quarta-feira, 18 de junho de 2014

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 12 - Por Luiz Domingues

Sem dúvida que o Xando apoiou esse molho em torno da Black Music, nas linhas de baixo, que eu criei. Ele era o compositor da maioria das músicas, e também adora a Black Music.

E dá-lhe Fender Precision ! Foto de Grace Lagôa a registrar a minha sessão de gravação do primeiro álbum do Pedra

Só que tem um diferença, ele gosta do funk setentista, e da Disco Music, e eu prefiro o R'n'B e Soul cinquenta / sessentistas.
Onde concordamos, como ponto em comum, é no funk setentista.
Em relação à atuação do Rodrigo na guitarra, infelizmente ficou prejudicado mesmo, pois a maioria das canções teve o seu planejamento primordial feito para que Xando e Tadeu trabalhassem em duo. O Rodrigo só foi atuar em poucas faixas posteriores, como guitarrista, em uma segunda etapa de gravações.

Mas como logo assumiu o posto, com a saída de Tadeu Dias, tirou todas as músicas já a imprimir o seu estilo. Ficou o sentimento de que teria sido ideal ter gravado tudo desde o começo, mas o destino não quis assim. E quanto ao entrosamento, certamente que veio rápido.

É normal em uma banda que dá os seus primeiros passos, que haja um entusiasmo por parte de todos. O Rodrigo foi o último a chegar (nessa etapa), e apresentou-se desgastado psicologicamente. Foi natural que demorasse a animar-se, mas esse processo de revitalização acabou por acontecer rapidamente, para o bem dele, e da banda.

Alex Soares, flagrado pela lente de Grace Lagôa, no início de 2005

O Alex Soares estava um pouco abaixo desse entusiasmo, mais por ser extremamente cético em relação ao mundo mainstream. Ele queria que desse certo, claro, mas duvidava do direcionamento que nós almejávamos. Se dependesse de suas concepções, deveríamos simplificar o som, para buscar as nossas oportunidades no "planeta brega", acintosamente. Isso não teria sido uma estratégia desprezível, se o nosso objetivo fosse esse, mas nós queríamos atingir o Pop por outro patamar, com qualidade artística ilibada, e não ter que apelarmos para o baixo nível total.

Foto de ensaio, com Tadeu Dias no centro da imagem, a pilotar a sua Fender Stratocaster. Foto de Grace Lagôa

E o Tadeu Dias simplesmente desistiu, tendo gravado a sua parte sem maior entusiasmo, e a seguir, para deixar-nos sem maiores explicações. Mas demoramos para perceber a sua real intenção naquele momento, não tendo sido uma situação cristalina. Independente de tais conjunturas estruturais e estratégicas sobre gestão de carreira, estávamos longe ainda de pisar em um palco. Isso só aconteceria em maio de 2006.


Continua...

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