terça-feira, 23 de julho de 2013

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 7 - Por Luiz Domingues

Então, marcamos alguns ensaios com o Percy, a visar esse show do dia 25 de setembro de 1982. O repertório, como já falei, foi recheado com covers de clássicos do Rock, 1960 / 1970, pois não dispúnhamos de tempo hábil para compor e arranjar músicas próprias.
Dessa forma, preparamos músicas de Jimi Hendrix; The Who; Rolling Stones; Queen; Neil Young; Deep Purple; Led Zeppelin; Ten Years After, e Jeff Beck, entre outros nomes.

Com exceção de "18 Horas", que foi a nossa única música própria, e instrumental, e as do Jimi Hendrix que o Rubens fez questão de cantar, todas as demais seriam conduzidas pelo vocal de Percy Weiss. Nos ensaios, Percy agiu profissionalmente, embora com aquele distanciamento típico. Tratava-nos como garotos e ele, impunha-se como uma estrela. Lembro-me certa vez, inclusive, que chegou a comentar comigo e Rubens, que achava o Zé Luiz Dinola, um "baterista ortodoxo"... eu e Rubens estávamos preocupados contudo, com a produção desse 1° show. Eu havia ficado com uma parte do equipamento da minha antiga banda de covers, o "Terra no Asfalto", e esse pequeno P.A. era o suficiente para ensaiarmos, mas inadequado para tocarmos ao vivo. 
Então o Rubens teve a ideia de pedir emprestado um pouco do P.A. da Patrulha do Espaço. Nesse aspecto, devo reconhecer que o Rolando Castelo Júnior foi gentil em emprestar-nos. Dessa forma, apanhamos em sua residência, um multicabo; microfones e pedestais; e algumas caixas com potências, que acopladas ao nosso modesto P.A., garantiu a dignidade para o nosso 1° show. E no tocante à luz, o Deixa Falar ainda tinha uma estrutura dos seus tempos áureos como "Be Bop-a-Lula" que houvera sido nos anos setenta. Claro, nem todos os spots funcionavam, muitas gelatinas estavam pálidas, pois eram dos anos setenta ainda, mas deu para servir-nos. Quanto à divulgação, resolvemos não gastar dinheiro com cartazes, e só preparamos poucas filipetas, pois éramos uma banda na estaca zero, e isso não surtiria efeito algum, na prática. Sabíamos que teríamos um público inicial formado por parentes e amigos, predominantemente. E vale destacar também, que Dona Sabine, a dona do Café Teatro Deixa Falar, deixou-nos ensaiar no teatro, gentilmente.
Continua...

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