
Eram ótimos músicos, sem dúvida alguma, e apresentavam um nível musical muito maior que o meu nessa ocasião, evidentemente. Além disso, sua orientação e formação mostrava-se muito diferente da minha, embora eu apreciasse muitas tendências das quais eles gostavam também. A mentalidade dos seus componentes era bem orientada pelo Jazz em diversas vertentes, sobretudo o Fusion, e música brasileira instrumental, com raiz na Bossa Nova, ou em folclore nordestino, sobretudo.
Tratou-se de temas intrincados; cheios de convenções; pontes; mudanças de ritmo e fórmulas de compasso; polimelodias; contraponto, e divisões rítmicas muito variadas. Creio que foi, a grosso modo, o período em que mais toquei músicas em fórmulas de compasso, alternativas, quase ao não usar o clássico 4/4.
Os rapazes gostavam de 5/4, 6/8, 7/4 e havia até música dividida em 11/8, que dava um certo "nó na cabeça", para não errar. Mas, maravilha ! Eu estava a apreciar tocar naquela sofisticação harmônica e rítmica, pois cresci demais como músico, ao tocar sob um nível mais alto do que estava acostumado naquela época. O pessoal era gentil, a grosso modo, mas havia um pouco de altivez, coisa típica de quem embrenha-se nesse campo de música mais sofisticada, e passa a sentir-se "superior" em relação a outros músicos que trabalham com formas mais simples de estrutura musical. E se existe uma coisa que não suporto, é arrogância... está certo que nunca desrespeitaram-me frontalmente, mas percebia nas entrelinhas que estavam comigo por falta de uma opção melhor, pois eu era "rockeiro" demais na sua concepção...
Continua...
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