terça-feira, 16 de março de 2021

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Ópera-Rock O Renascer dos Tempos/Single: "Moby John") - Capítulo 107 - Por Luiz Domingues

Exatamente um ano depois de ter sido visitado em minha residência pelos músicos e produtores musicais, Claudio Cruz e Anísio Mello Junior, para que eu pudesse gravar a minha participação na faixa, "Moby John" (obra inserida dentro da Ópera- Rock "O Renascer dos Tempos"), eis que fui comunicado que tal faixa houvera sido disponibilizada como "single" através da plataforma YouTube.

Ótimo, mais um trabalho avulso para somar à minha discografia, aliás, com orgulho e prazer por eu ter tido o prazer de fazer parte desse ambicioso projeto artístico do meu velho amigo, Claudio Cruz. 

No entanto, a despeito dessa alegria por mais um trabalho realizado e a encorpar a minha discografia, eis que poucos dias depois desse anunciado lançamento, tivemos a terrível notícia da morte do guitarrista, Rubens Gióia, o meu velho amigo e colega d"A Chave do Sol. Qual a conexão com este trabalho? Bem, o fato de que tanto o Rubens, como o baterista, José Luiz Dinola, também meu amigo e companheiro d'A Chave do Sol, gravariam a mesma faixa. Na verdade, cabe a retificação de que no caso do Rubens, essa foi a planificação inicial da parte do Claudio Cruz, mas na prática, o Rubens não concretizou a sua participação.

Não gravamos juntos, foi tudo feito separadamente, mas ficara aquela sensação prazerosa de que o nosso Power-Trio poderia ter se reunido para tocar junto mais uma vez e assim, o impacto pela perda do Rubens Gióia, trouxe uma carga emocional amarga para esse lançamento, embora a obra em si e o contexto em que ela se inseriu no bojo de uma "Ópera-Rock", nada teve a ver com a fatalidade e certamente que muito menos o Claudio Cruz como o seu idealizador, tampouco teve culpa alguma nessa coincidência de ocorrências perfiladas na mesma época.

Segundo o Claudio alegou na ocasião, a ideia foi disponibilizar os singles do disco inteiro individualmente pelo YouTube e igualmente em outras plataformas, mas que haveria sim um lançamento da obra completa pela via tradicional do CD, a posteriori e assim aguardamos.

Sobre a canção em si, deu para notar que ficou híbrida em seu estilo. A estrutura que eu ouvira como guia para gravar, houvera sido baseada em uma espécie de mistura de um Hard-Rock denso, com sutis pitadas do Blues-Rock tradicional e depois que se colocaram as guitarras e os teclados, eu notei que a tendência foi buscar influências etéreas a sugerir a música experimental de uma maneira geral, talvez com um certo apelo pelo Krautrock setentista e outras sonoridades aleatórias dentro da dita "World Music" e claro, possivelmente a envolver tendências que eu simplesmente desconheça, por serem mais modernas na ocasião e cuja existência eu ignorasse.

Dessa forma, o tema tem uma linha mestra com um riff proposto pelo baixo que a inicia e também a encerra e neste caso, esse riff quem gravou foi o Anísio Mello, que além de ter sido o técnico de áudio e coprodutor do disco, é sabidamente um excelente músico, compositor, cantor e arranjador. Ótimo baixista, o conheço desde 1984 e nós interagimos muito nos anos 1980, quando as nossas respectivas bandas tocaram juntas em muitas ocasiões (eu com "A Chave do Sol" e ele com o "Excalibur"). 

Ainda a explanar sobre a música, eu entro a seguir com uma linha mais próxima do Blues-Rock, com um som de Fender Precision mais in natura, visto que o baixo do Mello ficou bem mais processado com efeitos. 

A guitarra de José Luiz Braguetta, que afinal de contas gravou a faixa, ficou mais na linha dos efeitos do que a atuar de forma tradicional sob o ponto de vista da base harmônica e solo e assim, o destaque ao meu ver ficou por conta do Zé Luiz Dinola, que criou uma linha de bateria solta, com bastante presença de frases e até a conter um pequeno, mas significativo solo. E a presença do teclado de Adenauer Vieira colaborou para tornar a faixa ainda mais etérea, com uma linha de arranjo que muito me fez lembrar dos discos do tecladista grego, Vangelis, nos anos oitenta. 

Bem, fiquei feliz pelo lançamento, certamente, a envolver o prazer de colaborar com os amigos, Claudio Cruz e Anísio Mello, além de certamente ter sido efetivamente a minha última gravação com Rubens Gióia e José Luiz Dinola, juntos, os três reunidos e por conseguinte, fiquei triste ao constatar que logo que essa canção foi lançada publicamente, eis que marcou de fato como a última possível reunião do Power-Trio d'A Chave do Sol em termos fonográficos, ainda que sem essa intenção, naturalmente, pois neste caso, havia o plano da banda se apresentar e talvez lançar algo inédito.

Música: "Moby John" (faixa 8)

Autor: Claudio da Silva Cruz

Baixo: Luiz Domingues (parte do meio)

Baixo: Anísio Mello Junior (partes inicial e final)

Bateria: José Luiz Dinola

Guitarra: João Luiz Braguetta

Teclados e arranjo geral: Adenauer Vieira

Composição, capa e vídeo: Claudio da Silva Cruz

Produção musical, operação de áudio: Anísio Mello Junior

Lançamento como single: Janeiro de 2021

Eis o link para escutar no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=zA-5yzbw-6M

O Site oficial da Ópera-Rock:

https://opera-rock9.wixsite.com/meusite

Bem, como ficou aberta a possibilidade do álbum "O Renascer dos Tempos" ser lançado em formato físico, abriu-se um campo para o prosseguimento deste relato, portanto, continua...

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