Em Porto Alegre, Rubens e Chico visitaram a Rádio Ipanema FM e concederam uma entrevista. Essa emissora, assim como a Rádio Fluminense FM do Rio, mantinha uma programação 100% Rocker, e já estava a tocar o compacto d'A Chave do Sol. Portanto, o contato da "guria" dele, abriu uma porta, mas a banda já tinha uma excelente receptividade na emissora gaúcha e assim, a entrevista foi feita de uma forma instantânea, sem reservas. De minha parte, no Rio de Janeiro, visitei a redação da Revista Roll, e entreguei Bottons; camisetas e mais discos aos membros da sua equipe ali presentes. Contudo, a missão mais certeira mesmo, foi ter levado material da banda no Circo Voador, e entregue nas mãos da Maria Juçá, a produtora que cuidava do espaço, junto com o ator, Perfeito Fortuna.
Maria Juçá em foto bem mais atual
Ela foi muito receptiva e falou-me que o Circo iria organizar um festival de grande porte, e que já garantira um patrocínio forte etc. Seria com o apoio da Petrobras, estatal peso pesado, e que dispensa apresentações. E também já tinham contratado diversos artistas do BR-Rock' 80's, muitos deles, estrelas do mainstream. Ela analisaria o nosso material com carinho e senti que daria certo, pois ela alegou saber que tocávamos na programação da rádio Fluminense FM, além de também saber que o nosso disco era do selo Baratos Afins, pois isso pesou, visto conhecia o Luiz Calanca, e mais um fator positivo : o contato dela havia sido passado pela Cida Ayres, produtora do Língua de Trapo, e por conhecer a Cida, isso também reforçara a sua boa vontade para conosco. Então, essas duas viagens culminaram em ser benéficas para a banda, sem dúvida alguma.
O próximo compromisso seria em São Paulo, onde finalmente o Chico Dias faria a sua estreia na capital paulista, berço natal de nossa banda, e diante do público em expansão que alcançávamos. Tocaríamos em um salão de nome estranho, mas que mantinha uma tradição na cidade e segundo constava, existia desde 1971, chamado : "Fofinho Rock Clube". A sua localização desde a fundação, era na Av. Celso Garcia, bem em frente a uma guarnição do Corpo de Bombeiros, no Belenzinho, bairro da zona leste de São Paulo.
Tratava-se de um salão com médio porte, que possuía dois ambientes distintos, um parecido com um lounge e bar; e outro, a conter uma pista de dança com bastante iluminação e um P.A. que continha muita potência, o suficiente para sonorizar um show em ambiente de teatro. Apesar de ter ares de uma discothèque e privilegiar o som mecânico quase o tempo todo, a proposta sonora, desde o início de suas atividades, sempre foi tocar Rock e também a MPB setentista. O seu público habitue, era formado por Hippies; Freaks & Rockers nos anos setenta, contudo, com o avançar da década de oitenta, também tornou-se um espaço para adeptos do Heavy-Metal, os tais "headbangers", típicos daquela década.
Mesmo assim, a nossa apresentação foi energética, com o Chico Dias a sentir-se mais seguro e até permitir-se alguma margem de improvisação, quando imprimiu um ritmo de mise-en-scené forte, que deu-nos muitas esperanças de que ele melhoraria a cada show, ao estar pronto para apresentações com maior porte, muito rapidamente. Cerca de trezentas pessoas assistiu-nos nessa noite de um sábado, e no dia seguinte, teríamos outro compromisso, em um outro canto da cidade, o Centro Cultural do Jabaquara, um arrumado e novo espaço da Prefeitura, instalado recentemente naquele tradicional bairro da zona sul de São Paulo.
Continua...
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