segunda-feira, 25 de março de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Jungô) - Capítulo 30 - Por Luiz Domingues


E assim, passei um mês a dirigir-me ao bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo. Foi em julho de 1980. Os ensaios aconteciam na residência do guitarrista, Renato Consorte Filho, que morava nesse bairro paulistano. A banda foi formada por : Cido Trindade na bateria; Julio de Almeida no violão; sax tenor e flauta; Renato Consorte Filho na guitarra; violão e voz; "Guelo" na percussão, e eu, Luiz Domingues, no baixo. Havia um tecladista, mas o rapaz debandou um pouco antes de eu entrar nessa formação. O Renato era filho do ator, Renato Consorte. Eu o vi (Renato Consorte, pai), inúmeras vezes, inclusive quando este atendera-me, quando eu  chegava e tocava a campainha da residência.

Eu nunca disse-lhe, mas o admirava como ator, pelos filmes que fizera, e eu como cinéfilo, conhecia a sua participação no cinema nacional, desde criança, praticamente. Como particularidades, não tenho muito a acrescentar, pois o convívio foi pequeno. O Renato Filho era bem hospitaleiro e recebia-nos muito bem. Não tinha o ar de soberba como os demais, certamente. Não tratava-se de um estúdio, mas um salão de festas que existia no fundo da casa, com uma bela piscina, que foi oferecida-nos como opção de recreação, diversas vezes, mas como estávamos em pleno inverno, ninguém cogitou usá-la naquele instante.


Lembro-me das pausas para o café, sempre prazerosas, realizadas em um bar próximo da residência da família Consorte, com decoração dos anos quarenta, e o dono estabelecimento, devia ser da época, pois aparentava ser bem idoso. Como não era um estúdio, não havia nenhuma prevenção contra o vazamento de som, e mesmo assim, que eu saiba, nunca houve reclamações da vizinhança.

Quando o som estava por começar a ganhar forma, o saxofonista, Julio de Almeida, iniciou negociações para obtermos uma data em uma casa noturna, a visar a primeira apresentação dessa banda, entretanto, fomos surpreendidos, negativamente, por uma notícia inesperada : o baterista, Cido Trindade, deixou subitamente, a banda. Então foi assim... um dia encerramos o ensaio, e voltamos juntos a conversarmos nos ônibus que tínhamos que usar, visto que morávamos quase vizinhos no mesmo bairro (Tatuapé, zona leste de São Paulo). Nessa ocasião, não mencionou nada sobre estar insatisfeito ou ter outros planos pessoais  etc. Mas no dia seguinte, quando chegamos ao ensaio do Jungô...
  Continua...

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