sexta-feira, 5 de abril de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Trio com Pitico Freitas e Zé Luiz Dinola) - Capítulo 32 - Por Luiz Domingues

Após a frustrada passagem com o grupo, Jungô, meu próximo trabalho paralelo foi uma tentativa em formar um trio orientado pela escola do Jazz-Rock, ao estilo dos anos setenta. Foi assim : conforme já revelei no capítulo do Língua de Trapo, eu fui gravar uma fita demo, a visar tentar classificar uma música para o vocalista, Pituco Freitas, participar do Festival FICO, como cantor solo.
Nesta foto de 1986, José Luiz Dinola estava em ação, em um show da Chave do Sol
 

Fomos gravar no estúdio de ensaios da banda, "Contrabando", cujo baterista era um rapaz chamado, José Luiz Dinola, e tal banda contava com o Tony Babalu, como guitarrista, e  já muito experiente na ocasião, e os demais membros (Ronaldo; Edson e Renata), eram bem jovens, ainda. O guitarrista, Pitico Freitas, que era irmão do Pituco Freitas, foi o elo, pois era amigo de escola do José Luis Dinola, e conhecia o pessoal do Contrabando. Algum tempo depois dessa gravação, o Pitico Freitas chamou-me, ao convidar-me a ensaiar com ele, e José Luiz, pois estavam a precisar de um baixista para um novo projeto que articulavam.
                      Pituco Freitas, em foto bem mais atual 

O Pitico era o oposto do seu irmão, Pituco, em termos de influências musicais. Enquanto o Pituco tinha toda aquela formação de MPB tradicional, bossa nova e afins, o Pitico era Rocker, gostava de Rainbow, Led Zeppelin, e Ted Nugent, por exemplo. E o José Luiz era apaixonado por Jazz-Rock, e estava cansado do som do Contrabando, que era muito parecido com o Made in Brazil, ou seja, Rock tradicional, e bem simples. Então eu aceitei, e foi marcado assim um ensaio a ser realizado no estúdio que pertencia ao baixista de uma banda cover de Beatles, chamado Felipe, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
Ensaiamos três temas meio "funkeados", que o Pitico tinha semi prontos. A intenção seria empreenderr um som na linha do Jeff Beck, na fase de seus álbuns, "Blow by blow" / "Wired", ou seja, um clássico Jazz Rock instrumental com acento swingado de orientação Funk & Soul. Nenhum de nós três tínhamos condições para fazer isso com maestria, mas após o primeiro ensaio, vimos que por outro lado, que o material que produzimos não era para descartar-se, também. Mais dois ensaios foram realizados, mas aí os compromissos de cada um, inviabilizaram a continuidade do projeto, pois no meu caso, eu estava bem comprometido com os momentos iniciais do Língua de Trapo; o Terra no Asfalto aspirava uma possível "volta" de suas atividades, e nas horas vagas, eu estava a ter ensaios, na expectativa da gravação do LP do cantor, Leandro (história já contada neste capítulo dos trabalhos avulsos). Sendo assim, esse projeto foi curto e extinguiu-se com três ensaios, apenas. Todavia, foi vital passar por tal experiência, pois serviu-me para que pudesse ter conhecido melhor o José Luiz Dinola, que dois anos depois, tornar-se-ia cofundador de minha banda autoral, A Chave do Sol.

Continua...

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