sábado, 10 de setembro de 2016

Comprometimento - Por Telma Jábali Barretto

O que nos move a ‘vestir a camisa’?

Expressão conhecida, só usada e exercida por todos por diferentes motivos.

Espera-se e deseja-se que sejam afinidades surgidas do coração, ideais dos melhores de nossos sentimentos...mesmo quando tais sentires possam ser vistos menos nobres de outros e diferentes olhares (caso dos extremistas, fanáticos e ideologistas de qualquer princípio estranho à própria percepção...?!...), mas, ainda e assim, quando parecem surgidos das mais  profundas raízes da emoção, parecem ser mais legítimos...

Atrás dessa disposição envolvida vem sempre o foco que a move...e, no seu exercer, vamos percebendo que espécie de disponibilidade ofertamos e em que nome, em que razão e sobre quais bases...
Compromissos ditos menores, da vidinha corriqueira, já hoje enfrentam várias dificuldades: o do trabalho, de algo a dois, da família seja em qualquer papel, da amizade, do cidadão e tantos e outros que, cada vez mais, vemos e vivemos numa sociedade que amadurece e, como tal, espera-se de nós mais e mais em qualquer âmbito.

Normalmente, a depender dos comprometimentos que exercemos é que vamos lapidando e revelando quem somos, pois algo ali movimenta mais coisas, desvendando, desmascarando, conscientizando  e organizando/desorganizando, aquilo que mora em nós, movendo-nos e alimentando o que acreditamos nutre nossa alma, nosso crescer.
Alguns assumem muito por dinheiro, por acreditam ser o propiciador de muitas coisas.

Outros por fama, palco, comando, poder, cargos, satisfação, imortalidade, carência e...tantas, tantas situações que voltamos a perguntar o que de fato o faz ‘vestir a camisa’?
Quem está atrás de cada compromisso assumido, assumido como quem de fato também leva à serio tal cumprir ? Se, na forma que exerça tais cumprires, em primeiro vem o que terei, tirarei, obterei dali e nenhuma forma que retribuir, agradecer, devolver o que recebemos... certamente não estaremos nos comprometendo, mas, simples e puramente nos servindo de algo, alguém, cargo ou função.

Vida é troca... e se nossos ‘comprometimentos’ tem a direção única, receber,  é seguro que não somos pessoas comprometidas!!!

Enquanto dali tivermos o que nos abastece... seja cargo, pagamento de qualquer espécie, retorno e retribuição, ali, contem comigo, mas...no exato momento que não me sinta abastecido, pago, reconhecido, estarei fora e isso já não podemos chamar de comprometimento.
Preferimos entender comprometimento como algo que retroalimenta, sendo o próprio exercer o que satisfaz, abastece, nutre, recompensa e...sendo assim, depende de nós e não do que venhamos a receber, quando vai de nós e não quanto vem a nós...

Quanto, então, estamos numa relação, num exercício profissional, num estar em família, num exercer qualquer cargo ou função...?!...Quanto de si vai para contribuir e não só para adquirir, chegar, ter aquilo que dali almejamos...?!... Pouco colaborativo e menos ainda cooperativismo? Ainda estamos infância de ‘nossos mimos’...

Recebemos, oferecendo... mas, essa costuma ser uma matemática bem pouco percebida e menos ainda exercida ! Ainda estamos no despertar do próprio valor !
Pouco oferecemos e muitas vezes muito cobramos. Ou, muito comum hoje, cobramos pouco, para que sejamos pouco cobrados também... E aí, identificada a nossa dificuldade de comprometimento...

Queremos oferecer quando e quanto se queira, mas sem data, sem regras, sem normas, da forma mais livre... e, nem sempre de forma tão livre sabemos receber e merecer...?!... E por aí tanto e desafiador conviver e amadurecer nos aguarda, nas vidas pessoais e, mais sério ainda, nos convívios coletivos de qualquer ordem.

Uma humanidade há que despertar e tal despertar vem trazendo responsabilidade, tão necessário ao comprometimento. Mas, deveria ser algo como contem comigo, tenho que ser parte do que investiremos e esse seria, quem sabe será, o direito adquirido!!! Queremos um mundo ideal, mas não queremos ser parte de sua construção... e ainda sonhamos esse sonho infantil em que alguém nos levará até ele...?!...ou, também e ainda, se estivesse em nossas mãos?!... sem nem se testar seu em próprio comprometimento não exercido nem consigo mesmo?! Quanta incoerência necessária ao despertar !!!

Nenhuma fé, nenhum governo, nenhum ideal acontece fora de nós. É preciso ressonância interna para que percebamos e vivamos aquilo que desejamos... Construir em si para re conhecer o construído ao nosso redor ! E, que assim seja... ao compromisso !!!




Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.

Nesta crônica, nos fala sobre a questão do comprometimento que todos precisamos ter com a vida, que é acima de tudo, uma grande oportunidade que temos e não pode sob hipótese alguma, ser desperdiçada.

4 comentários:

  1. Toda mudança externa sempre se inicia a partir de nós mesmos!

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  2. Sim...ou mesmo que aconteça fora de nós, não teremos olhos para percebê-la! Como dissemos fechando o texto...'Construir em si para re conhecer o construído ao nosso redor !'
    Gratidão pela leitura, pelo comentário!!!
    Abraço aí...

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  3. Telma querida! Sempre nos surpreendendo com os aprendizados da vida. Este é o caminho. Compartilhar, cooperar e simplesmente ser grato pela vida que habita em nós e no outro. Parabéns! Sempre! Namaste!

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  4. Sim...são aprendizados da vida! E é com eles que crescemos, caraminholamos e aqui...falamos, dividimos buscando retribuir, compartilhar ao que estamos sentindo e aprendendo.
    Ficamos felizes que tenham algum eco...produzam também reflexões!
    Abraço grande aí Malu! Na mas tê!

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