segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Jungô) - Capítulo 28 - Por Luiz Domingues

Era para ter sido uma banda, e ter assim, capítulo próprio, mas minha estada na banda "Jungô", foi tão curta, e terminou de uma forma tão insólita, que relaciono-a apenas como um trabalho avulso. Preciso dar uma explicação sobre a história pregressa dessa banda, para o leitor entender bem como fui parar ali.
Meu amigo, Cido Trindade, que conheci em 1977, e era um pouco mais velho, tinha uma bagagem musical mais avançada quando conhecemo-nos. Eu dava meus primeiros passos na música, e era ainda um mero aspirante a músico, enquanto ele já tinha uma desenvoltura maior. Dessa forma, enquanto eu engatinhava com o Boca do Céu, minha primeira banda, ele já havia encerrado atividades com a sua, inicial, e embrenhava-se em voos maiores.
No início de 1978, conheceu uma trupe de teatro (Grupo Vereda), e foi apresentar-se com uma peça teatral, como músico, e com pequenas inserções cênicas, como ator. Daí, evoluiu para acompanhar a carreira musical do diretor desse grupo, um artista chamado, Tato Fischer, e ao final de 1979, convidou-me a integrar a banda de apoio desse artista, conforme já relatei com detalhes, neste mesmo capítulo dos "trabalhos avulsos".
                     Tato Fischer, em foto bem mais atual

Ocorre que nesse ínterim, em 1979, o Cido conheceu outros músicos, e formou-se aí a banda de apoio do ex-vocalista dos Novos Baianos, Paulinho Boca de Cantor, que iniciara sua carreira solo. Após alguns shows, o Paulinho resolveu voltar para a Bahia, e a banda então passou a acompanhar uma cantora de MPB emergente, chamada, Eliete Negreiros.


Eu cheguei a assistir um ou dois ensaios nessa fase, e a banda passou a chamar-se : "Jungô". O baixista, cujo nome vou omitir, tinha um belo baixo, Fender Precision, de cor branca (se não engano-me, era um "Olympic White", com escudo Tortoise / "tartaruga", e braço Rosewood), e tocava bem, era um rapaz de boa índole, mas tinha um problema, que era muito comum nos anos setenta : era usuário do xarope, "Pambenil", um medicamento contra a tosse, que era consumido como droga, e viciava rapidamente, a deixar o usuário, literalmente, "xarope"...
E o detalhe, é que o xarope não era ilícito. Era um produto autorizado, e vendido nas farmácias, livremente. Demorou para as autoridades perceberem que ele proporcionava prazer, ou para usar a gíria da época : dava "barato"...


Continua...

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