quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 74 - Por Luiz Domingues


O jornalista foi muito simpático, embora tenha feito apenas as perguntas básicas que esperar-se-ia, para um artista desconhecido, e entre tais colocações padronizadas, questionou-nos sobre termos alguma perspectiva para o lançamento de um disco. Naquela época, estávamos com uma perspectiva, ainda que remota. Falarei sobre isso logo mais. E assim respondemos com uma vaga ideia de que uma negociação estava em curso, para concretizar tal intenção. Aliás, ao falar sobre a perspectiva de gravação, havia uma segunda alternativa, que parecia ainda mais utópica naquele instante, mas, culminou em concretizar-se, logo a seguir. 

De volta ao momento d'A Fábrica do Som, digo que os produtores do programa cumprimentou-nos, efusivamente. Saímos eufóricos do Sesc Pompeia. E no dia seguinte, uma quarta-feira, tive o primeiro sinal de que aquele momento seria um divisor de águas na carreira da banda. Dirigia-me ao ensaio, no horário habitual, quando um rapaz abordou-me na plataforma da estação, Tatuapé do Metrô. Eis que ele perguntou-me se eu era o baixista d'A Chave do Sol, cumprimentou-me e pediu um autógrafo. Achei emblemático, todavia, o que mais empolgou-me foi projetar o momento em que o programa fosse ao ar, no sábado subsequente, esse tipo de manifestação seria multiplicado sob uma proporção incalculável. 

Então, esse programa foi mesmo o agente precipitador que tirou-nos do anonimato, a catapultar-nos para um degrau de visibilidade mínima no mercado musical, o suficiente para entrarmos enfim, na briga por um lugar ao sol. Estávamos finalmente no front de guerra, e em condições de lutar ! E quando o programa foi ao ar, isso confirmou-se, pois a nossa performance foi muito elogiada. 

A edição oficial que a TV Cultura colocou no ar, contou com uma animação (com um foguete colorido no meio da música por alguns segundos). Mas nós conseguiríamos, através de um contato direto com a produção, uma cópia com a filmagem bruta, sem tal intervenção, também, além da filmagem das músicas : "Utopia" e "Crisis (Maya)". 

Assistimos a exibição na residência do Rubens, no sábado, 16 de julho de 1983. Duas horas antes, já tínhamos ouvido o programa especial da Rádio Cultura, com a entrevista e a execução de, "18 Horas" naquela emissora.
 
Portanto, já estávamos eufóricos pela ótima performance da banda, e os elogios do radialista, além da entrevista da entrevista, onde eu fora o que mais verbalizei com o radialista. Estávamos acompanhados dos familiares do Rubens, e de alguns amigos. Comemoramos a exibição, e ficamos muito contentes com o resultado sonoro e visual na tela da TV (apesar do foguetinho...).

Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário