quarta-feira, 27 de março de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 20 - Por Luiz Domingues

Minha segunda passagem pelo Língua de Trapo foi um "choque de gestão", como diz-se por aí. Mas não só pela questão técnica de palco, mas também por todo o sentido de organização; gerenciamento; planejamento de carreira; mídia; logística, e organização de portfólio. E teve mais: por ser uma banda centrada na estética da sátira e humor, o Língua usava diversos recursos extra / musicais, onde tive a oportunidade de aprender novos conceitos artísticos. A encenação, mesmo ao tocar um instrumento, era muito importante, e daí, desenvolvi vários macetes como ator, mesmo.


Inspirava-me nos Mothers of Invention; Sha-na-na e Bonzo Dog, entre outras bandas internacionais que exageravam nessa teatralidade no palco, além do Joelho de Porco, claro. Eu aproveitava os contatos, mas tudo dentro de um mínimo de ética. O pessoal do Língua sabia que eu não largaria, A Chave do Sol, portanto esse foi um ponto inicial. E sempre que surgiu a oportunidade para arregimentar um contato, os membros do Língua sabiam que eu tinha essa intenção, e mesmo não apreciando muito a ideia, aceitavam.
Muitos contatos para A Chave do Sol foram alinhavados em minhas andanças com o Língua de Trapo pelos bastidores de estações de Rádio e TV. Que eu lembre-me a grosso modo, conheci os bastidores de programas femininos vespertinos, como "A Mulher Dá o Recado" da TV Record; "Mulheres em Desfile", da TV Gazeta; "Realce", também na TV Gazeta; além de "Perdidos na Noite", que começou na Gazeta, mas foi um derivado da Rádio Globo, onde sob formato radiofônico, chamava-se "Balancê". Aliás, o Balancê da Rádio Globo tem histórias... no momento oportuno, contarei tudo. Na "Fábrica do Som", da TV Cultura, nós éramos bem relacionados nessa época, mas graças ao Língua, eis que conheci a produção do programa, "Panorama", uma revista cultural muito boa.

Outro contato de rádio ótimo, deu-se no programa, "Matéria Prima", da Rádio Cultura AM. O apresentador era um ex-hippie do colégio Equipe, reduto Freak no meio estudantil paulistano dos anos setenta. Chamava, Serginho Groisman... conheci também muitos profissionais da imprensa escrita. O Língua de Trapo, por ser uma banda fundada dentro da tradicional faculdade de jornalismo Cásper Líbero, possuía muitos contatos também na mídia escrita. O próprio, Carlos Mello, era articulista d'O Estado de São Paulo, e Guca Domênico chegou a trabalhar depois de formado, na Folha de São Paulo. Mas não lembro-me de algum contato desses oriundos do Carlos ou do Guca, ter revertido diretamente para A Chave do Sol, posteriormente. Falei basicamente nos contatos de rádio e TV que deram certo para A Chave do Sol, posteriormente, mas houve vários outros que não deram em nada.


Continua...

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