sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 11 - Por Luiz Domingues

Após esses shows realizados na casa de shows, Woodstock, fatos bons aconteceram em profusão. Por exemplo, concedemos uma entrevista para uma revista chamada : "Tribo da Skate". O que tinha a ver com o Pitbulls on Crack ? 

Nada... mas a conexão do "pauteiro" da revista, certamente foi o passado do Chris com o Cock Sparrer, na Inglaterra.

Tocamos a seguir no Aeroanta, uma casa de shows sob médio porte com boa estrutura, na festa do programa, "Rock Report", do jornalista e locutor, Fábio Massari, que atuava pela 89 FM e MTV, simultaneamente. Concorrida, apesar de ser em uma terça-feira, com cerca de quinhentas pessoas presentes, no dia 27 de outubro de 1992. E nos bastidores, Tatola dera como certa a produção de uma coletânea com cinco bandas emergentes, pelo Selo Eldorado.

Os rumores davam conta de vários nomes, e o nosso era citado entre os favoritos. Muitas pessoas falavam-nos desses boatos : Fábio Massari; Tatola; Gastão Moreira...

E sabíamos que o produtor de estúdio seria um sujeito chamado : Carlos Eduardo Miranda, um gaúcho que tocara em uma banda punk e obscura do Rio Grande do Sul, chamada : "Atahualpa y os Punks".

Eu lembrava dessa banda e sabia de sua fragilidade musical. Mas o fato é que esse tal Miranda, estava a morar em São Paulo e mantinha-se muito bem enturmado no meio fonográfico e mídia, pois assinava uma coluna na Revista Bizz.

Toda a cena paulistana efervescente no início dos anos 1990, seguia em princípio, ou os ventos do grunge de Seattle, ou o indie britânico, ainda com forte inspiração oitentista ditado pelo Pós-Punk. O Brit-Pop noventista (com ares sessentistas), ainda não estava em voga, infelizmente. Houve o lobby em cima do Pitbulls on Crack, graças aos contatos do baterista, Juan Pastor, é claro, mas surgiu outros trunfos, e entre os quais, a atração pessoal que o Chris Skepis exercia em certas pessoas (Miranda, incluso), por conta de ter tocado por anos a fio, no Cock Sparrer. Para os fãs do Punk-Rock' 1977, o Cock Sparrer tem grande relevância, por ser contemporâneo dos Sex Pistols, e outros expoentes dessa cena. E convenhamos, falo sempre desses fatores, mas as músicas eram boas. O Chris compunha bem, e comigo e Deca na banda, o som do Pitbulls on Crack mais parecia-se com o Glitter Rock setentista, que qualquer outra coisa.
Continua...

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