quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O Homem/Inabitado: Dois Poemas a Peter Collinson - Por Julio Revoredo

1) O Homem


Um homem bravo, conta triângulos, com olhar tríptico.

De avesso, o devasso, em si disjuntor, afla.
Se um cego o visse, reboava.

Todo nu no escuro, desabotoado, em seu abandono, bebe da ferrugem, que pela isolada e ruínica parede, escorre.

O sol não vence o oásis, o que ocorre, fragmenta-se, por que ser normal então ?
Perde-se no barulho, para encontrar-se, no silencio, recosto ao infravermelho mar.

E os triângulos, perderam-se no vão isósceles e a jaula desprendeu o bravo homem.

2) Inabitado

Inabitado

Ôco

Logro

Raro
Sobra

Obra

Caos
Cores

Ventos

Estranho

Vazio

Obra aberta

Desatenção
Alerta

Sombrio

Fugaz

Sopra-se

Retoma-se

Retorna-se
Habita-se

Fortalece-se

Feliz e a sede!

 

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. Aqui, ele mostrou-nos dois poemas que escreveu sobre Peter Collinson, um diretor de cinema britânico, com uma filmografia muito significativa.

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