domingo, 28 de abril de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 24 - Por Luiz Domingues

Eu não tinha nenhuma familiaridade com essas técnicas teatrais, a não ser, por assistir espetáculos, como público. Muito diferente seria fazer parte do espetáculo, e ter a responsabilidade em não errar as marcações, sob o risco de destruir o trabalho, sob um efeito dominó, pois cada componente tinha o seu tempo cronometrado para atuar, e dar a deixa para os demais.
Em relação à costumeira prática da dublagem musical na TV, o trabalho que dá para colocar um equipamento dentro de um estúdio de TV; equalizar a banda; mixar o som e dar parâmetros bons de captação para a TV e monitor adequado para a banda, é gigantesco. E dentro de um estúdio de TV, a pressa é total para fazer tudo a correr, pois tempo é dinheiro e ali mais do que em qualquer outra corporação, isso é intensificado ao cubo. Você já deve ter reparado, leitor, em repórteres de jornalismo televisivo sendo grossos com entrevistados, ao tirar o microfone da boca das pessoas, e cortar sumariamente a sua fala. É que pessoas comuns, vão responder sem essa preocupação, e no meio da primeira frase, o diretor já está aos berros com o repórter no ponto colocado em sua orelha, a ordenar que corte o entrevistado... então, se você vai dublar, a preocupação reduz-se a zero, para eles.

Basta soltar o áudio do teu disco, que supõe-se esteja bem gravado, e apresentar-te ali como um "mico de circo", a fingir estar a cantar e tocar... para minimizar esse vexame, logo os membros do Língua, que já estavam acostumados, instruíram-me a avacalhar, para ficar ainda mais engraçado.
O Pituco Freitas costumava cantar em voz alta, outra música diferente da dublagem, e isso causava um mal-estar entre os técnicos da TV, e nós ficávamos a conter os inevitáveis ataques de riso que tínhamos. E muitas vezes, trocávamos de instrumentos. Em várias dublagens, eu fui tocar bateria (caixa e prato, bem entendido), e o Naminha a tocar baixo... mais para a frente, falarei mais sobre dublagens ridículas feitas na TV. Tenho histórias hilárias, nesse quesito.

Continua...

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