quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Onça Elétrica à Rodrigo Hid - Por Julio Revoredo



Uma onça elétrica desdobra-se em trípticos sóis soturnos

Esvoaça no chuvento tempo escarlate.
Uma zebra, mergulha no azul-verde balso de um incubo.

Tudo isso, visto por um abléptico signo do através,
No meio do nada, um espectral espelho nulo, 

E um rinoceronte feliz num cubo, e o leão, adumbra o circo volátil, 

Num mundo de aranhas e ventos umbrateis, num silêncio de salões esprandigos, em alucinantes cores e blues psicodélicos.
Ao compasso dos concretos e dos beat poetas, 
Pela Deusa mulher de curvas longas e olhos virides,

De repente xamãs e portas e portas, retortas, 
Porões e estacionamentos, cemitério de carros, ruínas na mata oclusa,

E o espelho solitário, e tudo em ovídio, e tudo em ovídio, 

Ora zebra, Ora rinoceronte, 
Ora Leão, metamorfoses, metamorfoses, metamorfoses.

Chuvento tempo escarlate, tripticos sóis soturnos, 

Onde, desdobra-se uma onça elétrica.


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. Neste poema, ele enxerga o xamanismo psicodélico na arte de Rodrigo Hid, guitarrista/vocalista/tecladista e compositor do Pedra, e com passagem importante pelo Sidharta e Patrulha do Espaço, também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário