sexta-feira, 1 de abril de 2016

Autobiografia na Música - Magnólia Blues Band - Capítulo 28 - Por Luiz Domingues

Claro que ficamos chateados com a partida do amigo, Bruno Mello.
Nos acostumamos com a sua presença no palco, a sua voz e sobretudo a amizade que estabelecemos diante de sua camaradagem e companheirismo total. Porém, a vida teve que seguir, e o projeto ainda nos aguardara toda quarta no palco do Magnólia Villa Bar.

No dia 28 de outubro, voltamos a nos apresentar em trio. Nem o Alexandre pode comparecer para reforçar o som com os seus teclados.
Passado o feriado de finados, no dia 11 de novembro, uma participação inusitada ocorreu. Não foi a primeira vez que isso nos aconteceu, mas o fato é que um rapaz da plateia saiu da sua mesa em dado instante da nossa apresentação e com uma gaita em mãos, subiu ao palco e deu o seu recado. Não parecia ser músico profissional, mas foi corajosa a sua iniciativa, e certamente que deve ter atingido o seu objetivo que fora impressionar a sua bela namorada, que ficou sentada na mesa, toda orgulhosa. Não anotei o seu nome, inteiro, só me lembro dele ter dito que se chamava: Marcelo.

Mais duas noites em trio sucederam-se, nos dias 18 e 25 de novembro de 2015.  Em 2 de dezembro de 2015, recebemos a visita do casal  Ciro & Isabela Johansen. Ciro não quis cantar, Mas Isa veio para o palco e cantou: "Light my Fire" do The Doors, conosco.

Lastimavelmente, foi a última interação musical que tivemos com a nossa amiga, pois algumas semanas depois o casal concretizou a sua separação, e consequente saída da Isabela da nossa outra banda, o Nudes. Mas claro, essa história em particular está esclarecida no capítulo da minha trajetória com Ciro Pessoa & Nudes, mas obviamente sem entrar no mérito da separação do casal.

Voltamos a tocar na Quarta Blues como trio, nos dias 9, 16 e 20 e no dia 23 de dezembro, fizemos a última edição de 2015, a contar com o Alexandre Rioli conosco e assim revivemos ali o nosso repertório clássico dos primeiros tempos, com o Blues a representar o pilar máximo, mas também a passear pelo Rock'n' Roll e outros gêneros, também, naturalmente.
O ano de 2015 findou-se e o projeto seguiu, apesar das intempéries. A minha ausência pela doença que acometeu-me no início do ano e os problemas que a casa teve com fiscalização de ruídos noturnos, obrigaram-nos a mudar as suas características iniciais de 2014. Todavia, foi para se orgulhar como todos os envolvidos no projeto não se deixaram abater e a "Quarta Blues" prosseguiu.  
Deixo aqui também o meu agradecimento pessoal pela paciência e extremo companheirismo de Kim Kehl, Carlinhos Machado, Alexandre Rioli, os membros do Magnólia Blues Band e mais Lara Pap, nossa produtora, além de dia Forjaz (gerente), Edson Silva (técnico de som), a cozinheira, Terezinha, e demais funcionários da casa, que apoiaram-me e torceram pela minha recuperação.
Magnólia Blues Band + amigos + músicos amigos / 13 de janeiro de 2016. Em 13 de janeiro de 2016, fizemos a primeira apresentação do novo ano e tivemos as visitas de Cris Stuani e Ciro Pessoa, que naturalmente cantaram conosco.
Mais apresentações nos dias 20 e 28 de janeiro de 2016, como trio aconteceram no tradicional bairro da casa do bairro da Lapa. Abrimos o mês de fevereiro de 2016 nessa mesma dinâmica tradicional, mas na semana do carnaval, descansamos como bons Rockers & bluesman que não tem nada a ver com a farra do Rei Momo.

Em 17 de fevereiro, Ciro Pessoa compareceu e fez uma entrada inteira conosco, a tocar o repertório dos Nudes. Recebemos também a visita do baterista do Ultraje a Rigor, Marco "Bacalhau" Aurélio, que tocou uma música conosco.
Da esquerda para a direita : Kim Kehl; Ciro Pessoa; Marco "Bacalhau" Aurélio; Carlinhos Machado e Luiz Domingues 

David Bowie havia desencarnado há poucos dias, e Ciro cantou "Moonage Daydream" conosco. Bem, adoro essa canção e o Bowie, portanto, foi bem emocionante passar essa energia ao universo, onde sei que tal energia chegou no nosso mestre camaleão.

