Em relação à troca de nome da banda, de "Céu da Boca", para "Boca do Céu", cabe agora uma explicação mais aprofundada, visto que anteriormente apenas comentei en passant. A ideia de mudar o nome foi do Laert Sarrumor. "Céu da Boca", remetia à anatomia buco-maxilar, mas também era metaforicamente bem ingênuo, coisa de escotismo ou congregação religiosa.
Mas a inversão parecia à
época, uma posição mais radical e condizente à uma banda de Rock com valores
setentistas, e portanto, coadunada com a contracultura. A boca do céu sugeria
uma imagem alucinógena numa primeira compreensão. Mas por apresentar uma conotação dúbia, não
levamos em conta o óbvio, ou seja, esse sentimento era peculiar à nós que
estávamos ligados em Timothy Leary; Ken Kesey; Allen Ginsberg e na literatura de
Aldous Huxley; Herbert Marcuse; Hermann Hesse e Carlos Castañeda, principalmente, mas para pessoas não coadunadas
con tais ideias, podia assumir outras interpretações, inclusive as mais tolas.
Um
nome de banda tem que ser conciso em tese e mesmo que dê margem à múltiplas
interpretações, possuir uma base sólida, de onde a ideia primordial origine-se e
transmita essa força. Além deste aspecto abstrato, mercadologicamente, tem que
conter uma série de atributos. Como por exemplo, ser sonoro; não dar margem à
confusão no seu entendimento semântico; não dar margem à criação de apelidos e paródias
chulas e obscenas; ser fácil para a memorização, e de preferência, não conter
artigo e / ou preposição adjuntos.
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