segunda-feira, 2 de maio de 2016

Dois - Por Julio Revoredo

 
Deambulas pelo inóspito amanhecer, do amor e do desejo proibido

Misteriosa e colorida mulher, libido
A noite sob luz de velas, imagino seus contornos e curvas tão belas

Com o chegar do anoitecer hiemal

Mulher sinistra e insondável
Quase um trasgo

Uma imóvel visagem

Um entontecer atemporal

E um sonho recorrente ou a realidade permanente ?

Tomo um sintro, em minha solidão
Sou um infausto homem, sem razão

Sonho com o silêncio vencido, por seu encontro havido

Ao mesmo tempo, que o tempo gris, faz-me possuído
Perseguido pela ideia de possui-la

E do alívio do amor correspondido

Estou num tempo intermediário em suspensão

Sou um visionário, sem visão
Ela é a mulher impossível e tão próxima

Um desejo proibido a percorrer

No que parece, que não brota e não está para nascer

Porque, pode ser um pesadelo a arrefecer-me

Misteriosa e colorida mulher, sem tempo
No fundo sua estação é o verão

É a brisa marinha

É o sol que se avizinha

Procurando perceber

O que está contido

O que está por ser
Numa lufada de selvagem paixão a viver

Quando enfim libertos

Juntas temos nossas almas sem proibição, em um só coração

Podemos enfim, a felicidade ter, nos dois

Despertos 

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. É Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria, para três bandas pelas quais eu fui componente: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Bem bacana, também curti e um tema surpreendente vindo da parte do Julio, que geralmente aborda outras temáticas em seus poemas.

      Grato por ler e comentar !

      Excluir