quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 168 - Por Luiz Domingues


A perspectiva que surgiu, em termos de gravação, foi bem modesta, mas aceitamos, por dois motivos :

1) Foi uma oportunidade para fazer uma pré-produção, onde independente do resultado de áudio, poderíamos avaliar arranjo e performance da banda;

2) Tratou-se de um oferecimento gratuito de um amigo...

Foi assim que aconteceu : o amigo, Carlos Muniz Ventura, baixista e tecladista da banda "Fênix (Ex- "Archibaud's Band"), e que começava a forjar-se como um bom fotógrafo, também, tinha uma máquina Ampex, de 1/2 polegada, que comprara usada, além de alguns microfones. 


O seu oferecimento foi para gravarmos uma demo-tape, que na verdade seria um ensaio gravado, com mais qualidade do que habitualmente estávamos acostumados, com o uso de um bem mais simples, tape deck da Gradiente, com o qual havíamos gravado uma modesta demo-tape em ritmo de ensaio, em maio de 1983. Bem, não haveria condições para coibirmos vazamentos, a não ser por providências prosaicas, tais como o uso de biombos improvisados, no uso de móveis; cobertores, e almofadas. Contudo, mesmo diante de condições inóspitas de captura, e sujeito a vazamentos externos, claro que aceitamos gravar. 

Isso aconteceu na metade, para o fim de dezembro de 1984, mas infelizmente, não anotei a data precisa, tampouco as particularidades dessa gravação. Foi, conforme já descrevi, uma gravação ao vivo; sujeita à vazamentos, mas pelo que lembro-me, o fato de ser gravado em fita de 1/2 polegada, em uma máquina Ampex, com uma melhor qualidade, deu um resultado obviamente muito superior a de gravações com um tape deck. Isso sem contar com a qualidade superior dos microfones, que o Carlos trouxe para tal tarefa. Para uma gravação extremamente simples desse naipe, o resultado ficou até surpreendente. Lembro-me que gravamos "Crisys (Maya)"; "Átila"; "A Dança das Sombras" ; "Anjo Rebelde", e "Vestido Branco". 

Nunca providenciamos uma cópia em Fita K7 para tal gravação, pois teríamos que necessariamente alugar um estúdio para tal providência, portanto o tempo passou, e a fita engavetou-se. Mesmo por que, em poucos meses estaríamos em estúdio, para gravarmos o segundo disco, e com um repertório inteiramente renovado por força da nova orientação estética que adotamos a seguir, e também pela entrada de um novo vocalista, fato que narrarei logo mais. Essa fita está comigo, e temo que possa estar bem comprometida, pela ação do tempo, embora visualmente, não apresente sinais de degradação. Penso, sim, em digitalizá-la e se o fizer com sucesso, posto as músicas no You Tube, como promo, com muito prazer. E nos últimos dias de 1984, tínhamos mais um compromisso, e uma novidade a chegar. Só mais "um minuto além", e conto tudo, embora ainda seja necessário abrir um parêntese para então poder fechar o ano de 1984, nesta narrativa...


Continua... 

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