sexta-feira, 4 de maio de 2018

Bébé Et La Musique - Por Luiz Domingues

Na primeira aula de um curso bem básico de iniciação musical infantil, um conceito um tanto quanto abstrato define o que é o assunto ali abordado e ensinado: “Música é a combinação agradável de sons, a unir os elementos da melodia, harmonia & ritmo”. 
 
É o começo portanto do entendimento do que realmente faz com que apreciemos a tal combinação dos pilares citados no aforismo clássico da teoria musical, mas a percepção de que os sons chamavam a nossa atenção, veio lá de trás, desde o começo de vida, quando ainda fomos recém-nascidos, mediante os sons percebidos ao redor e que foram um importante meio para começar a interagir com o mundo.
Tirante as vozes humanas e os ruídos provocados pelos objetos em geral que nos cercam no berço, a primeira e agradável percepção musical concreta com a qual lidamos, é o cantarolar do humano que lida diretamente conosco, e neste caso, a fim de auxiliar-nos nas nossas necessidades básicas e geralmente é a mamãe. 
 
Percebemos então que aquela forma de comunicação é diferente dos demais ruídos emitidos pelos humanos adultos, a revelar-se como algo mais agradável, doce, a transmitir uma ternura que obviamente não conseguimos entender adequadamente, mas causa-nos a sensação de tranquilidade e consequente paz para nos mantermos calmos no berço. 
 
À medida que crescemos mais um pouco e a nossa percepção sofistica-se a cada dia, notamos que não são apenas os cânticos vocais diretos, mas que a tal “agradável combinação de sons” soa pela casa. Música ecoa pelo ambiente caseiro e mesmo sem entender como e porque elas surgem e cessam aparentemente a esmo, o importante é que a nossa percepção aguça-se com tal fenômeno e assim, está feita a conexão do pequeno humano em desenvolvimento com a música e salvo raras exceções e tirante as pessoas com deficiências auditivas, essa conexão do bebê com a tal da “música” firma-se para todo o sempre.
Claro, nem toda canção agrada e levemos em consideração que no caso do volume excessivo, mesmo quando da execução de uma música que apreciamos, tal fator pode incomodar e convenhamos, bebês geralmente irritam-se com a sensação de zoeira no ambiente, muito provavelmente por uma questão de medo, a interpretar o barulho em excesso como tensão e consequentemente isso deve gerar medo. 
 
No cômputo geral, claro que música é um recurso educacional muito salutar e tirante todas as implicações motoras que os sons exercem no desenvolvimento, há também o aspecto energético com a profusão de notas musicais que geram vibrações positivas e também o início do processo de educação e estímulo cultural inerente, a usar-se o recurso da memória afetiva que forja-se e a depender do caso, tais primeiras melodias ouvidas e decoradas pelo bebê, tornam-se elementos afetivos que podem acompanhar a vida de uma pessoa, até a velhice e morte. 
 
Portanto, a contrariar o aforismo da teoria musical, música é muito mais que a agradável combinação de melodia, harmonia & ritmo.

4 comentários:

  1. A música sempre presente em nossas vidas, desde o berço...a vida sem a música seria um pouco sem graça, me lembro de quando era criança, dormia com o radio de pilhas em baixo do travesseiro RS...bela matéria.

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    1. Exatamente, amigo Kim !

      A música entre na nossa vida desde o berço, com contundência, e até na vida ultra interina, certamente. Rádio de pilhas debaixo do travesseiro também, passei por isso, a ouvir a Rádio Excelsior de São Paulo, a dita "Máquina do Som", nos anos 1960 e 1970...

      Grato pela leitura e elogio !

      Abraço !

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  2. Eu ouvia muito a rádio Mundial " Big boy" em ritmos de boate haha..bons tempos musicais 😊👍🎶🎵🎸

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    1. Tremenda referência... ouvir o Big Boy "Hello Crazy People" nessa fase é algo que as crianças da atualidade não podem desfrutar... só coisas boas para ouvir-se.

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