domingo, 19 de maio de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 26 - Por Luiz Domingues


Ainda em Curitiba, apesar de estarmos na segunda metade de outubro, portanto no meio da primavera, o frio foi forte, principalmente no período noturno. E como não compareci a todos os shows, em algumas noites fiquei sozinho no hotel. Lembro-me em sair para empreender passeios a pé. Foram passeios prazerosos, sob o frio curitibano, com direito a pequenas paradas, para o estratégico café e chocolate.
E no cotidiano, íamos almoçar no restaurante, "Superbom", pertencente aos adventistas, pois este estabelecimento estava conveniado pelo produtor do show local. A comida era caseira e muito boa, mas o fato engraçado, foi que "um dos Línguas", cuja identidade preservarei, paquerava ostensivamente uma das garçonetes. E como todos os funcionários ali eram adeptos dessa religião derivada do protestantismo cristão, havia um recato extra por parte da moça, o que tornava a conquista ainda mais saborosa para este amigo meu...
E qual não foi a minha surpresa ao verificar que no domingo pela manhã, ele acordou cedo e foi no culto adventista, só para encontrá-la...

E os ensaios prosseguiram nas tardes do teatro Paiol, a todo vapor. A parte musical estava tranquila, apesar de ser um novo show, e com várias músicas novas. O que deixava-me apreensivo foi a marcação teatral, como já disse várias vezes.

Mário Campos, em foto bem mais atual, a reger uma orquestra

E na segunda semana da temporada curitibana, fui convocado a participar dos shows como convidado, a fim de tocar ao final do espetáculo, algumas músicas no lugar do baixista interino, Mário Campos. Com isso, quebrei o gelo e pude começar a entender o espírito da banda. Foi basicamente o mesmo teor dos primeiros tempos, durante a minha primeira passagem entre 1979 e 1981, só que agora, profissionalizada e muito sofisticada, pleno de recursos cênicos e com os membros super experientes, pois vinham de dois anos intensos a cumprir uma agenda lotadíssima. E ao final, participei algumas vezes, da apresentação da banda no show antigo, a usar o áudio com a música, "Dá Nela" do Ary Barroso. A sorte, nesse caso, foi que o ex-baixista também chamava-se, Luiz, e assim, a vinheta continuou sendo usada até o final da turnê "Obscenas Brasileiras", para ser descartada a seguir, no novo show que ensaiávamos.

Continua...

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