terça-feira, 8 de julho de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 127 - Por Luiz Domingues


Passados os dois shows de lançamento do nosso primeiro disco, tínhamos perspectivas para outros shows em vista, além das resenhas que começavam a ser publicadas pela imprensa escrita, além de agendamentos para participarmos de programas de Rádio e TV. Mas toda essa movimentação não demovia-nos da ideia de procurarmos um vocalista. A ideia foi continuar a procurar por esse frontman. Nessa altura, estávamos a cada dia a conhecer mais gente do meio musical e a aproximarmo-nos do mainstream, pelas beiradas, ao conhecer pessoas que possuíam contato com a primeira divisão da música. 
Portanto, ficávamos a par da rede de boatos que intensificava-se com a proximidade do Festival "Rock in Rio", que já alardeava uma mega produção, a conter diversos artistas internacionais e certamente, todo mundo que estava na luta por um lugar ao sol, pleiteava uma vaga entre os artistas nacionais.   Claro, a perspectiva concreta seria para o pessoal consolidado do BR-Rock, que estava promovido pela mídia fortemente, desde meados de 1982. Mas todo mundo tinha esperanças... incluso nós... 

E tirante o mega evento que aproximava-se, a rede de boatarias falava em investimentos nas gravadoras, no sentido em buscar novas bandas etc. Claro, o nosso som; visual e estética eram antagônicos ao estilo predominante dessa turma, ou seja, o Pós-Punk e seus derivados. A turma do Pop, embarcava via New Wave, mas claro, este estilo espalhafatoso também era uma mera variante do Pós-Punk, em voga. 

Restava-nos então apostar na vertente oposta, mas igualmente tipicamente oitentista que era a do Heavy-Metal / Hard-Rock. A Chave do Sol nunca, em momento algum teve essa vocação. Contudo, naquele funil opressor que os anos 1980 impunham na música, não restou-nos outras alternativas. 

Portanto, estávamos imbuídos da necessidade em impor mais peso no nosso som, sem contudo descaracterizar nossas raízes setentistas, principalmente no tocante à vertente do Jazz-Rock. E uma segunda necessidade premente, foi achar um vocalista com potência vocal compatível, e presença de palco condizente com os nossos anseios. Seria pedir demais que tivesse como característica também o aspecto do carisma ? 
Mas é claro que isso seria fundamental, igualmente... então, a nossa busca prosseguiu, mas depois das tentativas em testar pessoas mediante anúncios, que havia feito com que perdêssemos tempo mediante sessões dedicadas à pessoas sem nenhuma condição concreta, estávamos apenas a dar avisos aos amigos, que pudessem indicar-nos alguém. Nesse quesito, o poeta, Julio Revoredo, nosso colaborador e letrista, chegou a fazer pesquisa de campo em nosso favor.

Fotos clicadas pelo poeta, Julio Revoredo, durante a apresentação da banda, "Ano Luz", no evento "Praça do Rock", em 1984, onde ele ficara impressionado com a performance do vocalista, Fran Dias, e assim a motivá-lo a indicá-lo à nossa banda. Fotos 2 e 3 : Clicks; acervo e cortesia : Julio Revoredo. Foto 1 : Acervo e cortesia : Julio Revoredo. Click : Rubens Gióia

Recentemente (fim de 2012), ele concedeu entrevista ao Blog da Chave do Sol (conduzido pelo abnegado fã, Will Dissidente), onde contou essa história, ao revelar que comparecera a vários shows de bandas emergentes, para observar vocalistas para A Chave do Sol.
Desse esforço, no final de 1984, ele descobriria e dar-nos-ia a dica de um cantor sensacional, chamado : Fran Dias, que ingressou na banda ao final de 1984, e estrearia em janeiro de 1985. Mas antes disso, ocorreu uma oportunidade fortuita...e não foi pelas observações do poeta, Julio Revoredo, mas sim por um meio inesperado que conhecemos um vocalista com um grande potencial...

Continua...

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