quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Bandeiras - Por Telma Jábali Barretto


Quase sempre precisamos, ou a grande maioria deseja, alguma espécie de abrigo, bandeira sob a qual sinta proteção e, mais que isso, viver aquela emoção de pertencimento, ser parte, da tribo...

Oposto a isso costuma ser outro sentimento, também e não menos importante, de que sejamos reconhecidos, não o simples reconhecido...não, não esse...

Adoramos, quase sempre, que  lembrem nosso nome, voz, o que fazemos ou alguma habilidade especial que tenhamos...aquelas coisas que nos dão a sensação que existimos para o outro e, como tal, temos lugar ali, reservado, cativo...o espaço num contexto que nos cabe, num perfeito encaixe! Isso traz a noção de sermos únicos, que nem sempre levamos a sério, valorizamos. Por isso, a importância de nosso intransferível papel...que igual fazemos, com aqueles que, dessa mesma forma lembramos.



Voltando àquele pertencimento do início, onde essa individualização não tem a mesma necessidade, valor, pois, ali, o que de fato importa são as similaridades que nos agrupam, nos fazem fraternos, irmanados numa só frequência, ideia, num ponto de comunhão, de comum união. Essa é a experiência do comungar, vestir a camisa debaixo daquilo que defendemos, acreditamos ou propagamos e em nome de que,,aí, forças sejam unidas e, assim, acontece, acontecerá!!! Perigo só julgamos ser, quando em/por tal agrupamento, perdemos aquilo que, individualmente, nos é caro, tal como a liberdade, respeito próprio e em razão de... vamos para uma forma de subserviência/omnipotência promulgadora de fanatismos, rigores, dando margem a abdicarmos daquilo que, pessoalmente, nos cabe cumprir...

Fato é que acontece por religião (?!...), times, marcas, partidos, família e por “miles” de coisas e circunstâncias que nos distanciam, separam e, se extremadas, são a base por onde nossos separatismos encontram apoio seguros, pensados, filosofados e, até, inflamados, geradores de muitos outros ‘ismos’ que serão justificados e justificáveis, aceitos e digeridos e vão sendo aos poucos absorvidos, criando uma espécie de empolgação inebriada, num envolvimento em que tudo vale... Pensamos que, por estão os estopins, primeiros sinais, por onde conflitos surgem, combates e mesmo guerras e...como estancar o que daí possa surgir, quando tomem corpo, força?



Deixarmo-nos ir, traindo a nós mesmos, talvez seja a mais séria traição que possamos praticar, abrindo mão do encontro mágico conosco, desvendador do encanto singular, onde floresce nosso compromisso esperado pelo processo cósmico, ad eternum...paciente e, acontecendo, agora e sim, paz ciente... Abrigado, refugiado, acolhido e, só então, também, acolhedor!


E que por nós, por ELE, pelos outros tantos iguais e diversos, sejamos !!!



Telma Jábali Barretto tem formação acadêmica como engenheira civil. É também uma experiente astróloga, consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, analisa a questão das bandeiras, que empunhamos ao longo da vida a seguir os ditos, "ismos".
 

2 comentários:

  1. Como sempre outro texto reflexivo e atual!! Muito bom!! Importante ser divulgado aos nossos adolescentes e jovens frutos do atual contexto social e histórico
    Parabéns querida Telma!!

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  2. Que bom que gostou menina! Vc que vive no meio deles deve sentir de perto...essa coisa de agir em conjunto, esquecendo as próprias verdades! Nunca foi tão necessário ter a própria e bem formada identidade!
    Abraço aí, gratidão pelo comentário e na mas tê!

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