segunda-feira, 31 de julho de 2023

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 96 - Por Luiz Domingues

Osvaldo Vicino, eu (Luiz Domingues) e Wilton Rentero na sala de gravação, prontos para gravarmos a guia da música "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. Primeira sessão em 15 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

Assim que eu e Osvaldo chegamos ao estúdio Prismathias, o nosso colega, Wilton Rentero, já estava ali presente, além do nosso convidado especial, Carlinhos Machado. Assim como eu previra sem medo de errar, o clima instaurado no ambiente do estúdio foi de plena camaradagem da parte do técnico e proprietário do estúdio, Danilo Gomes Santos. 

Eu já antevira isso, e havia insistido nessa premissa nos meses anteriores ao passar tal informação aos colegas, pois precisava lhes tirar toda a carga emocional prévia em termos de ansiedade, a pensar que eles não tinham a mesma experiência de estúdio que eu havia acumulado ao longo dos anos e aos lhes passar a perspectiva certeira que o Danilo, além de ser muito competente  sob o ponto de vista técnico, seria também extremamente gentil na condução do trabalho, eu os tranquilizei ao máximo para coibir a ansiedade. Ou seja, ao prever o que tinha certeza em relação ao Danilo, alertei os companheiros de que ele abraçaria a banda, a agir praticamente como um coprodutor e nesse sentido a apoiar, incentivar, ajudar, sanar dúvidas e a ter muita paciência com todos.

Três fotos a demonstrar a concepção que se mostrou certeira desde a primeira sessão, ou seja, ao solicitar ao Danilo que extraíssemos um som genuinamente sessentista da bateria, ele usou vários microfones "overall" espalhados para capturar o máximo da reverberação natural da sala. Nas fotos 2 e 3, vê-se as personas de Danilo Gomes Santos e Osvaldo Vicino a conversar na sala de gravação de instrumentos de cordas e vozes, ao lado. Boca do Céu na primeira sessão de gravação do single "1969. Estúdio Prismathias de São Paulo. 15 de maio de 2023. Clicks e acervo: Luiz Domingues  

O Laert havia sugerido convidarmos alguém para ser um produtor formal, mas eu o persuadi a abrir mão dessa prerrogativa, pois tinha a certeza que não haveria nenhum grande conflito a ser mediado na tomada de decisões e sobretudo, pelo ponto de vista técnico, o Danilo haveria de suprir com folga essa função, mesmo que de forma velada e eu mesmo, Luiz, seria um coprodutor e de fato, mergulhei na tarefa ao conduzir toda a orientação aos companheiros e dirigir a gravação, além de ter cuidado da logística da operação (que aliás, foi difícil a seguir, quando chegou o momento de agendar os demais convidados).

Carlinhos Machado em três fotos durante a sua preparação para gravar a bateria da música: "1969" do Boca do Céu, como nosso convidado muito especial. Na segunda foto, eu (Luiz), apareço a comandar a "selfie". Estúdio Prismathias de São Paulo. Primeira sessão, no dia 15 de maio de 2023. Clicks e acervo: Luiz Domingues 

Bem, sobre o Carlinhos Machado, a confiança nele como músico e a certeza da sua extrema gentileza para contribuir com o ambiente para torná-lo agradabilíssimo, era total. De fato, já ambientado com os companheiros desde os ensaios, ele se enturmou de uma forma tão magnífica e ao mesmo tempo sem nenhuma surpresa para o meu entendimento que o conhecia há tantos anos e tocava com ele desde 2011 com Os Kurandeiros, além do mais, ele estava absolutamente enturmado com o Danilo, dada a constatação que ali gravara com Os Kurandeiros em duas produções anteriores. Portanto, o clima se mostrou maravilhoso para exercermos a gravação com muita amizade e entusiasmo.

Feitos os ajustes iniciais para equalizarmos o som da bateria, nas primeiras provas que ouvimos o som ali levantado, já nos impressionamos positivamente. De fato, até o Danilo se mostrou surpreso com essa dinâmica da qual ele jamais houvera usado, no sentido de buscar com cinco microfones espalhados pela sala, o máximo da reverberação do ambiente e dessa forma, atingimos um patamar inicial a dar conta que a bateria soaria ao máximo com o timbre natural do instrumento e encorpada, não apenas pela equalização posterior, mas sobretudo a ter consigo o peso extra garantido pela captura da sala. E claro, a garantir a sonoridade ao sabor sessentista que almejávamos.

Do ponto de vista da sala de gravação de instrumentos de cordas e vozes, vemos na sala técnica da bateria, as presenças de Carlinhos Machado, a preparar o instrumento, com a minha presença, Luiz Domingues e Danilo Gomes Santos a observá-lo. Boca do Céu na gravação do single "1969". Estúdio Prismathias de São Paulo. Primeira sessão, em 15 de maio de 2023. Click, acervo e cortesia: Wilton Rentero

Felizes com esse resultado inicial e claro, com total aprovação do próprio, Carlinhos Machado, que gostou demais do som da bateria, nos colocamos prontos para iniciar o processo de captura da guia.

Continua...

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