Na semana seguinte, o Kim tinha um compromisso inadiável. Foi participar de uma liturgia sagrada, a louvar "São Keith Richards"... e por azar nosso (mas sorte dele), o ingresso que ele tinha para assistir o show dos Rolling Stones foi para a quarta, e não para o sábado, portanto, fizemos uma Quarta Blues sem a sua presença.
Apesar disso, foi bem divertido fazer a noitada com o Fulvio Siciliano na pilotagem do violão, e que no caso foi uma guitarra tocada muito "baixinha" para não ferir o pacto de silêncio que estabelecemos para não colocar a casa em risco com os fiscais do "Psiu". E ele tomou a liberdade de convidar um amigo seu, chamado: Sergio Cândido dos Anjos.  
"Crossroads" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=_jtupNSi9jY 
"Mary Have a Little Lamb" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=zxRHj3ZjG94  
"Nothing but a Woman" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=qky2U_sGhQc
 
O nosso baterista, Carlinhos Machado, mais Fulvio Siciliano e Sergio Cândido dos Anjos, haviam sido companheiros em uma banda chamada: "Blue Trip", que rodara pela noite paulistana no início dos anos noventa, portanto, foi muito prazeroso ver como ficaram animados em se reencontrar e tocarem juntos, depois de tantos anos.  
"Wonderful Tonight" com a Magnólia Blues Band + Fulvio Siciliano + Sergio Cândido dos Anjos

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=aOUJx-j74GM
 
Sergio Cândido dos Anjos revelou-se um cantor sensacional, e uma figura extremamente simpática, para tornar a noite ótima, apesar da ausência do Kim e do Alexandre.

Na semana seguinte, o nosso amigo Kim esteve conosco de novo. Empolgado por ter visto os Stones em ação, ele nos contou as suas impressões sobre o show e foi um prazer ouvi-lo a nos contar.

Com um violão dobro em mãos, a noitada de 2 de março de 2016 não poderia ter sido melhor, pois foi uma noitada de Blues em essência, e honrou a tradição pela qual essa banda fora fundada.
E assim sucedeu-se também nos dias 9 e 16 de março de 2016.

No dia 16, foi a última apresentação de março com a minha presença, pois no dia 17, eu internei-me novamente com o objetivo de realizar uma nova cirurgia abdominal. A decorrência das duas cirurgias que eu fiz em 2015, abriu a possibilidade de uma hérnia crescer na parede interna do meu aparelho digestivo-intestinal, e nesses termos, desde o final de 2015, eu vinha a sentir incômodo, e quase sempre a tocar sentado nas três bandas em que estava a atuar.

Recuperei-me de uma forma bem mais amena desta feita, ao perder apenas duas edições da "Quarta Blues". Em uma delas, o amigo Sérgio Luongo foi gentil em substituir-me, mas na segunda ocasião, ele mesmo não pôde atuar, por também ter que parar para submeter-se à uma cirurgia, ironia do destino.  Nesse caso, Kim e Carlinhos apresentaram-se em formato duo, também sem o Alexandre aos teclados. 

Voltei a trabalhar no dia 6 de abril de 2016, e com alegria, o quarteto clássico da Magnólia Blues Band apresentou-se. Particularmente senti-me feliz com uma volta muito mais rápida que a de 2015, e assim a noite foi de simbolismo forte nesse sentido. Daí para encerrar essa fase do meu relato, neste ponto da metade de março de 2016.
No dia 13 de abril de 2016 fizemos mais uma apresentação tradicional, e com a presença do Alexandre. 

Mas os ventos da economia e da política, que já sopravam de forma tenebrosa há tempos, intensificaram-se nesses meses de março e abril de 2016, no Brasil, e a se tornarem mesmo uivantes, digamos assim, decretaram o fim do projeto, com pesar de todos.

A mudar radicalmente o perfil do Magnólia Villa Bar, a casa nesse ponto estava a modificar o seu foco para se tornar um restaurante, e sem os shows musicais, portanto, assim encerrou-se a saga da Quarta Blues, e consequentemente, a formação da Magnólia Blues Band.  

Alexandre Rioli no entanto, deixou uma porta aberta para que no futuro a banda se apresentasse em ocasiões sazonais ou mesmo voltasse à ativa, se a casa pudesse ter novamente o perfil musical acentuado, ao se prevenir contra a expansão do ruído, e não ter mais problemas com a vizinhança e fiscalização da prefeitura.

Todos torcemos para que isso ocorresse e assim, novas histórias da Magnólia Blues Band poderiam ser escritas. Mas infelizmente, a apresentação do dia 27 de abril de 2016, entrou para a história como a última da banda.

Fotos da última apresentação da Magnólia Blues Band, em 27 de abril de 2016, de Jani Santana Morales

Portanto, encerro aqui, a história da minha trajetória com a Magnólia Blues Band.  Fica a ressalva de que essa banda pode voltar para apresentações sazonais ou regulares, a qualquer momento, de forma nostálgica que o seja.
Para efeito de continuidade da autobiografia, adendos dos capítulos sobre Kim Kehl & Os Kurandeiros e Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada, minhas bandas na ativa neste momento de abril de 2016, serão escritos no futuro, conforme já deixei estabelecido nos capítulos finais dessas duas bandas.

Agradeço aos leitores pela atenção até aqui, e espero contar com todos, quando lançar as atualizações devidas de outras histórias que estão abertas, em plena construção.

Hora para falar dos personagens dessa história da Magnólia Blues Band!

Continua...

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