quarta-feira, 24 de abril de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 25 - Por Luiz Domingues

Em Campinas, o objetivo primordial da apresentação foi cumprido. Mas mesmo assim, a escola nem esboçou reconsiderar a sua decisão pelo cancelamento da temporada a passar por outras unidades e dessa maneira, infelizmente perdemos essa oportunidade.
Sim, foi visível a desintegração da banda, mas como tratou-se de uma banda cover, e eu estava empolgado com o rumo que o Língua de Trapo embrionário estava a ganhar, não incomodei-me muito com esse processo terminal, mesmo por que paralelamente ao Terra no Asfalto, e ao Língua de Trapo, eu estava a empreender trabalhos avulsos, conforme já relatei nos capítulos que descrevem essas atividades musicais extra aos meus esforços em atuar em bandas autorais. 

Uma história engraçada que cabe acrescentar aqui neste ponto da cronologia : nesse período em que o Luis Bola entrou no Terra no Asfalto, ensaiamos de uma forma acústica, diversas vezes na sua residência. Tratava-se de um sobrado bonito, localizado na rua Cristiano Viana em Pinheiros, zona Oeste de São Paulo, no quarteirão próximo à escadaria que dá acesso à Rua Cardeal Arcoverde.
Quem conhece São Paulo, e aquele bairro em específico, sabe que muitos anos depois, aqueles quarteirões próximos da Rua Teodoro Sampaio, no sentido do Hospital das Clínicas, tornou-se um ponto muito forte com a presença de lojas de instrumentos, e equipamentos musicais. Mas em 1980, não havia ainda nenhuma loja dessa natureza, por aquelas redondezas.
A esposa do Luis Bola (peço desculpas, mas esqueci-me de seu nome), era atriz, e tinha contatos bons no mundo do cinema autoral brasileiro. Tanto foi assim, que houvera tido uma pequena participação recente (a chamada "ponta", no jargão do cinema), no filme, "Gaijin", da diretora nipo-brasileira, Tizuka Yamazaki. E naquele período em que frequentei a residência do casal, eles estavam a hospedar um jovem ator carioca, ainda não muito famoso, chamado : Jorge Fernando.
Muitos anos depois, ele tornar-se-ia um diretor de novelas muito festejado da Rede Globo.Naquela época, havia feito um trabalho apenas como ator, que despertara a atenção, chamado, "Ciranda Cirandinha", uma espécie de sitcom brasileira, e curiosamente precursora do que seria mais ou menos a série americana, "Friends, anos depois. Em seu argumento primordial, tratava-se da história de quatro jovens a dividir um apartamento no Rio de Janeiro, todos mezzo Hippies, personagens esses interpretados por : Jorge Fernando; Denise Bandeira; Fábio Jr. e Lucélia Santos. Tal seriado fez um relativo sucesso em 1979, na TV Globo, mas ainda não o suficiente para torná-lo uma celebridade ao ponto de não poder andar pelas ruas, longe disso. Mas fico contente por saber que ele venceu na carreira, pois ainda lembro-me dele a circular pela casa do Luiz Bola, assistir os nossos ensaios etc.

Continua...

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