domingo, 30 de outubro de 2016

Pingam Torneiras - Por Julio Revoredo


Pingam torneiras na penumbra

Acidentes cerebrais, levam a criação

Como chapas de raio x invertidas
Engrenagens absconsas de um trauma. Visto que invisível, deambula torto, segue solitário e vivo como um morto

Se fala, e oblíquo

Nítido nulo, no que se oblitera. No varal o céu, a terra ao Sol, o mar ao mergulho. Posto de lado pelos pais sob o signo de Zina, educou-se, e no presente sem futuro, foi-se. Pingam torneiras na penumbra.
Movimentos sem brilho, nunca na velha casa, uma antípoda aos pais, afinal, não existe, venta, açoda. Fogo etéreo, pimenta, gasolina e navalha. Concentra o horror, a penumbra desloca-se

E o averno! E o averno! No labirinto de seu caos cerebral, extinguiu tudo, como a borracha, que restituiu, o branco ao papel pingam torneiras sob um olhar solipso e hostil.

Folhas debatem-se, ao sevo e hiemal frio. Construção e frio. Construção e obra dos ausentes pais esquizo-pananoide, buragulha da agulha, nada mais. Retoma o ar do esprandigo espaço do vazio. 

No que nunca foi Lar, casa ou abrigo, mas sim um rio hostil, fósforo e gasolina. Mas pingam torneiras, será que fecharão ? Resta torcer pela fresta, pela luz e o ancoradouro. O repouso, o lugar, o tanger, a paz, o vínculo, a descoberta do ar e do voar.

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.

2 comentários:

  1. Julio querido...pingam mesmo...plim, plim, plim...fecharão sim...Namastê _/\_ <3

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