiografia na Música - Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada - Capítulo 40 - Por Luiz Domingues

Após o show no Café Delirium, em 18 de fevereiro de 2016, a próxima atividade de Ciro & Nudes foi uma entrevista para um programa de Internet, no caso, a se tratar do: "Comunidade em Ação", do comunicador, Guto Senatore, através da Flix TV. 

Como eu havia recém-realizado a minha terceira cirurgia em 17 de março de 2016, obviamente que não pude comparecer e participar junto aos colegas. Mas fiquei feliz por vê-los e ouvi-los a fazer uma saudação em público ao meu favor, quando desejaram-me votos de pronto restabelecimento da convalescença que eu enfrentava, por conta de meu debilitado estado pós-operatório.

Veja abaixo tal aparição de Ciro, Kim & Carlinhos no programa de Guto Senatore:

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=l3m3z6PD7Ec

Ciro & Nudes em entrevista - Programa Comunidade em Ação - Flix TV - Comunicador: Guto Senatore
22 de março de 2016


E nessa época, março de 2016, os planos se mostravam bons, com o Ciro a aspirar gravar um novo álbum e nessa altura, nós já tínhamos composto músicas, eu e Kim, para alimentar um novo disco do "Nudes", e a demarcar a nossa formação com um contundente participação ativa na criação etc. e tal. 

Falava-se nisso com bastante entusiasmo e em meio a uma fase em que o Ciro havia arrefecido o seu ímpeto em relação à militância política, fator que norteara os seus esforços pessoais fortemente nos anos anteriores, certamente que contribuíra decisivamente para que o seu foco na carreira estivesse restabelecido, mesmo por que, questão de pouquíssimo tempo depois, o seu intento em termos políticos lograria êxito e assim, o seu empenho feroz nas Redes Sociais e notadamente a sua participação em "Hang Outs" de Internet (ao lado de Lobão e alguns outros participantes partidários de tais ideias e que eram acompanhados por milhares de pessoas), já não fizera-se premente. Com essa missão parcialmente cumprida, ao conseguir o que desejara e trabalhara enquanto militante ardente, já não haveria a mesma predisposição dele precisar focar nessa cruzada, vinte e quatro horas por dia.

Nesse ínterim, eu tive o prazer de publicar em meu Blog 1, uma resenha sobre o livro do Ciro: "Relatos da Existência Caótica", em julho de 2016. Eis o Link para acessá-lo:

http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2016/07/relatos-da-existencia-caotica-ciro.html

Assim que o Ciro encontrou-me e repercutiu a minha resenha, perguntei-lhe quantas outras resenhas já haviam sido publicadas sobre o seu livro e ele falou-me que só a existia a minha. Inacreditável, mas mesmo com seu prestígio na música e nem ao se levar em consideração que ele já havia sido articulista e Free-Lancer de jornais mainstream (Folha de S.Paulo, incluso), nem assim devam-lhe o devido crédito como escritor. 

Isso só reforçou a minha avaliação de que o mundo literário e a mídia que o cobre, é similar ipsis litteris ao mundo da produção musical e dessa forma, estar no underground traz tais dissabores para a maioria dos autores, e não importa o seu quilate artístico. Em síntese, qual a novidade neste país que ignora a criação cultural?   

Contudo, um ponto obscuro estava por chegar na minha/nossa trajetória com o "Nudes", e não houve, nenhuma maledicência da parte do Ciro, tampouco de seus novos companheiros, nesse desvio de curso, eu preciso deixar muito claro. 

O que aconteceu, a partir de abril de 2016 em diante, foi que um outro foco chamou-lhe a atenção e não teve nada a ver com a militância política em que envolvera-se nos anos anteriores. Em conversas que ocorreram coletiva e individualmente, o Ciro exortava à todos o seu desejo de deixar o trabalho com a psicodelia/surrealismo um pouco de lado e mergulhar em uma veia mais Rock'n' Roll, visceral. 

Segundo dizia-nos, ele ansiava por um som que a grosso modo poderia ser qualificado como o Rock praticamente "in natura" que o Lou Reed produziu nos seus melhores discos solo, do início dos anos setenta. Ora, uma ideia boa, também gosto desses trabalhos e não haveria de ser uma má estratégia esse novo direcionamento do do nosso som.

Da esquerda para a direita, Chico Marques & Claudio "Moco Costa", a dupla da banda Pop-Rock, "8080", e que uniu-se ao Ciro para formar o "Flying Chair"

Só que a seguir, ele conheceu e começou a interagir com outros artistas, no caso a dupla de guitarristas da banda Pop-Rock, "8080" ( leia resenha sobre o seu álbum de estreia, em meu Blog 1: http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2016/03/8080-por-luiz-domingues.html), Chico Marques e Claudio "Moco" Costa e ao firmar amizade com ambos, eles foram a se reunir e a compor músicas novas, exatamente nessa predisposição que ele ansiava e assim, empolgado, Ciro decretou que por conta dessa fluidez que encontrara com os seus novos parceiros, preferiu montar um trabalho novo com esses artistas e deixar o Nudes em suspensão, até segunda ordem. 

Nessa situação, os membros remanescentes da última formação do "Nudes" (eu, Luiz Domingues, Kim Kehl & Carlinhos Machado), receberam um comunicado via E-mail a nos convidar a participar das gravações do novo disco que pretendia gravar com os seus novos parceiros, na condição de convidados, mas na prática, tal ideia não prosperou, visto que empolgado com o novo trabalho, ele culminou em fundar uma nova banda, chamada: "Flying Chair" e de fato, ainda em 2016, este grupo anunciou o lançamento de um EP.

Portanto, teoricamente o Nudes não acabou ou a última formação dissolveu-se, mas ao mesmo tempo, diante dessa inércia, foi como se tal trabalho estivesse encerrado, na prática. 

Dessa forma, ao se considerar tais fatos, visto que não tivemos mais atividades em 2016, e neste momento em que escrevo (junho de 2017), este novo capítulo em adendo, nada mais ocorreu, dou por encerrada a minha participação nesse trabalho e aí sim, doravante escreverei um capítulo final a repercutir a minha participação nele, os seus feitos e com o devido agradecimento às pessoas que acompanharam-me nessa jornada.


Portanto, continua...