quarta-feira, 24 de abril de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 24 - Por Luiz Domingues

Então, o Terra no Asfalto foi cumprir a segunda data agendada para a Escola Cultura Inglesa, na unidade localizada na cidade de Campinas / SP. Esse show ocorreu no dia 9 de maio de 1980. O time foi o mesmo do primeiro show realizado nessa mesma escola de idiomas, em abril, no seu teatro próprio, no bairro de Higienópolis, na zona oeste de São Paulo, com o acréscimo do amigo, Edmundo, que tocou percussão, em Campinas.
A unidade da Cultura Inglesa, ficava nessa rua, retratada na foto acima, no bairro do Cambuí, em Campinas / SP
 
Assim que chegamos à unidade da Cultura Inglesa, no bonito bairro do Cambuí, em Campinas, descobrimos o por quê daquele show não ter sido cancelado como os demais : tratava-se de uma unidade instalada em um sobrado outrora residencial, agora adaptado como escola, portanto, tocaríamos de uma forma improvisada em um pequeno salão que devia ser um antigo, "Living Room" do imóvel, sem iluminação, e com um modesto P.A, adequado apenas para uma apresentação em bar de pequeno porte, como por exemplo, um Pub de pequeno porte. Dessa forma, a tocar sem glamour algum, sob um volume muito baixo; espremidos em um espaço reduzido (e sem palco minimamente adequado, nem mesmo com estrutura de eletricidade adequada), foi uma apresentação comedida, exatamente como os pedagogos esperavam, ou seja, uma aula e não um show, com os alunos em silêncio, e sentados no chão, a limitar-se a ler as letras das músicas sob um impresso preparado pela escola. Foi um anticlímax, a contrapor-se ao show de São Paulo, sem dúvida. Mas a encararmos a realidade, éramos apenas uma banda cover, e essa fora de fato, a nossa sina.
Sem Tato Fischer, doravante, voltamos ao formato como quinteto, e fizemos mais dois shows no bar Opção. O primeiro, aconteceu no dia 11 de maio de 1980, e foi o penúltimo show do Terra no Asfalto, com a presença de 30 pessoas, aproximadamente. E no dia 18 de maio de 1980, o realizamos enfim, o último show dessa fase da banda, com o mesmo público presente, com 30 pessoas, mais ou menos. A banda com essa formação não foi feliz em seus planos de expansão, tampouco continuidade, apesar da efêmera euforia gerada pelo show no Cultura Inglesa de Higienópolis. Sentimos muito a falta do Fernando Mu, e a despeito do Luis Bola ser um bom baterista, o Cido Trindade tinha mais a ver com a banda, sem dúvida.

Outro fator que atrapalhou os planos da banda, foi o cancelamento de diversos shows nas unidades da escola de inglês, Cultura Inglesa. Com isso, ficamos sem agenda, e o Paulo Eugênio iria demorar para reestruturar uma retomada dos contatos nas casas noturnas. Além disso, eu estava a ingressar em uma fase onde realizaria shows e participações em festivais com o embrião do Língua  de Trapo (assunto comentado com detalhes no respectivo capítulo dessa banda), e diversos trabalhos avulsos (comentado nesse capítulo em específico, também).


Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário