domingo, 4 de novembro de 2012

Autobiografia na Música - Boca do Céu - Capítulo 26 - Por Luiz Domingues

Quanto à nossa expectativa, claro que foi a melhor possível. Estávamos eufóricos, pois fora em tese, a nossa primeira apresentação, de fato, visto que o primeiro show fora uma apresentação caseira, para amigos e parentes do baterista, Fran Sérpico. Esse evento foi proporcionalmente enorme, diante de nossas expectativas juvenis. Mal jantamos, tamanha e vontade de subir logo no palco e tocar nossas duas músicas, "Serena" e "Revirada". E ainda havia a expectativa por irmos assistir o show do Joe Cocker, outro elemento excitante para a noitada de Rock. Lembro-me vagamente das duas músicas. Se precisasse tocá-las hoje em dia, bastaria ouvi-las novamente e eu tocaria com facilidade, pois eram simples em sua execução, e muito provavelmente eu promoveria melhoramentos, pois tenho quarenta anos de experiência acumulada hoje em dia, 2016.
Essas letras não estão no portfólio oficial, infelizmente, a não ser "Serena" que aliás eu achei no perfil do Osvaldo na extinta rede social, "Orkut". E não há nenhum registro de áudio. E também sobre, “Diva”, achada sob um manuscrito. Uma pena mesmo.
O que conversamos na minha casa, nos momentos que antecederam a apresentação, sinceramente não lembro-me com riqueza de detalhes, mas certamente deve ter sido uma conversa a girar em torno da expectativa da nossa performance. Não havia nenhum acerto a ser feito de última hora. Apenas conversávamos sobre o Festival e claro, estávamos também animadíssimos para assistir o show do “Joe Cocker”.
Afinal de contas, shows internacionais eram raros naquela época, e com três meses de diferença, apenas, havíamos visto o “Genesis” e agora, assistiríamos “Joe Cocker”, um ícone “Woodstockeano”. E a sua banda vinha vitaminada com dois músicos de apoio dos Rolling Stones : Bob Keys (sax), e Nicky Hopkins (piano). Não estávamos por acreditar que veríamos tantos ícones do Rock, e no mesmo dia em que o Boca do Céu faria sua primeira "grande" apresentação em público.
Nosso guitarrista, Osvaldo Vicino; em foto bem mais atual, dos anos 2000

Só um breve parêntese, uma balada do Osvaldo, com letra escrita pelo Laert, passou a fazer parte do nosso repertório. Segundo o Osvaldo, fora inspirada em uma letra do “Uriah Heep”, que ele lera em alguma edição da Revista : "Rock, a História e a Glória". Chamava-se : "Serena". E abaixo está a sua letra, que copiei ipsis litteris como a vi no perfil pessoal dele, na extinta Rede Social, Orkut :

SERENA


(Osvaldo Vicino-Laert Sarrumor)


Tom - D




Não sei o que você tem


Que me perturba me faz tão bem


O seu olhar me ofusca


A sua voz me emudece



Você é tão serena


E me faz tão intranquilo


A sua sensatez me envolve


Me faz insano



Quero despojar minha loucura


Na pureza do seu beijo


Lapidar minha aspereza


No macio do seu corpo


(Música do Osvaldo Vicino e letra do Laert "Sarrumor" Julio).
Continua

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