segunda-feira, 26 de maio de 2025

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 169 - Por Luiz Domingues

Eis que chegou a data do nosso show e estávamos animados por isso, apesar dos problemas que tivemos na preparação, haja vista que Wilton Rentero e Laert Sarrumor apresentaram sinais de estado gripal alguns dias antes, inclusive isso motivara a ausência do Laert no último ensaio e mesmo que o Wilton tenha comparecido, mas a usar máscara para não contaminar os demais e claramente indisposto. 

Pior ainda, o Osvaldo Vicino já estava há mais tempo a passar por um problema de saúde ainda mais grave e os poucos ensaios dos quais participou, foram cumpridos sob sacrifício pessoal, portanto, infelizmente a banda sentiu o impacto momentâneo advindo do estado de saúde debilitado da parte de três membros para abalar o seu ânimo, no entanto, louvo o esforço hercúleo que cada um dos adoentados fez para não deixar de cumprir o apontamento e também para não deixar que o ambiente fosse prejudicado pelo abatimento psicológico advindo.

Particularmente, eu estive muito entusiasmado igualmente pelo fato de estar a promover mais uma noite de autógrafos, desta feita a lançar oficialmente o meu livro: "Língua de Trapo" (a autobiografia na música - volume II), e na esteira da oportunidade, por reforçar o lançamento do livro anterior, "Boca do Céu", o volume I da minha autobiografia e também por extensão, repercutir e eventualmente também autografar os livros anteriores que eu havia lançado tempos atrás.

A perspectiva de também haver o lançamento do livro de Paulo Sá, o romance "noir", "O Plástico Retangular Amarelo" e o show da sua banda, a ótima "Confraria Fusa" em coparceria com o Boca do Céu, foram motivações animadoras, igualmente.

Portanto, a despeito da nossa preparação ter sido minada por problemas de saúde e certamente estarmos cônscios de que fazer show de Rock com duas bandas de Rock sem grande projeção midiática, em plena noite de sábado de carnaval, não era uma tarefa fácil em termos de se atrair um público significativo, fomos para o Instituto Cultural Bolívia Rock com um bom astral bom para cumprir o compromisso.

E nessa conta, acrescentara-se o fator de que também em relação a noite de autógrafos dos dois autores, o mote foi ótimo pelo valor artístico, porém, nem eu, tampouco Paulo Sá, éramos autores consagrados, daqueles que ao anunciar noite de autógrafos de uma nova obra que estejam a lançar, contam com dezenas, quiçá centenas de leitores e/ou fãs que se aglomeram em filas gigantescas à cata de uma dedicatória e também pela perspectiva de conversar mesmo que de forma muito efêmera com o seu autor predileto. Em suma, eu e Paulo Sá nutrimos esperança de que pessoas interessadas em nossos respectivos livros compareceriam, independente do advento dos shows, entretanto, de forma módica.

Além de tudo, o fator mais preocupante para nós foi mesmo a data em si. Show de Rock em noite de carnaval, eu há havia feito muitas a bordo de outras bandas pelas quais atuara no passado e o velho argumento usado por produtores musicais de que havia um séquito de pessoas que não gostavam de carnaval e portanto, buscariam a alternativa à folia popular, sempre caíra por terra no sentido de que os que não gostam do carnaval, em grande maioria, aproveitam para viajar e usar o feriado para buscar descanso, retiro espiritual ou qualquer outra motivação pessoal dentro desse campo da busca pelo sossego, em via de regra.

Bem, data lançada e com todas as questões negativas devidamente conhecidas por todos, fomos lá com motivação e agradecimento à casa pelas portas abertas para nós, certamente.

Continua... 

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