sábado, 8 de outubro de 2016

Desperdício - Por Telma Jábali Barretto


Tudo, hoje, mostra e conspira para revelar nosso desperdício e em todas áreas da vida: do material ao sutil, do concreto ao subjetivo...e deixamos aí uma pergunta: ficamos assim ou sempre fomos e não tínhamos "cons ciência" ? Pensamos que talvez um pouco  de cada uma e, mais ainda, de novo, perguntamos: quem poderia prever como aqui chegaríamos com a sociedade que construímos, assim como questionamos se seríamos capazes, agora, de vislumbrar onde estaremos daqui a 5, 10 ou mais anos?! Sim...algumas prospectivas baseadas no que aqui temos...bem catastróficas, outras talvez encantadas e até aqueles que vivem uma espécie de estar no ‘agora’, não por confiança ou ‘presença’, mas por puro comodismo inconsequente, irresponsável quem sabe...?!...


Fato é que pelos mais diversos motivos, desperdiçamos comida (e nada mais cruel num mundo que tem fome), desperdiçamos tempo, recursos da natureza, conhecimento, cuidados interpessoais e tantas, tantas coisas mais nos escapam pelos vãos dos dedos, pela nossa incapacidade de bem administrar o conquistado, muitas vezes com árduos empenhos, outras por relapsa atenção a detalhes, pouco valorizados, onde vemos demandas não satisfeitas, jogando fora precioso tempo, investimento de dinheiro ou qualquer outro bem significativo não percebido como necessário...sim, ‘necessário’...?!... talvez aí esteja, seja a chave, insight, a atentar para aquilo que de fato importa e possamos aprender e apreender a filtrar, priorizar e bem eleger, sem desperdício, qualificando entre o supérfluo e o significativo, ainda que seja, para cada momento, situação, circunstância.
Temos vivido como que num enorme e encantador parque de diversões, em que luzes e sons chamam a atenção e...parando aqui, ali, aceitando qualquer tipo de convite, novidade sem nem sempre saber bem onde queremos ir, onde chegar ou  a que viemos... permitindo?!...levando-nos numa enxurrada de informação e atrativo. Assim, entendemos que tudo isso propõe uma outra premissa: não seria, talvez...?!...em muitos/alguns casos...?!...esse o ‘necessário’ encantamento produtor dos frutos, respostas, amargas ou doces, que nos habilitarão a começar a distinguir entre o essencial e o fugaz e, claro, também, assim das mais  diversas percepções de cada um ?!...


Como poder ou querer conter esse apaixonante interesse produtor, ainda que por um momento, longo ou rápido, pulando uma etapa de amadurecimento que, por certo advirá, de cada experimento, vivência, ganho...pessoal ou coletivo. 
Quantas vezes não vivemos ou presenciamos a dor da culpa, arrependimento pela falta de cuidado com a saúde, com o uso criterioso do tempo que, quando desperdiçado, não mais recuperamos, atenção com relações ou finanças fragilizadas pela rigidez, irresponsabilidade, desleixo, inconsequência, excessiva posse...?!...e só mesmo a perda, ausência, promove um outro e mais lúcido olhar ?!... 


Aí, poderemos ter o verdadeiro olhar do desperdício que esse tipo de sofrer do amadurecimento trouxe, traz e trará, continuamente, sendo aprendizado também o engano, erro, inexoravelmente oriundos da própria Vida. Então, porque não  entender, aceitar e assimilar que o envolver-se com as escolhas trará caminhos, desdobramentos, respostas, ganho e perda que, melhor digeridas proporcionarão, cada vez mais, confiança, percebendo, sentindo que presenteados somos por oportunidades, buscadas ou aleatórias, na abundante manifestação cósmica que nos cerca e somos parte no seu infinito e paciente ensinar.


Que nunca abandonemos a boa disposição de professores que foram permeáveis para aprender e alunos incansáveis, insaciáveis !!!


Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. 
Nesta reflexão, fala-nos sobre a questão do desperdício, alertando-nos  sobre a necessidade de o coibirmos, sob a dura pena do arrependimento futuro.

3 comentários:

  1. Me lembrei de um certo calendário de 13 meses com 28 dias, inventado exatamente para ir contra a cultura do desperdício, enviado para apreciação no Vaticano e ser implantado na época correta objetivando casar com as estações do ano. Faz tempo que não falam mais sobre isto.

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    1. Mas que interessante, também desconheço esse calendário alternativo.

      Grato por trazer essa informação, Lourdes !

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  2. Vivendo e aprendendo: não conhecia o que aqui diz?!
    Gratidão!!!

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