segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 11 - Por Luiz Domingues


Em relação às pessoas que citei no capítulo anterior, só fiquei conhecido praticamente, sem aprofundar-me na amizade com nenhum deles, em específico. No caso do Ney Haddad, tive notícias suas, anos depois, a dar conta que estava no interior, em Ribeirão Preto, a tocar em uma banda de bailes. Já no início dos anos noventa, soube que voltara à São Paulo e montou um estúdio.
Frequentei o estúdio Quorum, de sua propriedade (em sociedade com os irmãos Molina), onde gravei uma fita demo de um trabalho paralelo de um guitarrista, cuja história eu conto no capítulo adequado ("Projeto Rock'n Roll", leia essa história no capítulo dos "Trabalhos Avulsos").

Já no futuro, entre 1992 e 1994, encontramo-nos muitas vezes pelos bastidores de emissoras TV, Rádio, e shows, por ele ser baixista do Neanderthal, nessa ocasião, banda que estava presente também na coletânea em que o Pitbulls on Crack gravou no selo Eldorado. No caso do Catalau, ele quase tornou-se um integrante do Terra no Asfalto, em uma fase onde cogitou-se termos três guitarristas na formação, mas isso não deu certo, por não passar de algumas reuniões e ensaios acústicos, infrutíferos.
No início de 1983, ficamos mais próximos quando A Chave do Sol fechou um contrato no Victoria Pub, para dividir a noite, ou com o Tutti-Frutti, ou com o Fickle Pickle (a depender da noite), banda essa na qual ele era o vocalista nessa ocasião. Essa história conto com detalhes nos capítulos da Chave do Sol.

O outro rapaz amigo da banda, que era irmão de um dos componentes do grupo Uakti, eu nunca mais encontrei ou tive notícias sobre o seu paradeiro. Ele morava em um prédio de apartamentos também nas imediações, no bairro das Perdizes e tinha uma particularidade : quando ficava em estado alterado de percepção, digamos assim, ostentava uma gargalhada descomunal.
Muitas vezes provocou epidemia de risadas entre nós, nem tanto pelo motivo da graça em si, mas pelo efeito avassalador de sua gargalhada, que causaria inveja ao Coringa, inimigo do Batman...

Um outro rapaz, que cujo nome esqueci-me, mas apelidado como : "Catito", era completamente aéreo, e tinha aquele comportamento típico de Freak setentista.
Lembrava o personagem, "Lingote", do Chico Anysio, pois praticamente só comunicava-se através de monossílabos. Era fanático pelo John Lennon, e na sua Kombi (que muitas vezes transportou a banda para apresentações), só ouvia discos solos do Lennon, e enlouquecia ao cantar ao dirigir, quando berrava músicas como, "Isolation", uma canção forte do álbum do Lennon, de 1970, "Plastic Ono Band". Fora o Edmundo, que citei logo nos primeiros capítulos, e mais um ou outro não tão marcante que tivesse ficado na memória, creio que o núcleo básico de amigos da banda, nessa fase inicial, foi esse.

Continua...

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