sábado, 21 de fevereiro de 2015

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 55 - Por Luiz Domingues

E o último compromisso de 1994, aconteceu novamente na casa de espetáculos, Aeroanta. Desta vez foi um show compartilhado com as bandas : "Party up" e "Stigmata A Go Go".

O "Party up" foi uma banda indie com elementos do Punk-Rock, e também a apresentar doses de metal em seu som. O grande atrativo era a sua vocalista, uma garota muito bonita (Natacha), e que mantinha uma pronúncia perfeita de inglês. Graças ao bom relacionamento que o seu líder detinha no meio (o baterista que era um ex-membro do Viper, e muito amigo dos irmãos Cavalera, do Sepultura), estavam na iminência para ser contratados pela Roadrunner internacional, e entrar por conseguinte, em um circuito forte de shows pelo mundo. Na prática, era apenas mais uma banda indie com sonoridades "modernosas", baseada na extrema simplicidade do Punk-Rock, e o maior atributo recaía sobre a garota, que chamava a atenção pela beleza física.

E esse tal, "Stigmata A Go Go", era uma banda norteamericana. Também outro exemplo de indie Rock, sem nada que atraísse-me, muito pelo contrário, com um som eletrônico misturado à ruindade Punk, realmente ficou difícil achar algum mérito naquela maçaroca esquisitinha. O show foi  morno, sem grandes novidades, e ocorreu no dia 16 de dezembro de 1994, para um público com apenas cem pessoas. O embalo sensacional que havíamos obtido desde 1992, estava diluído, infelizmente. O melhor teria sido lançar logo um CD, mas a quebra de palavra por parte da Roadrunner impossibilitou-nos nesse sentido. Ao fazermos shows esporádicos, e sem perspectiva para lançar um disco, foi uma fase de desânimo geral, que consumiu-nos algum tempo para realizarmos algum esboço de reação.

Ao olhar hoje em dia, com distanciamento histórico, fica claro que foi o fim da primeira fase da banda. Após o hiato de alguns meses, entraríamos na segunda, e última fase da banda (pelo menos sob a minha perspectiva, pois após a minha saída, o grupo teria uma terceira fase, sem a minha presença). A insistência em cantar em inglês foi um ponto sempre trazido à tona por parte de jornalistas na época.

Realmente, essa cena de bandas emergentes do início dos anos noventa, a cantar em inglês, estava a ser atropelada por bandas a cantar em português. Foi um caso a pensar-se, mas o Chris não queria nem saber disso. E assim encerrou-se 1994, com o embalo perdido, e esvaído pelo ralo, infelizmente. 
 


Entrevista concedida ao crítico de Rock e escritor, Glauco Matoso, para a revista Top Rock nº 21, e mais focada na persona de Chris Skepis, por conta de sua passagem pela banda britânica, Cock Sparrer, daí o título "Chris Skepis : Do Cock ao Crack", que ali[as, é dúbia por conta do trocadilho a sugerir questões infames em inglês 


Continua...

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