Mandou para a redação da Revista uma carta direcionada ao crítico Ezequiel Neves, codinome "Zeca Jagger". Nela, falava sobre a mudança de nome do "Injeção na Veia" para "Boca do Céu" (sim, invertemos a ordem, ao deixar o prosaico "Céu da Boca", um pouco mais substancioso, digamos); sua entrada como novo vocalista / tecladista, e o golpe de mestre: a coleção completa até aquela época, de seu fanzine de cartoons, o "Sarrumorjovem".
O fato, é que os
cartoons eram muito bons, cheios de sarcasmo, sátira de costumes e
sátira política (um perigo naqueles anos de ditadura ferrenha, é verdade
!), cultura underground, contracultura e referências rockers.
O Ezequiel respondeu,
ao publicar que havia adorado os cartoons, a compará-los os traços do Laert,
ao do grande Robert Crumb (para quem não sabe, um dos maiores
cartunistas americanos, criador dos personagens "Freak Brothers" e uma
das figuras mais reverenciadas pelos hippies sessentistas, além de ser
capista de álbuns históricos, como por exemplo o "Cheap Thrills"da Big
Brother & The Holding Company, banda de Janis Joplin).
Além disso, disse que adorava o nome, "Injeção na Veia", e que lamentava a troca para "Boca do Céu". Para surpreender-nos ainda mais, disse que aceitava ser "nosso padrinho" !
Em nenhum momento da carta, pedimos isso à ele, mas achamos o "maior barato" essa colocação espontânea e pública, por parte dele.
Em nenhum momento da carta, pedimos isso à ele, mas achamos o "maior barato" essa colocação espontânea e pública, por parte dele.
Eufóricos por termos Ezequiel Neves como nosso "padrinho", abusamos dessa condição, logo no início de 1977, e passamos vergonha por sermos tão ingênuos...
Mas isso, eu conto mais para frente, pois em fevereiro de 1977, ocorreu um fato muito importante para o "Boca do Céu", antes do episódio em que decepcionamo-nos com Ezequiel Neves.
Continua...
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